Patrocinador do Corinthians ‘salva’ equipe da Superliga em meio à crise

Presente em todas as edições até hoje, Pinheiros ficou perto de encerrar projeto de 20 anos por falta de recursos, mas empresa garantiu sobrevivência. Outros esportes são afetados<br>

Pinheiros jogará em casa  contra o Praia Clube, pela Superliga de vôlei (Divulgação:Alexandre Arruda/CBV)
Pinheiros tenta manter tradição de chegar ao playoffs da Superliga (Divulgação:Alexandre Arruda/CBV)

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A chegada ao mercado esportivo da Klar, empresa do ramo de limpeza que anunciou patrocínio ao futebol do Corinthians na semana passada, evitou que uma das equipes mais tradicionais da Superliga feminina de vôlei fechasse as portas.

Um dos únicos times presentes em todas as 21 edições do torneio, ao lado do Minas, o Pinheiros não conseguiria manter a tradição nos próximos anos sem o aporte. Até a continuidade na atual temporada seria comprometida.

O elenco era mantido com recursos do clube e da Prime Talents, especializada no gerenciamento de carreira de atletas e artistas. O problema é que a empresa enfrenta dificuldades financeiras, e o Pinheiros precisou reduzir despesas em diversas áreas durante o planejamento para 2016.

Com um orçamento que não chega à 10% do montante dos favoritos ao título, segundo a diretoria, a equipe estava sem patrocinador master havia quatro anos, desde a saída da rede de ensino Mackenzie. O novo vínculo vale por três temporadas.

– O patrocínio da Klar vai garantir a sustentabilidade da equipe. Sem ele, não seria possível manter o projeto. A situação econômica do país está muito difícil – disse ao LANCE! um integrante da equipe, que não quis ter o nome revelado.

O interesse da marca em investir nos esportes foi a salvação. A empresa também apoia o futsal do alvinegro e o piloto Luciano Burti, da Stock Car.

Famoso por revelar talentos, o Pinheiros sentiu o baque financeiro desde a montagem do elenco e perdeu todas as atletas da edição passada, como a oposto Rosamaria, hoje no Camponesa/Minas.

Não foi só o vôlei que sofreu com o corte de gastos. O LANCE! apurou que o clube precisou abrir mão de profissionais em pelo menos outras duas modalidades.

No basquete, o supervisor Cláudio Mortari, que já havia deixado o comando do time masculino adulto para dar lugar a Cesar Guidetti, agora teve o vínculo desligado.

Como alento, a equipe acertou um co-patrocínio com a Public Brokers. A natação também sofreu corte de verba.

Campeão da Copa Brasil do ano passado e reconhecido com uma pedra no sapato dos times grandes, o time de vôlei feminino aparece apenas na décima colocação na Superliga (duas vitórias e cinco derrotas). Na edição passada, terminou em sexto lugar.

Apesar dos problemas, a equipe tem a melhor passadora do torneio, a ponteira Maira (53,5% de eficiência).

Três atletas foram convocadas para a Seleção em 2015: a central Letícia Hage, a oposto Paula e a levantadora Juma. As duas últimas foram campeãs mundiais na categoria sub-23.

O Pinheiros volta à quadra nesta sexta-feira, às 19h30 (de Brasília), contra o São Bernardo, em São Paulo, pela nona Rodada do turno da Superliga.

Clube admite ajustes e justifica saída de técnico

Um dos reflexos da turbulência veio na semana passada, com a demissão do técnico Wagão, auxiliar de José Roberto Guimarães na Seleção Brasileira. Ele estava no projeto havia quatro temporadas. O assistente Paulinho assumiu o posto.

A decisão foi tomada pelo novo presidente do Pinheiros, Roberto Cappellano, que tomou posse no meio do ano, no lugar de Luís Eduardo Dutra Rodrigues. A troca significou um rompimento na antiga estrutura de poder do clube, que era administrado por outra corrente política.

"Entendemos ser o momento de uma renovação no comando da equipe, aliada à necessidade do clube em ajustar seus investimentos no esporte competitivo", informou a assessoria do clube, em nota enviada ao L!.

Veja a posição do Pinheiros

A Diretoria do Esporte Clube Pinheiros, em respeito às suas responsabilidades e atribuições, promoveu algumas mudanças na Comissão Técnica do time principal de Vôlei Feminino. É chegada a hora de nos despedirmos do técnico Wagner Coppini Fernandes (Wagão), a quem agradecemos os excelentes serviços prestados no comando da equipe adulta de voleibol feminino ao longo das últimas temporadas, trajetória coroada de sucesso que o levou a dividir seu tempo entre o Clube e a Seleção Brasileira, que reconhecendo seu valor passou a contar com sua colaboração. Entendemos, porém, ser este o momento de uma renovação no comando da equipe, aliada à necessidade do clube em ajustar seus investimentos no esporte competitivo. Dessa forma, respeitando os princípios do nosso clube - foco na formação de atletas e técnicos - apostaremos nos talentos que aqui se desenvolverão – promovendo o assistente técnico Paulo de Tarso Milagres para o cargo de treinador. Estamos certos de que, como fizemos recentemente com a nossa equipe de basquete masculino adulto – com a efetivação do auxiliar Cesar Guidetti ao comando do time, essa renovação será importante para o nosso esporte competitivo. Desejamos sucesso ao técnico Wagner Coppini Fernandes, reiterando o compromisso do Clube com o desenvolvimento do esporte olímpico de maneira transparente e sustentável.

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