Nos pontos corridos, ‘desmanche’ não é exclusividade do Corinthians

Além do Timão neste ano, o Cruzeiro de 2003 e de 2014, o Fluminense de 2012, entre outros, também sofreram com a saída de jogadores importantes para o time

Renato Augusto
Renato Augusto foi um dos jogadores que deixaram o Timão neste início de 2016  (Foto: Mauro Horita/Lancepress!)

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Poucas vezes vimos um time perder tantas peças no início de um ano como o Corinthians está perdendo em 2016. No entanto, na era dos pontos corridos do Campeonato Brasileiro, a desmontagem dos times campeões não é algo exclusivo do Timão de 2015. Outros esquadrões também acabaram dissolvidos, seja pela quantidade de jogadores ou mesmo por uma peça ou outra que tivesse fundamental importância na equipe.

Um bom exemplo é o Cruzeiro, campeão em 2003, 2013 e 2014. Na primeira vez em que levantou a taça, a Raposa levou a Tríplice Coroa (Mineiro, Copa do Brasil e Brasileirão). Em 2004, porém, boa parte daquela equipe não seguiu no elenco. Alex, Cris, Maicon, Leandro e Gomes foram jogar na Europa, isso só para citar alguns nomes. A escalação de 2003 era: Gomes; Maicon (Maurinho), Cris (Luisão), Edu Dracena e Leandro; Maldonado, Augusto Recife, Wendell e Alex; Aristizábal (Márcio Nobre) e Mota (Deivid).

O Cruzeiro também já foi um exemplo de clube que evitou desmanche. Entre as edições de 2013 e 2014, a equipe de Marcelo Oliveira conseguiu manter uma base e ainda reforçou o elenco com Marcelo Moreno, o que fez o clube levar o bicampeonato consecutivo. No entanto, de 2014 para 2015, as perdas de Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro foram determinantes para a temporada irregular do clube, que chegou a ser ameaçado de cair. Saíram ainda Lucas Silva, Egídio, Nilton e Marcelo Moreno. Confira os times-base de cada ano:

Cruzeiro 2013
Fábio, Mayke (Ceará), Dedé, Bruno Rodrigo (Léo) e Egídio; Nilton, Lucas Silva; Ricardo Goulart (Júlio Baptista) e Éverton Ribeiro, Dagoberto (Willian) e Borges (Luan).

Cruzeiro 2014
Fábio; Ceará, Dedé, Léo e Egídio; Henrique, Lucas Silva, Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart e Willian; Marcelo Moreno.

Assim como o Cruzeiro, que pouco alterou sua equipe titular, o São Paulo tricampeão (2006, 2007 e 2008) foi outro caso de grupo que teve sua base mantida e acabou recebendo como prêmio uma sequência de títulos. Ainda que tenha perdido Mineiro e Danilo de 2006 para 2007 - Josué saiu no meio do ano -, Muricy remontou sua equipe mantendo Rogério Ceni, Miranda, Souza e Leandro como pilares e ainda recebendo os reforços de Hernanes, Alex Silva, Breno e Jorge Wagner. De 2007 para 2008, novamente perdeu algumas peças, mas se prendeu à base remontada para levantar mais uma taça. Veja os times-base de cada ano:

São Paulo 2006
Rogério Ceni; Ilsinho, Fabão, Miranda e Júnior; Josué, Mineiro, Souza e Danilo; Leandro e Aloísio.

São Paulo 2007
Rogério Ceni; Alex Silva, Breno e Miranda; Souza, Hernanes, Richarlyson, Leandro e Jorge Wagner; Dagoberto e Aloísio (Borges).

São Paulo 2008
Rogério Ceni; Miranda, André Dias e Rodrigo; Zé Luís, Jean, Hernanes, Hugo e Jorge Wagner; Dagoberto e Borges.

O Santos de 2004 também sofreu baixas no ano seguinte. Robinho, Leonardo, Deivid, Léo e Elano deixaram o clube e não deram sequência na busca por outro troféu. A base do Peixe de Vanderlei Luxemburgo era: Mauro; Paulo César, Leonardo, Ávalos e Léo; Fabinho, Preto Casagrande, Elano e Ricardinho: Robinho e Deivid.

O Corinthians de 2005 era um elenco milionário e recheado de estrelas, montado para ser campeão e o centro das atenções. Sofreu durante o caminho, mas atingiu o objetivo. No ano seguinte, sabia que perderia seus principais personagens para o futebol de fora do país e assim se deu a história. Tevez, principal jogador na campanha, saiu em meados de 2006, mas foi apenas o começo de uma derrocada que levou ao rebaixamento em 2007.

Já em 2011, o Corinthians evitou que saídas de jogadores fossem prejudiciais e a manutenção do elenco, juntamente com Tite no comando, levou o clube a vencer a Libertadores pela primeira vez em 2012, além do Mundial no final daquele mesmo ano. 

O Flamengo de 2009 foi uma situação ímpar entre os demais campeões. Depois de uma arrancada surpreendente sob o comando de Adriano e Petkovic, o título veio juntamente com a confiança para 2010, que trouxe também Vagner Love para formar o "Império do Amor". A alegria terminou na metade daquele ano com a saída do Imperador e a perda de força para o restante da temporada.

No caso do Fluminense em 2010, havia o poder financeiro do patrocinador para manter e reforçar o elenco. Assim, dificilmente uma peça que saísse deixaria de ser reposta à altura na temporada seguinte. Tanto é que se compararmos os times-base do titulo de 2010 e de 2012, veremos melhoras, além da manutenção de figuras importantes como Carlinhos, Diguinho, Gum e, principalmente, Fred. Já para as saídas de Conca e Emerson Sheik, por exemplo, vieram Deco e Rafael Sóbis. No entanto, de 2012 para 2013, com a parceira diminuindo o investimento, as perdas de Thiago Neves e Deco não foram repostas e o rebaixamento chegou a bater na porta das Laranjeiras. Confira os times-base das duas conquistas:

Fluminense 2010
Ricardo Berna; André Luiz, Gum e Leandro Euzébio; Mariano, Diogo, Diguinho, Conca e Carlinhos; Emerson Sheik e Fred.

Fluminense 2012
Diego Cavalieri; Bruno, Anderson, Gum e Carlinhos; Diguinho, Valencia, Thiago Neves e Deco; Rafael Sóbis e Fred.

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