Mandato de Tirone chega ao fim e novo presidente é escolhido

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Ufa, finalmente acabou. Não é exagero dizer, mas esse é o pensamento de grande parte dos palmeirenses. Após dois anos de mandato – foi eleito no dia 20 de janeiro de 2011 –, Arnaldo Tirone deixa a presidência do Palmeiras. Apesar do título da Copa do Brasil de 2012 e o andamento das reformas no Palestra Itália, ele não vai deixar saudades para a torcida.
As boas intenções do dirigente e o sonho de trazer o profissionalismo para o futebol – um desejo de campanha – ficam em segundo plano depois de diversas demonstrações de falta de preparo para exercer o cargo. Tudo o que ele poderia ter feito de bom fica em segundo plano no meio de tanta confusão. Muitas delas até viraram motivos de piada.
Vai entrar para o folclore do futebol as vezes que Tirone atendeu o telefone dizendo que era o irmão, ou quando faltou em reunião na Federação Paulista de Futebol e disse não saber do encontro, ou até quando apareceu na praia no dia seguinte do rebaixamento no ano passado – ele até poderia querer relaxar, mas não era o momento de ir à praia.
A última história aconteceu na semana passada, quando estava em Buenos Aires negociando com Riquelme, mas garantiu estar na Avenida Faria Lima, em São Paulo.
Aliás, nem contratar o argentino Tirone conseguiu. Lógico que as negociações são complicadas. Mas não dá para deixar isso para o próximo presidente. Quem for eleito chega com a pressão de fechar o negócio com o camisa 10. Mesmo se não concordar com o que foi acordado antes. Imagine a pressão da torcida se o negócio não for concretizado.
Tudo isso reflete muito bem o momento do Palmeiras. Um clube sem comando, que virou motivo de chacota entre os torcedores rivais. E que já começa 2013 enfraquecido.
Só para registrar, o presidente nem foi visto no Pacaembu na tarde de domingo, na estreia da equipe no Paulistão.
Hoje à noite, ocorre a última eleição sem a participação dos sócios. A expectativa é por uma disputa apertada entre Décio Perin e Paulo Nobre. Boas intenções e ideias, os dois têm para o Alviverde. Com Tirone, não era diferente.
Os torcedores só esperam que no fim de 2014, ano do centenário do Verdão, a situação seja outra. Os palmeirenses não querem mais Tirones ou promessas. Agora, a missão é com os novos candidatos.
FORMATO DA ELEIÇÃO:
Presidente
A eleição presidencial será disputada por Paulo Nobre e Décio Perin. Cada um conta com quatro vice-presidentes (outros dois candidatos a vice, Salvador Hugo Palaia e Dalvio Barichello, concorrem individualmente). Segundo o clube, 281 conselheiros estão aptos para votar no novo mandatário, que comandará o clube até dezembro de 2014. O pleito começa às 20h.
COF e vices
Além da eleição para presidente, os quatro vices serão escolhidos pelos conselheiros hoje. A votação neles é independente, ou seja, podem receber votos e serem eleitos independentemente da escolha do mandatário. Também haverá eleição para os membros do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização). Serão 15 conselheiros eleitos. O resultado também saia logo após a votação.
Última eleição indireta
O pleito de hoje será o último indireto, no qual são os conselheiros que decidem quem será o novo presidente. A partir da próxima eleição, em novembro de 2014, serão os associados do clube que elegerão o mandatário. Outra mudança será que hoje a votação acontece em janeiro dos anos ímpares, e passará a ser em novembro dos anos pares, o que ajuda a montagem do time.
AS OPÇÕES:
Décio Perin
O candidato
Aos 72 anos, é publicitário, atuou como professor universitário e agente fiscal da Secretaria da Fazenda. Vai concorrer pela primeira vez à presidência do Palmeiras. Sua atuação política no clube vem de longa data, e já foi vice-presidente do Conselho de Orientação e Fiscalização (COF).
A chapa
Tem como vice-presidentes: Rita Cosentino, Celso José Bellini, João Gavioli e Rubens Reis De Souza Junior.
O que pensa?
Décio Perin está cheio de ideias novas. A principal delas é lutar pela profissionalização do clube, principalmente quando o assunto é o futebol. E por falar em futebol, ele tem até uma inspiração: o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio. “O futebol tem de ser profissionalizado. Estou em busca de possíveis parceiros para entrarem com recursos financeiros. Mexeria agora no futebol e, no marketing, certamente. Tem de ser estrutura poderosa de fora. Precisamos ter gente de nível internacional. E no financeiro”, disse o candidato ao LANCE!Net em dezembro. Ele garante que vai manter o técnico Gilson Kleina como treinador.
Paulo Nobre
O candidato
Aos 44 anos, tenta se eleger pela segunda vez. Não deu certo na última eleição, quando foi derrotado por Arnaldo Tirone. Apesar de mais novo, também tem longa participação política no clube. O empresário e piloto de rali já foi vice-presidente de Affonso Della Monica (2007 a 2009).
A chapa
Tem como vice-presidentes: Maurício Precivalle, Genaro Marino, Antonino Jesse Ribeiro e Victor Fruges.
O que pensa?
Após ser derrotado em 2011, ele se sente mais preparado para o cargo. Caso vença, Paulo Nobre aposta na profissionalização dos departamentos do clube. Para o time, pretende contratar um manager, no estilo europeu, e quer assumir o futebol no começo do mandato. “Não é algo corriqueiro no mercado brasileiro. Minha intenção é encontrar essa figura. Manager é um contratado pelo clube, que tem liberdade para trabalhar nas receitas, apresenta resultados. Não vejo ninguém no Brasil com essas características, mas deve existir muita gente capaz”, disse ao L!Net, em dezembro. Ele também promete manter Gilson Kleina.
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