De mãos dadas: torcida abraça o Botafogo

Um choque de ordem psicológico tomou conta do Botafogo na última quarta-feira, na reapresentação do elenco. Antes do treino, uma hora de papo entre Oswaldo de Oliveira, dirigentes e jogadores. O técnico emocionou os comandados com pedido de dedicação. Enquanto isso, 100 torcedores esperavam pelo time na arquibancada de General Severiano. Foi dia de exorcizar os fantasmas de 2011, ano de dificuldade.

Era um recomeço. Mesmo já conhecidos, todos os jogadores foram apresentados em desfile no gramado, com direito a autógrafos e fotos com torcedores. Tratamento digno de campeão, dado para que sirva como inspiração nesta temporada.

– Para virar ídolo da torcida, ser tratado com carinho, só mesmo com títulos. Estou pronto para fazer essa união com a torcida – falou o meia Andrezinho.

Uma atmosfera diferente tomou conta do Botafogo. Mesmo sem muitos motivos para sorrir, já que o clube é o único grande carioca fora da Libertadores e passa por momento de indefinição na formação de sua cúpula de futebol, agora composta por uma comissão, a torcida abraçou o elenco. Para Oswaldo de Oliveira, chega a ser surpreendente a grande mobilização do público.

– De certa forma, foi surpreendente ver tanta gente na arquibancada. Foi um primeiro contato muito legal. Precisamos trabalhar no sentido de integrar torcida e time – comentou Oswaldo de Oliveira, que revelou o tom usado no primeiro diálogo com o elenco alvinegro.

– Nessa reunião, só eu falei. Eu sou assim, calmo, mas tenho momentos de tensão. E esse era um momento tenso e emocional – disse.

A tensão muito se deve pelo ano passado com um final trágico. De candidato ao título para o nono lugar. Agora, a temporada inicia apenas com dois reforços. As dificuldades são inúmeras, mas o clube já sofreu muito com elas. No ano novo, resta acreditar que dias melhores virão.

– Há uma preocupação com os reforços e certamente eles chegarão. O que foi feito em 2011 foi bom, mas não o suficiente. Quero maior entrega dessa equipe – afirmou Oswaldo.

Em 2012, nova postura para apoio continuar

O presidente Mauricio Assumpção aposta suas fichas em Oswaldo de Oliveira para dar harmonia ao grupo nesta temporada. O mandatário alvinegro lembrou de fatos que conturbaram o ambiente no último ano e vê a chegada do novo comandante como um fator positivo.

- Muitos problemas acontecem porque em um grupo tem muitos jogadores e só 11 jogam. Temos um novo treinador vencedor, jogadores experientes e outros jovens. Oswaldo será capaz de gerenciar qualquer tipo de problema. Isso é uma coisa que independe do ambiente de trabalho. O ambiente do Botafogo é de tranquilidade, senão já teria explodido - disse Mauricio Assumpção à Rádio Brasil.

A harmonia é importante para o ambiente, mas a chegada de reforços é fundamental para o time sonhar alto em 2012. O técnico alvinegro já se deu conta do cenário e reconhece que o início de trabalho será afetado em função das carências que a equipe possui.

- Não é ruim iniciar a temporada com o elenco ainda não fechado, mas não é o melhor. Sem algumas peças, realmente é um prejuízo. Mas a gente sabe que o espaço para contratar é cada vez mais difícil. Existem intermediários. Não é só de clube para clube - avaliou ele.

Bate-Bola com Oswaldo de Oliveira, técnico do Botafogo, em entrevista coletiva

1) Como contagiar o grupo e passar emoção depois de ano difícil?

R: Eu sempre passo emoção aos meus jogadores. É minha maneira de trabalhar. Quero transformar todo esse sentimento em vitória.

2) O que fica de lição por 2011?

R: É preciso se doar, esse é o diferencial em um campeonato tão equilibrado como o Brasileiro. O Botafogo está no mesmo nível dos clubes que disputaram o Brasileirão para ganhar. Então, o algo a mais na base da entrega vai fazer a diferença.

3) O que dá para aproveitar do trabalho feito no ano passado?

R: Existe um bom trabalho feito pelo Caio Junior e vamos aproveitar algumas partes, partindo da análise das melhores partidas que o Botafogo fez no ano. Desse patamar, vamos melhorar. Além disso, a base está mantida e é de qualidade.

4) O quanto é prejudicial não ter o elenco fechado no começo do ano?

R: Não digo que é ruim não ter o grupo ainda para fechar, mas também não é o cenário ideal. Sem algumas peças, realmente ficamos no prejuízo, mas hoje o espaço para contratar é cada vez mais difícil. O trato não é de clube para clube, existem intermediários.

5) O clube vai se beneficiar no Estadual com os rivais na Libertadores?

R: Até pode. Esse efeito será sentido por etapas. Precisamos ver o desenvolvimento da competição.