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Lucas: 'Não tenho medo de ser a cara da Seleção'

Carlos Alberto (Crédito: Twitter)
imagem cameraCarlos Alberto (Crédito: Twitter)
Dia 28/10/2015
05:07

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Neymar, Ganso, Alexandre Pato. A Seleção Brasileira de Mano Menezes é cercada de craques promissores e badalados. Mas um outro jogador é forte candidato a se tornar símbolo da equipe que o técnico projeta.

Lucas e o comandante se conhecem há mais de cinco anos, quando o volante foi promovido ao time profissional do Grêmio e, juntos, retornaram à Série A do Campeonato Brasileiro. No ano seguinte, Lucas comandou o meio de campo tricolor na conquista da vaga para a Copa Libertadores.

O jogador se transferiu para o Liverpool (ING), mas não perdeu admiração de Mano, que tentou levá-lo para o Corinthians mais de uma vez. Tentativas sem êxito.

O reencontro só ocorreu há três meses, na estreia do técnico na Seleção Brasileira. Homem de confiança, Lucas estava no time titular, fato que se repetiu nos dois amistosos seguintes e se repetirá diante da Argentina, quarta-feira, no maior desafio dessa Seleção.

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Candidato a marcar época no meio de campo da equipe pentacampeã, assim como fizeram recentemente os colegas de posição Dunga e Gilberto Silva, Lucas atendeu a reportagem do LANCE! e falou sobre a relação com Mano, o espírito de um clássico contra o maior rival, a batalha para se manter no grupo até a Copa de 2014, no Brasil, revelou interesse do Santos em contratá-lo no meio do ano e deu palpites para o Campeonato Brasileiro.

Confira os principais trechos:

LANCE!: Nos últimos anos a Seleção Brasileira ficou marcada pela presença de alguns jogadores, houve até a era Dunga. Você é homem de confiança do Mano, acha que pode estar dando início à era Lucas na Seleção?
Lucas: Acho meio perigoso nomear uma era de um só jogador. Não tenho medo disso, mas não acho justo. Até porque se ganha é muito bom, mas se perde esse jogador acaba muito marcado.Quemvai definir isso são a imprensa e os torcedores, mas eu não tenho medo. Estou dedicado a me firmar cada dia mais e me tornar importante. Esse é meu papel.

L!: Que importância tem o Mano para você dentro do futebol?
Lucas: Todo mundo sabe que ele foi importante na minha ascensão, quando me promoveu para o time profissional do Grêmio. Eu tinha preocupação de mostrar a ele agora que o Lucas de 2010 havia evoluído muito e mudado a maneira de jogar. Tanto que minha função hoje na Seleção é diferente do que fazia no Grêmio (veja campinhos na próxima página). A conduta e o caráter permanecem os mesmos e o Mano é um treinador inteligente, vai analisar cada jogador de acordo com as atuações.

L!: Você queria provar que o Lucas de 2010 é melhor do que o de 2007. E o Mano de 2010, é melhor?
Lucas: É a lei da vida, você tem de evoluir sempre. Sou um jogador mais completo hoje e acredito que o Mano se considere um treinador melhor do que foi em 2007. E, de repente, daqui a quatro anos estaremos conversando e as pessoas estarão ainda melhores, com mais conhecimento. É importante crescer sempre, como profissional e pessoa, isso ajuda a enfrentar algumas dificuldades.

L!: E como é o trato do Mano com os jogadores? Ele dá liberdade para os jogadores darem opiniões?
Lucas: Ele é um cara que sempre vai tomar a decisão final, mas nunca deixa de escutar o jogador. Ele é muito aberto e isso é importante, os atletas se sentem à vontade para expor opiniões. Isso ajuda o crescimento.

L!: Você já enfrentou a Argentina?
Lucas: Joguei no Sul-Americano Sub-20, que classificou o Brasil para a Olimpíada. Depois na semifinal da Olimpíada de 2008 e, ano passado, estive no banco na vitória por 3 a 1 em Rosário. Na Seleção principal, será a primeira vez que entro em campo.

Nota da Redação: no Sul-Americano, o clássico terminou empatado em 2 a 2. Nos Jogos Olímpicos, a Seleção Brasileira foi derrotada por 3 a 0 e teve de disputar a medalha de bronze.

L!: E o clima desse confronto é realmente diferente? Ou é papo?
Lucas: É realmente diferente por tudo que envolve a partida, deixa o clássico mais especial. A gente sabe da rivalidade, não só entre os jogadores, mas até mais entre os países. Isso deixa o jogo mais tenso, os jogadores entram nesse clima.

L!: Você já passou por algo diferente nesses jogos contra a Argentina, algum problema com o rival?
Lucas: É a rivalidade, o clássico representa muito para os torcedores, mas nunca houve nada incomum. A gente entra com aquela vontade de vencer diferente, é difícil explicar. Só dentro de campo para poder sentir mesmo o clima desse jogo.

L!: Será o primeiro grande desafio da Seleção do Mano. A vitória é importante para garantir que o trabalho continue assim, sem pressão?
Lucas: O resultado é sempre importante, ainda mais se tratando da Seleção, não importa a partida. E nesse clássico, em começo de trabalho, uma equipe jovem, ainda em construção, a vitória nos deixaria continuar só com coisas positivas.

L!: Hoje você é titular da Seleção, mas como pretende se manter no time até a Copa do Mundo de 14?
Lucas: O objetivo é estar bem durante os quatro anos, não há muito mais a fazer. Tentar aproveitar todo momento possível na Seleção, o nível de atuações é que vai definir o grupo da Copa. Mas antes disso terá a Copa América, Olimpíada, Copa das Confederações. Não podemos pensar daqui a quatro anos, temos de garantir a vaga aos poucos.

L!: Mas imagino que disputar uma Copa no seu país deva ser o objetivo principal de todos na Seleção.
Lucas: O objetivo final é a Copa do Mundo. Mas não podemos pensar nela e esquecer do momento. É o momento que vai nos levar à Copa. A gente tem pouco tempo para estar juntos, então temos de aproveitar cada minuto para garantir a confiança do treinador e dos outros jogadores.

L!: Mano tentou lhe levar para o Corinthians. Vocês tiveram contato durante esses três anos longe?
Lucas: Não, Mano tem uma relação muito profissional com os jogadores. Depois que vim para o Liverpool e ele saiu do Grêmio, não tivemos mais contato. Agora nos reencontramos na Seleção, bom que ambos estão tendo a oportunidade de trabalhar juntos mais uma vez.

L!: Está preparado para marcar Messi no amistoso? Como acha que vai ser esse encontro?
Lucas: Difícil (risos). Ele vive um grande momento e todos na Argentina são importantes. Temos de marcar bem e contar com os jogadores de ataque, que têm as mesmas condições de armação dele.

L!: Ele é o melhor do mundo?
Lucas: Se não for o melhor, está entre os três melhores. Outros estão muito bem, mas pela atual forma dele...

L!: Você falou que os brasileiros têm a mesma condição de armação. Acha que Neymar pode se igualar ou até superá-lo no jogo?
Lucas: Neymar não tem a experiência do Messi, mas tem a mesma condição de se tornar um grande jogador. Por ser brasileiro e estar no mesmo time, torço para que ele consiga desequilibrar. Ele tem condições para fazer o que faz no Santos, espero que faça melhor do que o Messi.

L!: Acha que o ambiente está mais leve do que na época de Dunga?
Lucas: É difícil falar, o ambiente na época de Dunga também era bom, tranquilo, os jogadores se conheciam bastante. Como em todo início de trabalho, temos de nos conhecer, alguns erros serão cometidos, mas só assim a equipe estará preparada para disputar a Copa. Todos estão começando do zero e buscando espaço, até os que participaram da Copa estão começando um ciclo.

L!: Pelo Twitter, nota-se que você acompanha o Brasileiro. Torce para o Grêmio ir à Libertadores?
Lucas: Apesar do início muito ruim, acredito que o Grêmio tem grandes chances, está embalado. Há outras equipes na briga e acho que vai se definir na última rodada, mas o Grêmio vem num momento muito bom, a entrada do Renato Gaúcho mudou a equipe. Torço para que se classifique.

L!: O Santos fez proposta para ter você no ano que vem?
Lucas: Não, ninguém me procurou. Houve interesse do Santos no começo da temporada, em agosto, mas o Liverpool não esteve disposto nem a ouvir proposta. Então eu também não ouvi nada.

L!: Até quando vai seu contrato? Tem planos para depois dele?
Lucas: Tenho mais um ano. Estou bem, num momento importante da carreira, convocado para a Seleção. Busco crescer diariamente e, assim, coisas boas vão aparecer, no Liverpool ou em outro lugar.

L!: Está habituado à vida em Liverpool. É bom viver na cidade? E o frio da Inglaterra?
Lucas: Ao frio, habituado estou, mas acostumado não. Isso de que frio é psicológico é mentira (risos). Mas é uma cidade quase de interior, tranquila. E há facilidade de se locomover. Londres está a duas horas de trem. Outros países, de avião, são próximos. Nas folgas, já fui a Barcelona, Paris, Roma... Não saio tanto por causa do frio, então jogo muito videogame.

L!: Joga contra a Argentina?
Lucas: Eu jogo outros jogos também. Mas quando pego a Argentina faço de tudo para ganhar (risos).

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