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Novo esquema do Cruzeiro apresenta deficiências

Torcedores do Vasco pedem por clássico em São Januário na sede do Botafogo (Foto: Divulgação)
imagem cameraTorcedores do Vasco pedem por clássico em São Januário na sede do Botafogo (Foto: Divulgação)
Dia 28/10/2015
04:56

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O resultado foi ótimo, vitória de virada, 3 a 2, sobre o Atlético-GO, considerando às circunstâncias da Raposa no Campeonato Brasileiro – quando entrou em campo o Cruzeiro estava na zona de rebaixamento. Contudo, nem tudo foi maravilha no domingo passado. Apesar de elogiado pelo técnico Vágner Mancini, o esquema com três zagueiros não foi perfeitamente assimilado pelos jogadores, que em alguns momentos bateram cabeça. Nos dois gols do Dragão, os defensores celestes se posicionaram em linha, facilitando a entrada por trás da marcação de Thiago Feltri e Felipe, que não tiveram dificuldades para bater o goleiro Fábio.

O zagueiro Naldo foi o atleta que mais apresentou problemas para encontrar o seu posicionamento. Atuando pela esquerda, o jogador falhou em lances capitais e não conseguiu acompanhar a velocidade do atacante Felipe, sendo batido com costumeira frequência. No entanto, o jogador garante que somente o tempo de trabalho fará com que os celestes consigam se adaptar ao 3-5-2.

- Tem que treinar. É recente (o esquema). Porque, geralmente, jogávamos no 4-4-2 ou 4-3-3, mas se o técnico quer continuar assim, temos que treinar, ver o que foi feito de positivo e os erros também. Temos uma semana longa e vamos fazer o melhor para não cometer erros – disse.

Outros fatores também têm que ser considerados para entender as falhas defensivas da Raposa. Sem jogar uma vez no ano com três defensores, o técnico Vágner Mancini trabalhou apenas três vezes a nova formação antes da partida contra o Dragão. Além disso, durante o jogo, Mancini sacou um lateral e colocou mais um armador, deixando ainda mais desprotegido o setor defensivo.

- Em alguns lances no decorrer do jogo houve falhas, mas pelas dificuldades, campo pesado, a correria para fazer o resultado. Mas treinando mais, vamos corrigir os erros. Agora é hora de acertar. Graças a Deus no último jogo deu tudo certo, conseguimos virar a partida e os erros que cometemos, vamos procurar não cometer de novo – destacou Naldo.

Apesar de entender que a atuação defensiva celeste não foi perfeita, o zagueiro Léo lembra que a dedicação e a raça, algumas vezes, superam a organização tática.

- Quando as coisas não saem do jeito que planejamos, tem que ser na vontade, na raça, com determinação. E nada disso faltou ao nosso time, que teve personalidade para buscar o resultado. Numa situação como a que vivemos, a pressão é grande, mas tivemos força para conseguir a vitória.

COM A PALAVRA – Nonato, ex-lateral-esquerdo do Cruzeiro

Realmente fica difícil. Foi a primeira vez e demora a adaptar. Mas sou de uma filosofia que futebol é resultado. Não adianta jogar bonito, e não ganhar o jogo. Na situação atual o importante são as vitórias. Elas vão trazer a tranqulidade para que eles possam jogar. Acho que os jogadores atuais têm que saber jogar em todos os sistemas. Antigamente era o 4-3-3 e o 4-4-2; mas hoje tem time que muda de tática de um jogo para outro. Mas acredito que o Vágner Mancini (técnico da Raposa) não fez a mudança tática de última hora, deve ter treinado a formação a semana inteira. Uma dificuldade que os zagueiros têm é que no 3-5-2 o lateral vira ala. Então, as vezes, quando o atacante cai pelos lados, o zagueiro acha que não tem que acompanhar. Acha que é função do lateral, mas se o ala fizer isso vai ficar três zagueiros para marcar o atacante que sobrou. Não tenho que trazer meu lateral para marcar. Essa é a dificuldade.

COM A PALAVRA – Piazza, ex-volante do Cruzeiro

Com três zagueiros alivia um pouco os volantes. Não precisa jogar com três volantes. Dá mais força na parte ofensiva e pode colocar jogadores mais técnicos. A movimentação fica, aparentemente, melhor dividida. Porque os médios não precisam sair para fazer cobertura nas laterais do campo. Os volantes podem ficar mais centralizados, na proteção, que a jogada sempre morre na frente do gol. Mas para funcionar é preciso de tempo, de treinamento. Isso não acontece agora. Você precisa passar na prática para os jogadores, senão eles se perdem. Pois estão acostumados em jogar em um espaço, e quando isso muda, ele fica um pouco perdido. Os lances do Cruzeiro e Atlético-GO não eram para os atacantes (adversários) estarem sozinhos. O Cruzeiro não tem uma boa composição, pode ganhar no futuro, mas será no final da competição e é mais complicado. Outra parte fundamental é, independente do esquema, você precisa é estar preparado na parte física.

Laterais ganham liberdade

Jogando com três zagueiros, os maiores beneficiados são os laterais. Afinal, eles ganham um papel mais importante no ataque e deixam a obrigação da marcação primeiramente para os zagueiros e volantes. Obviamente que o ala não vai parar de ter função defensiva, mas ela diminui bastante em relação aos esquemas com apenas dois zagueiros.

- O 3-5-2 proporciona mais liberdade para o lateral subir e atacar com mais tranquilidade. Mas isso não quer dizer que temos que deixar de lado a marcação. Mesmo com a proteção dos volantes e com um zagueiro de sobra, é fundamental voltar para recompor o sistema de marcação. Portanto, mesmo com certa liberdade, é preciso ter precaução, saber avançar na hora certa – explicou.

Nonato, ex-lateral da Raposa, explicou na prática como funciona o posicionamento do ala na formação tática 3-5-2. O ídolo celeste afirma que a marcação para os jogadores dessa posição começa praticamente no meio de campo, não tendo que retornar com frequência à zaga para coibir os avanços pela ponta.

- Para eles facilita mais. É diferente de jogar no 4-4-2. Eles têm que ficar lá atrás e sair apenas com a posse de bola. No 3-5-2 já marca no meio de campo. Isso facilita para um lateral que tem característica ofensiva – disse Nonato, que marcou época jogando na lateral-esquerda do Cruzeiro.

Elemento surpresa nos jogos

Com a familiaridade de Léo, Victorino e Naldo ao esquema 3-5-2, a Raposa pode ganhar uma nova arma ofensiva para surpreender os seus adversários. Levando em consideração que o esquema com três defensores permite, com um volante ou lateral voltando para fazer o balanço defensivo, que um zagueiro suba ao ataque para tentar criar uma situação diferente para a marcação do rival ter que se adequar.

O Cruzeiro ainda não teve gols de nenhum zagueiro ou lateral nesse Campeonato Brasileiro. Apenas os homens de frente e os meias balançaram as redes pela Raposa. Apesar da jogada aérea, em cobranças de escanteio ou falta, estar sendo bastante utilizada nos últimos jogos, os atacantes têm se aproveitado melhor desse tipo de artifício.

Contudo, o zagueiro Léo espera que o time celeste se adeque rapidamente à formação tática e os zagueiros também possam ter o seu momento de glória no Brasileirão.

- Qualquer um dos três pode chegar à frente como elemento surpresa. Isso pode fazer a diferença em partidas equilibradas como as do Brasileiro. Estamos trabalhando para aperfeiçoar esse novo sistema. Foi só o primeiro jogo. Precisamos fazer alguns ajustes, mas a tendência é melhorar – destacou.

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