Do papo à brincadeira, Sampaio 'muda' o Palmeiras

- Matéria
- Mais Notícias
Eram dez jogos sem vitórias. Hoje, são três sem derrotas. Luiz Felipe Scolari vê mudança de ambiente na Academia de Futebol e credita isso a César Sampaio.
Mas o que mudou, para valer? Felipão continua não sendo unanimidade entre os jogadores, mas a chegada do gerente "desarmou" muitos deles contra o treinador.
O ambiente ficou mais leve, pois muitos atletas se queixavam por não terem um canal direto para expor problemas. Os que não são próximos de Felipão, se fechavam. Roberto Frizzo, vice, está longe de ser homem de confiança do grupo.
Sampaio, primeiro, fechou os atletas em um sala, sem o técnico, e se dispôs a demiti-lo se houvesse queixas. Alguns relatam que não se manifestaram por "medo". Mas a simples atitude, de uma conversa franca, aberta, agradou a maioria, que passou a reclamar menos do treinador e se sentiu protegida.
Os jogadores elogiam o tom do gerente e, principalmente, vêem nele um ídolo, multicampeão pelo Palmeiras, com bagagem a ser respeitada. Hoje, a ideia é de que há um chefe com autonomia para ouvi-los.
Antes da viagem para Salvador, o gerente entrou em uma roda de brincadeiras, histórias e piadas com boa parte do grupo, no vestiário do CT.
César Sampaio já chamou atletas para conversas individuais. Foi o caso de Valdivia, que ouviu o gerente, ao lado de Galeano, ressaltar sua importância para o clube, necessidade de cuidar mais do físico após um ano de muitos problemas do chileno.
O Mago sempre teve um pé atrás com Felipão. Ouvir tais palavras de um terceiro foi algo importante. Sampaio ressaltou o quanto Scolari aposta no meia para 2012. Em campo, Valdivia fez o que considerou seu melhor jogo do ano, contra o Bahia.
– Quando se fala olho no olho, vai se entendendo. César é simples, muito correto na forma de falar – afirmou o Luiz Felipe Scolari.
Demissões fortalecem treinador
Luiz Felipe Scolari está mais calmo internamente. Se a chegada de César Sampaio já o agradou, a demissão do gerente administrativo Sérgio do Prado e de alguns membros da assessoria de imprensa também o satisfez.
Verdade ou não, Felipão acreditava que o ex-gerente e os chefes da assessoria "vazavam" informações que tumultuavam o clube. O vice Roberto Frizzo, que é minado politicamente, era contra as mudanças e fica enfraquecido.
Agora, resta Arnaldo Tirone entregar os bons reforços prometidos. Sampaio trabalha nisso.
O fracasso das negociações com Wagner é atribuído a Frizzo, na visão de pessoas próximas ao treinador. O vice teria se precipitado em tratativas ao entrar em um negócio quase fechado. Frizzo alega que tal assunto sempre foi tratado por Tirone.
As mudanças
1 - Verdão não ganhava há sete jogos quando César Sampaio assumiu. Eram três derrotas seguidas antes da partida contra o Coritiba, que o Palmeiras perdeu de novo: 2 a 1, em 6 de novembro. Depois, time não foi mais derrotado: empatou com Grêmio (2 a 2) e Vasco (1 a 1) e voltou a vencer, contra o Bahia (2 a 0).
2 - Ambiente estava conturbado ao extremo. Com Kleber afastado, boa parte do grupo tinha queixas sobre declarações e métodos de Felipão. O diálogo era mínimo com o técnico e diretoria. Sampaio resolveu "jogar limpo", conversou com o grupo de forma clara e iniciou conversas individuais com alguns atletas.
3 - Felipão viu um aliado chegar na diretoria e se sentiu fortalecido. Frizzo não é homem de confiança do treinador, que ainda reclamava de "vazamentos" de notícias e se queixa do ex-gerente Sérgio do Prado. César Sampaio tem ótimo relacionamento com o vice-presidente e também com o técnico para amenizar problemas.
- Matéria
- Mais Notícias















