Torcida sul-coreana leva política para arquibancada

A rivalidade histórica entre Coreia do Sul e Japão, tradicionais inimigos de guerras, invadiu a arquibancada do Estádio Sangam, em Seul, nesta terça-feira, durante amistoso entre as duas equipes. O empate em 0 a 0 ficou marcado pelas manifestações políticas dos fãs coreanos, que lembraram os conflitos de séculos passados.

A eufórica torcida anfitriã, estimada em quase 60 mil pessoas, manteve durante toda a partida uma faixa com os dizeres: "não há futuro que arruine a história". A frase faz menção às lutas entre os dois países que aconteceram durante quase 500 anos. De 1910 a 1945, o Japão chegou a anexar o vizinho, que conseguiu recuperar sua independência.

Durante o jogo, dois bandeirões voltaram a lembrar conquistas coreanas. Um deles era do comandante naval Yi Sun-Sin, que venceu importantes batalhas contra os japoneses entre 1592 e 1598. O outro era de Sejong, lendário líder coreano que, no século XV, propagou o hangul, dialeto nativo local que deu origem à língua atual do país.

Do outro lado da arquibancada, os japoneses também demonstraram entusiasmo, mas não fizeram manifestações políticas. Por precaução, o grupo de cerca de mil visitantes teve a companhia de aproximadamente 50 policiais. O clima foi de tranquilidade.

Só em campo
As questões políticas, no entanto, ficaram apenas do lado de fora do gramado. Após a partida, jogadores coreanos reconheceram que o apoio da torcida é diferente em partidas contra o Japão, mas não citaram os incidentes passados.

- Sempre sentimos essa diferença contra o Japão. É um apoio muito forte, que ajuda muito lá na frente - afirmou ao LANCENET! o lateral Young-Pyo Lee, capitão da seleção da casa nesta terça.

Já o volante Hyung-Min Shin comparou o clássico asiático com outro bem conhecido da torcida brasileira:

- O jogo contra o Japão é muito diferente, pois a pressão é muito grande, principalmente antes da partida. O apoio da torcida também é diferente. É como se fosse um Brasil x Argentina.