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Marinho, sobre semifinal: ‘Fico com o coração dividido’

Dia 27/10/2015
22:43

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Com passagens bem diferentes por Bangu e Botafogo, o ex-craque Marinho não sabe para quem torcer na semifinal deste sábado, às 18h30, no Engenhão.

- Estou com o coração dividido. Vou ao jogo, mas qualquer resultado vai me deixar feliz. Quem ganhar, ganhou. A minha mulher é botafoguense fanática e está me pressionando (risos) - disse o ex-ponta.

O melhor jogador do Campeonato Brasileiro de 1985 lembra com carinho dos tempos de Bangu e Botafogo, especialmente da relação com os cartolas dos clubes de sua época, que também eram contraventores.

- O Castor de Andrade (do Bangu) era um homem maravilhoso, era como um pai para mim. Depois dele, veio outro homem incrível na minha vida: Emil Pinheiro (do Botafogo). Castor e Emil eram idênticos. A única coisa que mudou do Bangu para o Botafogo foi receber em cheque em vez de dinheiro vivo - revelou, com os olhos marejados de lágrimas.

EX-CRAQUE ALERTA ADRIANO E JOBSON POR FALSOS AMIGOS

Depois de ter superado o vício, Marinho hoje fala com experiência e faz um alerta para Jobson e Adriano não irem pelo mesmo caminho que acabou destruindo parte de sua carreira dentro dos gramados.

- Eles têm que ter cuidado com os falsos amigos. Amigo de verdade é aquele que troca uma ideia com você, não esses falsos que só querem o seu dinheiro. Depois, eles te abandonam mesmo - disse.

O ex-craque do Bangu também falou da dificuldade em recuperar o tempo perdido.

- Resgatar o que você perdeu é complicado. O cara tem que aceitar e dizer "Eu perdi". Depois, lutar para conquistar tudo de novo e continuar vivendo. Jobson e Adriano têm muitos exemplos. Eles têm a faca e o queijo na mão, só falta cortar o queijo - contou.

MARINHO FAZ APELO PARA REBER APOSENTADORIA

Aos 54 anos, Marinho mora numa humilde residência alugada em Realengo, na Zona Oeste do Rio. Desempregado há sete meses, ele vive com um salário mínimo pago pela Fundação Garantia do Atleta Profissional (Fugap) e faz um apelo para que muitos ex-jogadores não deixem de receber a ajuda financeira.

- Estamos lutando para que a Fugap não feche as portas. Tem ex-jogador que depende exclusivamente desse dinheiro para sobreviver. Eu servi à Pátria, servi ao Brasil, eu mereço aposentadoria - disparou o ex-ponta, que também cobra mais atitude dos boleiros.

- O problema é que a classe dos jogadores é desunida. O Zico, o Júnior e tantos outros poderiam estar nos ajudando nessa luta - finalizou.

A Fugap recebe 2% da renda líquida dos jogos realizados no Maracanã, mas corre o risco de encerrar suas atividades devido às obras no estádio.

'A ÚNICA MÁGOA QUE TENHO É COMIGO', DIZ O EX-JOGADOR

Mesmo sabendo que poderia ter ido muito mais longe na carreira de jogador, Marinho não elege culpados pelos problemas que enfrentou.

- A única mágoa que tenho é comigo. Só tem uma coisa que me arrependo: a conduta que tive com meus familiares, com meus chefes, mas também tenho a certeza que superei tudo aquilo. Estou há mais de 20 anos longe do vício. Naquela época, até os amigos leais saíram fora. Hoje, tenho oito filhos e cinco netos. A gente erra para ganhar - declarou.

Com problemas na virilha, Marinho só consegue bater uma bolinha por 20 minutos. Ele diz sentir saudades dos tempos de jogador.

- Aquela emoção que você sente quando sai do vestiário e vai para o gramado é maravilhosa. Você pensa na sua família, na sua equipe. Tenho muitas saudades de campo, daquela convivência de concentração - lembrou.

- Troca de passes com Marinho:

Está trabalhando?
Estou há sete meses sem trabalhar. Antes, estava trabalhando no Bangu e depois fui para o Juventus de Realengo.

Vejo que você está vestindo uma camisa do Botafogo. Tem algum pedido a fazer para a diretoria do clube?
Seria muito importante ter uma chance de trabalhar nas categorias de base do Botafogo. Tenho experiência em outros clubes.

É verdade que você, Mauro Galvão e Paulinho Criciúma foram parar no Botafogo porque o Castor perdeu uma aposta em mesa de jogo?
Não sei bem ao certo como aconteceu. Só recebi uma ligação do Castor dizendo que era para me apresentar ao Botafogo tal dia. Eu perguntei o porquê e ele respondeu que era “um problema” que ele tinha. Foi bom pra mim, dei um salto na carreira. Acabei me apaixonando pelo clube. Fui campeão em 1989, mas abandonei o Botafogo após a morte do meu filho. Foi uma guinada negativa na minha vida profissional e pessoal. Perdi o casamento, fiquei sozinho no Rio e encontrei os falsos amigos.

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