Longe de Londres-2012, Schlittler será julgado por doping

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Enquanto a Seleção Brasileira de judô comemora seu melhor resultado em Olimpíadas, com um ouro e três bronzes, um ex-componente dela aguarda a resolução de um imbróglio que pode determinar o rumo de sua carreira. Bronze no Mundial de 2007, o pesado João Gabriel Schlittler
será julgado no próximo dia 31, em Lausanne (SUI), por seu caso de doping.
Schlittler foi flagrado com a substância clostebol, um esteroide anabolizante, no Grand Slam do Rio de Janeiro de 2011. Na ocasião, ele faturou a medalha de ouro e vinha de reclusão por conta de lesão.
O caso não foi divulgado pois correu em segredo. Tão logo soube do resultado, Schlittler entrou com um recurso sob alegação de que os
vestígios da substância achados em sua urina seriam fruto de contaminação. O clostebol teria origem na pomada cicatrizante usada pela esposa do judoca, e o teria contaminado após contato íntimo.
Apesar do recurso, Schlittler foi suspenso provisoriamente por dois anos. A punição passou a correr em novembro passado, mas a última competição disputada pelo judoca foi em julho de 2011 – a etapa de São Salvador da Copa do Mundo, na qual foi o vice-campeão dos pesados.
O LANCENET entrou em contato com a Federação Internacional de Judô (FIJ) para obter mais informações sobre o doping de Schlittler, ocorrido em um evento internacional e que era responsabilidade dela. Mas a entidade afirmou que vai se pronunciar apenas após o julgamento do
caso.
Além da tese de contaminação, a defesa de Schlittler se baseia no fato de que a substância estaria supostamente muito diluída na urina.
Integrantes da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) ouvidos pelo L! creem na absolvição. Entre as provas que serão mostradas no julgamento, eles citam receita médica e nota fiscal da compra da pomada. A CBJ entende que não houve dolo do judoca, que era o principal pesado do país até a ascensão do medalhista olímpico Rafael Silva, e deve enviar advogado para acompanhá-lo.
Judoca não irá se pronunciar
Procurado pela reportagem do LANCE!, João Gabriel Schlittler disse que não irá se manifestar até o julgamento do caso, que será realizado no
fim do mês, em Lausanne (SUI). Bem como a Confederação Brasileira, Schlittler crê que irá conseguir comprovar que não houve dolo na
ingestão da substância clostebol (leia mais acima) em seu organismo. O peso-pesado está afastado desde novembro do ano passado pela Federação Internacional (FIJ).
A substância - Clostebol
Trata-se de um esteroide anabolizante que pode ajudar na cicatrização. No caso do judoca João Gabriel Schlittler, a alegação é a de que houve
uma contaminação por contato íntimo, uma vez que a mulher dele usava uma pomada cicatrizante. Foram achados vestígios na urina do atleta.
Cremes dermatológicos que contêm clostebol podem ser usados para diversos tipos de tratamento, seja ele de erosões, fissuras, feridas ou úlceras. O clostebol estimula a cura das lesões.
Doping igual ao de Maggi
A substância proibida clostebol, que suspendeu provisoriamente o judoca João Gabriel Schlittler, fez outra vítima famosa no esporte nacional: a saltadora e campeã olímpica Maurren Maggi. O flagra se deu em exame de urina recolhido na edição de 2003 do Troféu Brasil de
Atletismo, disputado em junho daquele ano em São Paulo.
Maurren alegou que desconhecia a presença da substância no creme catrizante Novaderm, que ela havia utilizado após fazer uma
depilação. Apesar da defesa, ela foi condenada a dois anos de gancho.
Ela solicitou a abertura da contraprova da amostra ao Ladetec,
laboratório brasileiro credenciado pela Agência Mundial Antidoping
(Wada), mas o resultado foi igual.
A atleta voltou a competir em 2006 e readquiriu a melhor forma. Foi campeã dos Jogos Pan-Americanos do Rio-2007 e, um ano depois, faturou
o ouro em Pequim-2008.
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