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Saída de Joel reflete bastidores políticos do Cruzeiro

Dia 27/10/2015
22:42

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A demissão do técnico Joel Santana, nesta sexta-feira, reflete o atual momento político vivido pelo Cruzeiro. Contra as cobranças por parte da torcida, a cúpula celeste aposta em Emerson Ávila para que o time tenha uma sequência melhor no Brasileiro e amenize a pressão. O ex-treinador deixa a Toca da Raposa justamente no mês em que a situação política do clube ganhará contorno e apontará, em outubro, o presidente para o triênio 2012-2014.

Na próxima semana, Antônio Claret, ex-diretor de marketing celeste, deverá lançar a sua candidatura e apresentar a chapa que irá disputar o pleito contra o candidato de Zezé Perrella, Gilvan de Pinho Tavares. O estatuto do clube, inclusive, já foi solicitado por Claret há alguns dias.

Dispensado do Cruzeiro, Joel diz que ficha não caiu

As eleições ainda não têm data marcada para acontecer e são previstas para a segunda quinzena de outubro. O LANCE!NET apurou que a situação, porém, cogitou antecipar o processo para o dia 3 de outubro. Dessa maneira, a oposição que pode ser oficializada teria menos tempo para promover a campanha.

Ainda com Joel Santana no comando, o Cruzeiro tentou minimizar as cobranças, mandando os jogos no Campeonato Brasileiro em Uberlândia e Ipatinga. Em Sete Lagoas, onde o time estava atuando, já houve protestos direcionados à atual diretoria.

SUBSTITUTO

O Cruzeiro informou que não procurou o técnico Renato Gaúcho em momento algum para a vaga de Joel. O LANCENET! apurou que o treinador foi oferecido, mas os valores pedidos foram considerados exorbitantes pela diretoria. No Grêmio, clube em que Renato estava antes de assumir o Atlético-PR, ele ganhava cerca de R$ 280 mil.

A SAÍDA

A decisão de demitir Joel Santana foi tomada na noite de quinta-feira e foi determinada pelo presidente Zezé Perrella, após uma ligação do diretor de futebol, Dimas Fonseca. Entre 20h e 21h de quinta, Perrella, que estava em Brasília, onde exerce o cargo de Senador, deu o aval para Fonseca comunicar ao treinador que não continuaria no clube.

Ao contrário de Cuca que dividia opiniões no grupo cruzeirense, Joel Santana tinha a simpatia dos jogadores e era considerado por muitos um bom conciliador. A falta de sequência durante os 15 jogos em que esteve à frente do time foi um fator considerável que deixava a situação de Joel instável.

O fato de não ser uma unanimidade para a diretoria celeste ficou evidente nas negociações para a contratação do volante Diogo, do Fluminense. O interesse celeste pelo jogador surgiu bem no início de agosto, por indicação de Ronaldo Torres, preparador físico trazido para a Raposa pelo treinador.

- Perdemos muitos jogadores e me lembrei desse garoto, Diogo, que estava encostado no Fluminense, voltando de lesão. Era um bom nome e sugerimos a contratação dele. Infelizmente, quando mostramos o interesse, o Fluminense começou a utilizá-lo novamente e o negócio não andou – esclareceu Ronaldo ao LANCE!NET, antes mesmo da queda de Joel.

As conversas, porém, não avançaram porque o Cruzeiro esfriou os contatos com o Fluminense, feitos por meio de Reinaldo Pitta, e com o empresário do jogador, Luiz Taveira. Na época, por coincidência ou não, a Raposa atravessou sua pior fase sob o comando do ex- treinador, com quatro derrotas seguidas: Atlético-GO, Botafogo, Flamengo e Internacional.

A desistência da contratação de Diogo se deu logo após a derrota para o Inter, no dia 7 de agosto. Nesse mesmo período, o Cruzeiro sondou o técnico Celso Roth no mesmo dia em que ele acertou o contrato com o Grêmio.

Entre 20 de junho e 2 de setembro, Joel Santana conseguiu na Raposa oito vitórias e sete derrotas no Campeonato Brasileiro.

Confira alguns números de Joel Santana no Cruzeiro:

Aproveitamento: 53,3%
Jogos: 15
Vitórias: 8
Empates: 7
Gols pró: 24 (1,6 de média/jogo)
Gols contra: 18 (1,2 de média/jogo)
Maior vitória: Cruzeiro 5x0 Avaí (13/08/2011)
Maior derrota: Cruzeiro 2x4 Figueirense (31/08/2011)
Maior série de vitória: 3 partidas
Maior série de derrotas: 4 partidas

Aproveitamento de Joel perto dos últimos técnicos:

Vanderlei Luxemburgo (2002-04) – 70,4% em 107 partidas
Cuca (2010-11) – 67,7% em 60 partidas
Adilson Batista (2008-10) – 63,7% em 170 partidas
Luiz Felipe Scolari (2000-01) – 63,5% em 75 partidas
Levir Culpi (1996-98-9905) – 63,2% em 257 partidas
Marco Aurélio (2000-01-02-04) – 59,2% em 99 partidas
Paulo César Gusmão (2004-05-06) – 59,1% em 97 partidas
Paulo Autuori (1997-99-00-07) – 58,8% em 86 partidas
Joel Santana (2011) – 53,3% em 15 partidas
Dorival Jr. (2007) – 52,5% em 40 partidas

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