Leandro Ávila: de afastado a campeão pelo Bota em 95

Titular do meio de campo do Botafogo na campanha do título brasileiro de 95, Leandro Ávila por pouco não teve outro destino. O volante era jogador do Vasco e teve uma briga com o então vice de futebol Eurico Miranda, que o afastou do time. Após o Campeonato Carioca, o Glorioso conseguiu o empréstimo por seis meses e cedeu o volante Nelson e o lateral-esquerdo Jéfferson.

Mesmo assim, a chegada de Leandro Ávila não foi fácil. Presidente do Botafogo em 1995, Carlos Augusto Montenegro esperou Eurico Miranda viajar para tratar da negociação com o presidente vascaíno Antônio Soares Calçada e conseguiu o reforço do volante, que tomou conta do meio de campo alvinegro no Brasileirão.

- Tive um desentendimento com o Eurico Miranda e fui emprestado ao Botafogo após o Carioca. Ninguém esperava muito daquele time recém-formado, eram jogadores pouco conhecidos ainda. Tínhamos boas indicações do Autuori, mas não o conhecíamos também. O Botafogo não tinha aspiração por título. Mas o grupo foi se juntando, o entrosamento foi ótimo e ficamos. O futebol fluía com a maior tranquilidade, o ambiente era bom - relembra Leandro Ávila.

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O volante chegou a um clube que não aspirava ao título e em dificuldades financeiras. Mas, com o passar das rodadas, viu uma equipe cada vez mais entrosada e em evolução. A forma como o Botafogo jogou no Brasileiro de 95 animou Leandro Ávila, que começou a acreditar que poderia ser campeão.

- Sentimos que poderíamos conquistar o título quando as vitórias fora de casa começaram a surgir. Vencíamos e convencíamos. Teve o jogo com o Goiás, que ganhava todo mundo no Serra Dourada, e vencemos. O time também jogava para a frente. Era objetivo, sabíamos que o gol era só questão de tempo - afirmou.

Ao fim do campeonato, Leandro Ávila se sentia bem e queria continuar no Botafogo para disputar a Libertadores. Mas como foi um dos destaques do time e estava emprestado, o Vasco o quis de volta. De qualquer maneira, o volante colocou o seu nome na História do Alvinegro e do Brasileiro, e agradeceu a Montenegro pela oportunidade.

- O Montenegro foi parceiro. Ele é muito emoção, parecia mais um torcedor do que dirigente. Mas ajudou muito. Esteve sempre junto e dava satisfação em relação ao atraso de salários, dizia que ia sair. Com o título, ficou mais fácil e ainda ganhamos o bicho - completou Leandro Ávila.