‘Malandro’, Dé aprova provocações e diz: ‘O que Guerrero fez foi ser otário’

Ex-jogador, conhecido por provocar rivais em campo, defende atitudes para irritar adversários e critica revide do peruano, que em cotovelada poderia ter sido expulso

Rodrigo (Foto: Divulgação/CRVG/Paulo Fernandes)
Rodrigo chamou atenção no clássico por provocações ao atacante Guerrero (Foto: Divulgação/CRVG/Paulo Fernandes)

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Na noite desta quinta-feira, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, Flamengo e Vasco empataram por 1 a 1, em partida válida pela quarta rodada da Taça Guanabara. Mais uma vez, se o futebol apresentado pelas equipes não empolgou os torcedores, a disputa e as polêmicas entre o zagueiro Rodrigo e o atacante Paolo Guerrero ganharam destaque dentro de campo e após o jogo, assim como havia acontecido nos clássicos disputados no ano passado.

A disputa entre Rodrigo e Guerrero gerou muita discussão entre pessoas que compreendem os dois lados. Reconhecido como um dos ex-jogadores mais "malandros" nos tempos em jogava, entre as décadas de 1970 e 1980, Dé, o Aranha, hoje comentarista esportivo, defendeu as provocações entre os jogadores rivais, mas criticou a atitude do atacante peruano, que em chegou a desferir uma cotovelada no zagueiro vascaíno.

- Eu joguei futebol em uma época em que não existiam tantas câmeras, tínhamos apenas videotape. Os jogadores se provocavam de uma maneira sadia, apenas para promover os jogos. Hoje não se pode nada. Eu era folgado, irreverente, mas nunca machuquei ninguém. Eu usava a irreverência para vencer. Eu tentava tirar o adversário do serio. O futebol está chato, previsível. O futebol tem de mudar, temos de ser mais flexíveis. O que o Guerrero fez foi ser otário, poderia ter sido expulso e prejudicado o time do Flamengo - disse Dé, ao LANCE!.



Para Dé, os altos salários pagos aos jogadores nos dias atuais têm influenciado diretamente na baixa qualidade do futebol que tem sido apresentado pelos jogadores.

- Na minha época, nós jogadores jogávamos para vencer e assim poder receber nossos salários, e receber os bichos (prêmio dado pelos clubes por vitória), que eram maiores do que os salários. Hoje tem câmera para todo lado, não pode nada. Hoje tem muita frescura. Naquele tempo nos provocávamos, mas a parte técnica sobressaia. Íamos para campo e o torcedor que fosse ao estádio via futebol. Hoje, futebol que é bom, nada - critica Dé, ressaltando que é preciso mais esportividade entre jogadores e torcedores:

- A rivalidade está se tornando ódio. As pessoas agora se reúnem para se matarem, para brigar. Tenho saudade sim daquele tempo. O jogador hoje não tem compromisso com a vitória, porque mesmo sem vencer o salário dele é alto mesmo. O gol que o Guerrero perdeu contra o Vasco é inadmissível. Quantos craques tem o Flamengo? O Flamengo tem um ex-craque que é o Juan. Reconheço a qualidade dele, mas está em fim de carreira. O Flamengo, o clube mais popular do país, não tem um craque, antes não era assim, tínhamos vários. Isso se reflete na Seleção Brasileira também, que não tem jogadores e futebol à altura de sua história - crítica Dé, que teve duas passagens pelo Vasco.

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