Los tricolores: saiba como se virar em Buenos Aires

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Nunca antes em seus mais de 400 anos de existência Buenos Aires esteve mais tricolor do que estará na quarta-feira. Mais de dois mil torcedores do Fluminense se despencarão até a capital argentina para assistir à partida contra o Boca Juniors. Mas para que a viagem seja perfeita, não basta que o time de Abel Braga brilhe e acabe com a invencibilidade de 36 jogos dos donos da casa. Será preciso tomar alguns cuidados para que o passeio não se transforme em problema.
Para começo de conversa, é recomendável que os tricolores cheguem na Bombonera dentro da escolta que a polícia local preparou em conjunto com o departamento de arenas do Fluminense. No último jogo entre as equipes, pela Libertadores de 2008, no Maracanã, houve confronto entre as torcidas organizadas. Naturalmente, em menor número. Todo cuidado é pouco para evitar uma revanche.
Nem todos os torcedores, porém, devem conseguir ir até o estádio nos ônibus, micro-ônibus e vans que serão destinados aos tricolores. Recomenda-se que esses evitem ir uniformizados para a partida. Quem conhece o estádio muito bem sabe que as redondezas não são muito generosas para quem não é boquista.
- Realmente, a saída de La Bombonera é muito difícil para os torcedores visitantes - admitiu Alejandro Jozami, 23 anos, torcedor do Boca Juniors e frequentador assíduo do estádio, mas morador do Rio de Janeiro, local onde estuda administração.
Enquanto o momento da partida não chega, vale a pena aproveitar os pontos turísticos de Buenos Aires. Nessas horas, é importante manter a atenção redobrada ao caminhar pelas ruas da cidade. A Casa Rosada, o Obelisco e o Zoológico de Buenos Aires são pontos legais de visitar.
Crescem crimes contra brasileiros
De acordo com informações do Consulado-Geral do Brasil na capital argentina, o número de brasileiros assaltados aumentou. Ano passado, precisamente 3.039 pessoas tiveram de solicitar Autorização de Regresso ao Brasil junto ao consulado em Buenos Aires por conta da perda de documentos. Em 2010, foram 2.623, e, no ano anterior, 1.508.
- Todos têm se perguntado a respeito da violência dos torcedores do Boca Juniors. É algo que tem preocupado. Mas eu acho que é só tomar cuidado que nada de mal vai acontecer - disse o tricolor Alfredo de Carvalho, 28 anos, em Buenos Aires desde segunda-feira para assistir à partida.
Contudo, um dos motivos para o crescente número de brasileiros sendo assaltados na cidade pode ter uma simples justificativa. Ultimamente, muitas pessoas têm saído do país para conhecer a Argentina devido às facilidades encontradas em pacotes de viagens e até mesmo com a desvalorização recente do peso argentino, moeda utilizada na Argentina, deixando o real com um valor de mercado bem acima.
Diário de viagem
"Os estereótipos nunca morrem"
É impressionante como a proximidade entre Brasil e Argentina (é mais rápido ir de avião do Rio para Buenos Aires do que para Natal, no Rio Grande do Norte, por exemplo), não impede que os dois países estejam distantes na forma como se veem. Desembarquei pela primeira vez na capital argentina esperando uma enxurrada de "mullets" pelas ruas (aquele corte de cabelo cafona que cobre o pescoço) e me decepcionei com a falta deles. Assim como me surpreendi com o fato de que nem todo argentino tem um ar arrogante, como costumam dizer. O taxista que me levou ao hotel era simpático, por exemplo. Mas ficou triste ao saber que o Carnaval não durava mais do que uma semana (como se uma hora o ano não tivesse de começar, de fato, no Brasil). Assim que soube a cidade de onde eu vinha, perguntou, entusiasmado: "Foi onde gravaram Ciudad de Dios, não foi? É um grande filme. Deve ser difícil controlar lugares como aqueles". Os estereótipos nunca morrem mesmo. E assim ficamos marcados.
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