Leão, especialista em alterações no intervalo dos jogos

Emerson Leão tem se especializado em substituições no intervalo. Nos últimos três jogos, por exemplo, fez trocas em todos. Coincidência ou não, foram decisivas e o resultado positivo veio no segundo tempo, depois de o primeiro terminar empatado ou em desvantagem.

O treinador diz que não tem uma definição antes da partida, e muda de acordo com as necessidades. Nos outros clubes que passou, também.

– Depende do time e da necessidade. Por mim nem levava os reservas e deixava só os 11, mas tem horas que precisamos mudar. Nos outros clubes também dependia do que acontecia, sem uma regra – revelou, em bate-papo com a reportagem do LANCENET!, após o treinamento da manhã de quinta.

– Contra o Ituano, se algum jogador tivesse problema, ficaria sem banco – completou o técnico, que perdeu Cortez na última hora e só tinha relacionados 19 atletas para o confronto.

Ao todo, são dez trocas nos 19 jogos de 2012. Apenas contra o Comercial o treinador fez duas de uma vez. Nas demais, sempre uma (veja quadro abaixo). Entre os rivais do Paulistão Chevrolet, Luiz Felipe Scolari, do Palmeiras, é quem chega mais perto (confira abaixo). Com Tite e Muricy Ramalho é menos comum.

Leão é o técnico que tem menos tempo de casa entre os quatro grandes do Estadual. Chegou no fim de outubro do ano passado e neste viu o clube passar por reformulação, com muitas dispensas e oito contratações. Para ele, este é um dos motivos das constantes substituições, já que ainda precisa testar atletas, outros necessitam de ritmo de jogo e ainda tem convivido com seguidas lesões.

Apesar de apostar nas trocas para ganhar os jogos, o papo no vestiário é tranquilo. É o que admite o treinador e comandados. Na maioria das vezes usa a conversa para corrigir posicionamento, comunica quem vai sair e antes mesmo de descer para o vestiário define e explica o que quer de quem vai entrar. Diante do Ituano, Jadson nem desceu. Ficou no campo e intensificou aquecimento. Deu certo e houve a virada. Sábado, contra o Mogi, será que vai precisar trocar?

Opinião da diretoria: João Paulo de Jesus Lopes, vice-presidente de futebol:

"Cada técnico tem seu estilo. O que a gente observa são os resultados. O que queremos é que, quando as coisas não estejam saindo da forma esperada, que a situação seja revertida. Alguns técnicos mudam o time sem substituir, dependendo dos jogadores que estão em campo. Outros vezes são necessárias alterações.

O que é fato é que o Leão tem mexido e tem tido êxito na medida em que o São Paulo, neste ano, conseguiu reverter diversos placares.

Já li e ouvi que quando mexe no intervalo é porque escalou mal. Acho isso uma grande injustiça. O técnico se prepara de acordo com o adversário e o São Paulo tem um elenco diversificado, que oferece diversas opções. Não podemos esquecer que do outro lado também tem um técnico, um estrategista."