Cinco fatores marcantes na cardíaca classificação do Fla na Libertadores
Flamengo sofre para bater o Emelec, apesar de 'início dos sonhos', mas deixa os quase 70 mil torcedores no Maracanã em êxtase. Veja pontos destacáveis do encardido duelo
Não foi para qualquer um. Para cardíacos, então, um perigo. A noite desta quarta reservou uma montanha-russa de sensações ao rubro-negro, que viu o Flamengo fazer os necessários dois gols para ir aos pênaltis logo nos primeiros minutos de jogo, diante do Emelec, pela volta das oitavas da Libertadores e com gols de Gabigol. E depois? Sofrimento, estreia de promessa, pressão do Emelec e mais nada de bola na rede. O roteiro encomendara os pênaltis.
Nas cobranças, o time de Jorge Jesus venceu por 4 a 2 e, com muita festa - e alívio - dos 67 mil presentes no Maracanã, passou de fase para enfrentar o Internacional, pela quartas. Confira cinco fatores marcantes da classificação:
UM INÍCIO DOS SONHOS
Um dos maiores desafios de um time é aliar empenho e desempenho em um jogo decisivo, ainda mais quando já se inicia um jogo numa situação adversa. E o Flamengo, nesta noite, conseguiu. No primeiro lance de ataque, quando estava estrategicamente esmagando os equatorianos, chegou na cara do gol após troca de passes de almanaque, com meias próximos: Gabigol perdeu.
Mas, logo depois, Gabigol, depois de jogada ensaiada no escanteio e pênalti sofrido por Rafinha, converteu a cobrança da marca da cal e abriu o placar. Isto aos dez minutos. Na casa dos 20, Gabigol deixou mais um, depois da entrega de Bruno Henrique para recuperar a posse: 2 a 0. Um início dos sonhos.
PARCERIA DE SUCESSO PELA DIREITA
Assim como ocorreu diante do Botafogo, Rafinha subiu ao ataque para fazer a diferença. Além de ter sofrido o pênalti, participou ativamente do apoio. Ao seu lado, Gabigol, que passou a abrir pelo setor para associar com o lateral-direito e Éverton Ribeiro, demonstrou que a parceria dá frutos em profusão.
No início do segundo tempo, Éverton deixou o gramado para dar lugar a Arrascaeta. Com isso, Gerson passou a ocupar o corredor direito, como se deu diante do Alvinegro, domingo último. Não foi bem; Berrío entrou - mal - no fim.
ESTREIA DE REINIER
Na casa dos 25 minutos, Gabigol pediu para deixar o campo, com dores. Jorge Jesus não exitou: chamou o garoto Reinier, de apenas 17 anos, para estrear pelos profissionais do Flamengo. Com muita pressão nas costas, o meia da Seleção Brasileira sub-17 ocupou a faixa central de campo.
Depois de duas semanas como desfalque, Arrascaeta recuperou-se de uma lesão muscular na coxa e também foi acionado. Ambos não entraram bem e passaram longe de segurar a bola como Jesus queria. O drama só aumentava.
QUEDA BRUSCA NA ETAPA FINAL
O Flamengo não manteve a intensidade no segundo tempo. Aos poucos, sobretudo pela boa atuação de Queiroz e faltas propositais do outro lado para picotar o jogo, o time de Jesus perdeu o controle do meio e o ímpeto do início.
No tempo regulamentar, o Emelec encerrou com mais volume e rondando a área do Flamengo, sem muita qualidade, mas com peças que criaram perigo.
PÊNALTIS: TRAUMA CURADO
A decisão ficou para os pênaltis. O clima de tensão era cristalino. Mas havia confiança. Gabigol, no banco de reservas, regia a torcida e pedia que as músicas aumentassem o volume. E daí renasceu a que dizia que Diego Alves é "o melhor goleiro do Brasil". Era a hora ideal para alijar a má fase.
Diferente do que ocorreu contra o Athletico-PR, há duas semanas e pela Copa do Brasil, todos os batedores do Flamengo (Arrascaeta, Bruno Henrique, Renê e Rafinha) fizeram. Diego, muito enaltecido, defendeu o bate de Arroyo e ainda viu Queiroz acertar o travessão. Vaga merecida às quartas da Libertadores, após nove anos e com direito a trauma curado.