Pelas laterais, Cruzeiro!

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O único resultado que interessa no Cruzeiro são os três pontos, hoje, às 18h, contra o Atlético-GO, na Arena do Jacaré. O rival em questão é uma das surpresas do campeonato, ao lado do Figueirense, e tem complicado para os times grandes – na última rodada goleou o São Paulo por 3 a 0, causando a demissão de Adilson Batista. A boa fase do rival é comentada pelo técnico Vágner Mancini, que já fez a lição de casa e entende a forma de jogar do adversário.
- É uma equipe que joga muito simples, atrás da linha da bola, no erro do adversário. O Hélio (dos Anjos) fez com que sua equipe fosse muito competitiva. Isso faz com que dobremos a atenção. Não podemos esperar muito, temos que atacar desde o início do jogo. Vamos enfrentar uma equipe que vive um excelente momento – constatou Mancini.
Já o meia Roger considera o fato de não ter pressão por disputar título ou rebaixamento facilita a maneira de jogar do Atlético.
- Acho que é um fator que facilita para eles, jogar sem pressão, resolveram o ano. Quando joga assim flui mais. Mas com todo respeito ao Atlético-GO esse jogo não podemos passar – afirmou.
Mas o time goiano, apesar da boa campanha, não é imbatível e tem os seus pontos fracos. O Lance! analisou o próximo adversário cruzeirense e percebeu que o caminho para o triunfo é atuar como um bom mineiro: comendo pelas beiradas. O ditado encaixa bem nessa situação, afinal, a principal falha do Dragão é a marcação dos seus laterais. Velhos conhecidos da Raposa – por terem jogado no Atlético -, Rafael Cruz, pela direita, e Thiago Feltri, na esquerda, fazem muita bem a função ofensiva, sendo armas no ataque. No entanto, os dois pecam muito na hora da contenção defensiva.
Na partida contra o Corinthians, os goianos foram dizimados pelas pontas. Tite colocou dois atacantes em cima dos alas, que não conseguiram atuar. Com três gols logo na primeira etapa. O Palmeiras também teve sucesso com a estratégia, mas falhas de sua defesa impediram a vitória e o Alviverde apenas empatou com o Dragão.
Observando o planejamento de Vágner Mancini para o duelo pode-se perceber que os flancos serão bem explorados. Diego Renan e Vitor, os laterais celestes, ganham liberdade no esquema com três zagueiros e poderão atacar bastante. Com o centroavante Anselmo Ramon de referência na área, os cruzamentos podem ser explorados, trazendo ainda mais problemas para o Dragão.
Márcio é a referência do Dragão
O goleiro Márcio é o principal nome do Atlético-GO nesse Campeonato Brasileiro. Desde 2007 em Goiânia, o camisa 1 é o capitão do Dragão, líder da equipe e principal ídolo do torcedor. Com a camisa rubronegra, Márcio foi tricampeão goiano (2007, 2010 e 2011) e também levantou o troféu de campeão da Série C, em 2008. Além disso, em 2009, ajudou o time a subir para a Série A depois de 24 anos amargando as divisões inferiores do futebol nacional.
Não bastasse a atuação embaixo das traves, Márcio também se destaca nas cobranças de falta. O jogador já marcou 14 gols na carreira, todos no Dragão. O jogador é a principal referência da boa defesa do Dragão e está com a confiança em alta devido à boa campanha goiana no Brasileirão.
Mas Márcio não é apenas virtudes. Existem formas de vazar o goleiro. Afinal, já foram 34 sofridos no campeonato. O camisa 1 é um pouco baixo para a posição – com 1,84m – e sofre um pouco nas bolas mais altas. Para se ter uma comparação, Fábio, do Cruzeiro, é 4 centímetros mais alto que o seu colega de posição. Márcio peca um pouco na agilidade e tem o costume de rebater para o meio da área, atenção ao rebote dos atacantes pode fazer a diferença em favor da Raposa.
Confiança do craque
Já virou rotina no Cruzeiro comentar sobre o quão incômodo tem sido o jejum de vitórias. A necessidade de vitória tem, segundo os próprios jogadores, atrapalhado um pouco dentro de campo na hora de escolher a melhor jogada. Mesmo assim, com toda a dificuldade encontrada em conquistar três pontos, os celestes não desanimam e abaixam a guarda. Principal nome do clube, Montillo ressalta que tem gostado do trabalho realizado por Vágner Mancini, um dos motivos para acreditar que a reação é possível.
- O time tem que vencer há muito tempo, porque nunca viveu uma situação de não vencer há onze rodadas. Então, o time precisa da vitória, eu acredito no time, nos jogadores que temos, acredito no trabalho do Vágner também, que está sendo bem feito. Mas vamos enfrentar uma equipe difícil, não vai ser um jogo fácil, mas temos que começar a ganhar porque os times que estão lá embaixo, em algum momento, também vão conseguir a vitória – destacou.
Vágner Mancini comandou o Cruzeiro em quatro partidas neste Brasileirão. Foram dois empates e duas derrotas, entretanto é consenso geral que a Raposa evoluiu bastante com o novo comandante.
Rival já foi freguês no passado
O Atlético-Go se tornou uma pedra no sapato cruzeirense nos dois últimos anos, sobretudo quando joga em Goiânia. No Serra Dourada, venceu a Raposa por 2 a 1 e 2 a 0, em 2010 e 2011, respectivamente. Contudo, o retrospecto entre as duas equipes conta uma história favorável ao Cruzeiro.
Os dois times já se enfrentaram em seis ocasiões, com 4 vitórias celestes. A maior goleada do confronto ocorreu em 1969, pela Taça Brasil, em jogo disputado no Mineirão. Mas não precisa viajar 42 anos no tempo para encontrar um resultado positivo para o clube mineiro. No ano passado, na mesma Arena do Jacaré, palco do embate deste domingo, a Raposa goleou o rival por 3 a 0.
No dia 29 de setembro, o Cruzeiro dominou do início ao fim o Dragão. Caçapa, Montillo e Wallyson fizeram os gols do triunfo. Até cinco celestes que participaram daquela partida podem estar em campo neste domingo.
Responsabilidade aumenta
Não bastasse o jejum de vitórias, o Cruzeiro terá uma responsabilidade muito maior contra o Atlético-GO. Após o triunfo do Galo, 2 a 0, sobre o Fluminense, ontem, a Raposa entrou na zona de rebaixamento, 31 pontos e na 17ª colocação. Agora, a situação celeste fica ainda mais complicada, com a conquista dos três pontos virando uma obrigação.
Ciente do drama vivenciado pelo Cruzeiro na 31ª rodada. O lateral-esquerdo Diego Renan pede que a calma seja mantida. A pressão tem que ficar do lado de fora do gramado, para que o time celeste consiga desempenhar o melhor futebol contra o Dragão.
- Estamos tranquilos quanto a isso. Faremos de tudo para que o Cruzeiro saia dessa situação e não pouparemos esforços no jogo de domingo. Todos aqui estão cientes da responsabilidade, mas também focados e com muita vontade de voltar a ganhar. Sabemos que o jogo contra o Atlético-GO está longe de ser considerado fácil, mas temos qualidade suficiente para vencer e não ficar na zona de rebaixamento – ponderou.
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