Manutenção do elenco é a tendência entre os clubes paulistas

O início do Paulistão se aproxima e o time-base dos quatro grandes clubes de São Paulo já está praticamente definido. Se os torcedores esperavam por grandes mudanças e contratações de peso para 2011, devem ter se decepcionado.

Exceção feita ao Santos, a escassez e o alto custo dos atletas no mercado deixou a janela de transferências paulista pouco movimentada. Nesta temporada, a qualidade na busca por reforços tem superado a quantidade, e a tendência é que a base de 2010 seja mantida.

Após encantar o país com o futebol apresentado no início do ano passado, foi o Peixe quem mais se reforçou. Mesmo com as saídas de atletas como Marquinhos e Madson, contratou jogadores experientes e supriu as posições carentes, como a lateral-direita. Assim, é um dos favoritos tanto no Estadual como na Copa Libertadores.

Uma vaga na competição continental, inclusive, é a obsessão do São Paulo no ano. Desacostumado ao jejum de títulos, as "saídas" superam as "chegadas" até agora. Peças importantes deixaram o clube, e o único reforço já garantindo é o do lateral-esquerdo Juan.

Tanto no Tricolor como no Palmeiras, as categorias de base ganharam uma atenção que não recebiam há anos. Apesar das oportunidades dadas aos jovens por Luiz Felipe Scolari no Verdão, somente o lateral Gabriel Silva garantiu vaga entre os titulares. E as perspectivas não são nada animadoras para a torcida: apesar de um ano marcado por decepções, deve mandar a campo quase a mesma equipe.

Situação parecida vive o rival Corinthians. Apesar dos poucos reforços, o time que bateu na trave por títulos no centenário ganha mais uma chance em 2011. Poucos atletas deixaram o Timão, e alguns poucos reforços ainda devem suprir as carências do elenco.

Sob Manuntenção:

Corinthians

Dispensou alguns atletas, manteve a forte base montada para o centenário e ainda busca quatro refor-ços para compor o grupo.

Com a palavra: Rodrigo Vessoni (setorista do Corinthians)

A falta de contratações do Corinthians, num primeiro momento, não será problema. A base do ano passado, que não obteve título, mas terminou com o maior número de pontos da década, está aí.

Em relação à equipe que brigou pelo título até a última rodada do BR-10, saíram apenas Elias e William. O primeiro será substituído com ajuda da mudança tática, com Dentinho ou Jorge Henrique na vaga, no 4-3-3. Em relação à saída do ex-capitão, Leandro Castan e Paulo André estão na briga.

São Paulo

Garotos da base, como Lucas, Lucas Gaúcho e Casemiro devem ganhar chances. Perdeu peças importantes e não repôs.

Com a palavra: Gabriel Saraceni (setorista do São Paulo)

O objetivo do São Paulo é voltar a disputar a Libertadores. Após sete anos na competição, este ano está fora. Então, com ou sem título, é preciso conquistar a vaga. Mas, passar o terceiro ano seguido sem taça, não será bom. O clube, acostumado com triunfos, vive um pequeno jejum, que, internamente, já incomoda.

Apenas Juan foi confirmado, e o time está enfraquecido. Perdeu Ricardo Oliveira, Ricky, Jorge Wagner e vai perder Miranda. Além deles, Alex Silva pode sair. A fase não é boa.

Palmeiras

Até agora, o time titular é o mesmo de 2010. Livrou-se de alguns atletas que não renderam o esperado e ainda não contratou.

Com a palavra: Bruno Uliana (setorista do Palmeiras)

Os repetidos fracassos da temporada passada escancarou que a base do Verdão não era das melhores. Confiar em lampejos de Marcos Assunção, Valdivia e Kleber não vinha sendo a melhor aposta.

Entretanto, até agora, o elenco não se fortaleceu em nada. Muito pelo contrário, apenas ficou mais frágil com as saídas de Fabrício e Ewerthon. Sem falar que Edinho ainda pode deixar o clube.

Confiar em jovens inexperientes e jogadores medianos não renderá frutos a Felipão.

Santos

Tinha um elenco forte e trouxe reforços de qualidade. Deve ter uma equipe ainda melhor do que o time vencedor de 2010.

Com a palavra: Klaus Richmond (setorista do Santos)

Com Charles, Elano e Jonathan, o Santos, desta vez, começará com o status de melhor do país. Adilson e a diretoria fizeram contratações pontuais, como a eterna necessidade por um lateral-direito, além de terem repatriado Elano, ídolo e totalmente identificado com o clube. A versão Meninos da Vila será superada por atletas um pouco mais experientes, que já possuem algumas Libertadores disputadas no currículo. No entanto, o time terá que lidar com o favoritismo.