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Falcão é apresentado e quer Inter alegre em nova fase

Ganso acerta um chute na cara do Moisés, no treino do Santos  (Foto: Ivan Storti)
imagem cameraGanso acerta um chute na cara do Moisés, no treino do Santos (Foto: Ivan Storti)
Dia 28/10/2015
05:06

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O Internacional apresentou oficialmente Paulo Roberto Falcão como novo técnico. O ídolo colorado concedeu entrevista em sua volta ao clube 18 anos depois da primeira tentativa como treinador.  Após se encontrar rapidamente com alguns jogadores em sua chegada ao Beira-Rio, o novo comandante colorado expôs suas ideias de futebol em uma entrevista acompanhada por muitos conselheiros do clube, além dos líderes do elenco colorado: Kleber, Bolívar, D'Alessandro, Tinga e Rafael Sobis.

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Um mote levará Falcão no Inter: alegria. Ele quer um futebol divertido, leve, ofensivo, um futebol que não traga preocupações. O que indica uma escalação como a do último domingo, quando o Colorado atuou com Oscar e D'Alessandro no meio, e Rafael Sobis e Leandro Damião no comando do ataque.

- Quero um futebol leve, que eu entre no túnel e fale bem, vamos nos divertir hoje. Sinto que tenho um grupo inteligente, e creio que eu vou conseguir colocar idéias novas de futebol em prática sim – disse Falcão.

Quando na imprensa, Falcão criticava a postura de clubes que priorizavam apenas uma competição. O Inter fez isso em 2010, quando esqueceu o Brasileirão e focou no Mundial, sem sucesso. Agora, como comandante, pretende ser coerente com os seus pensamentos.

- Eu não posso ser incoerente com o que eu dizia antes. Temos que jogar para ganhar tudo, evidente que às vezes é dificil, mas não dá para ficar fazendo escolhas. Temos uma história e um grupo, uma comissão técnica, e nós não temos porque não ganhar tudo, temos que ter esse objetivo pelo menos. Essa certeza que isso é possível. É dificil, claro, mas tudo que ganhamos assim é mais gostoso - analisou.

O treinador garantiu que será um cara também tranqüilo dentro do vestiário.

- Não dá para mudar, é o mesmo de fora, com muita cobrança, mas com o ambiente leve. Futebol tem que ser mais leve, tem que ter respeito e hierarquia, mas leve. Futebol é importante, sim, emprega tanta gente, mas não é uma guerra, é alegria e conseguir resultados com alegria, é isso que vamos em buscar a partir de agora. O Falcão em casa com os filhos é o mesmo com os meus jogadores aqui – afirmou o ídolo.

Sua passagem no clube em 1993 não foi boa. Após uma campanha mediana, o clube quis colocá-lo em uma função de diretor, algo mais burocrático. Falcão não aceitou, e saiu rumo ao Japão. Agora, quer apagar a imagem deixada junto ao torcedor.

Ele já comanda seu primeiro trabalho na tarde desta terça-feira. O volante não espera que suas ideias estejam absorvidas pelo grupo já no próximo 19, data do confronto com o Emelec, no Beira-Rio, pela Libertadores. Sabe que vai precisar um pouco mais de tempo para implementar sua alegria.

Após a entrevista, Falcão foi outra vez para o campo e acenou para a torcida. Dentro do Beira-Rio, os colorados puderam acompanhar por um telão o que disse o ídolo. Aproximadamente 200 pessoas esperaram o contato com o ex-jogador.

Confira trechos da entrevista:

Importância da volta ao Inter

Desnecessário dizer agora, quanto esse momento é importante. Q quanto significa para mim. Todos que me acompanharam sabem da minha relação com o Internacional. Acabei indo jogar no Roma com 27 anos, mas não me desliguei completamente do Internacional. Mais tarde voltei, onde fiquei por 6 meses, e agora tenho a oportunidade, e já agradecendo as pessoas que aqui estão, Luigi, Anápio, todos os que fizeram esse convite, que me deixou extremamente contente e gratificado, em um novo desafio na minha vida. Nesse período que fiquei na imprensa, desde 1996, eu tive por uma questão profissional, é assim que eu encaro tudo, deixar a relação com o Inter anestesiada aqui no fundo. Por uma questão profissional. Como homem da imprensa, tinha a necessidade de ser isento, como pago para opinar, era a minha situação. Hoje tudo isso muda, estou aqui do outro lado.

Presença dos jogadores na coletiva

Aprendi que futebol se faz com comprometimento e coletivo. Pedi a presença desses jogadores aqui, Bolivar, Kleber, Tinga, Sobis e D'Alessandro, porque simboliza nossa ideia de coletivo, só se faz assim. Conto com conselheiros, colaboradores, sócios, tudo para que a gente alcance o objetivo. É um momento histórico para mim, é o momento que temos que aproveitar. Não conseguimos ao longo do tempo, viver só uma situação sem ter adrenalina. Todos que estão aqui representam alguma coisa, Guiña mistura de qualidade com esforço, D'Ale a alegria, gosto disso, o Sobis alguém identificado com o clube, o Kleber um macaco velho, conheço da Seleção. Dizem que ele dá uma desligada, não vai dar não. Gostaria que tivessem todos, mas já agradeço esses cinco que estão aqui, em dia de folga. Não quero ser protagonista, quero participar em busca do resultado, claro que com comando e hierarquia, mas em uma relação de seriedade profissional. Futebol é alegria, temos que nos divertir com seriedade

Afastamento da função e características

Isso só o tempo  vai responder, em relação ao tempo. Uma das coisas que foram faladas e mais me divertiram, em termos do Inter, é que não conhecia o vestiário. Vim perguntar o que tinha de novo, mas até o roupeiro de hoje era do meu tempo. Mudou a cabeça do jogador, eles são mais preparados, perguntam mais para a gente, e isso é bom.

Objetivo como treinador

Tentamos imaginar aqui a idade do Sobis, com 25 anos, não me viu jogar, tenho um tipo de preocupação com isso, sempre disse o seguinte, que a gente tem que respeitar a história, mas a história não escala ninguém. Fico muito feliz de estar de volta, e briguei até o dia 2 de abril, tinham dois treinadores que não perdiam em casa, só que o Mourinho tinha há nove anos, então é isso, minha responsabilidade é grande tenho uma história que ninguém vai apagar, mas tenho convicção de que nós não vamos mal. Tenho dois objetivos: ser campeão, e bater o recorde a frente de um time.

Priorizar competições  

Eu não posso ser incoerente com o que eu dizia antes. Temos que jogar para ganhar tudo, evidente que às vezes é difícil, mas não dá para ficar fazendo escolhas. Dá, temos uma história e um grupo, uma comissão técnica, e nós não temos porque não ganhar tudo, temos que ter esse objetivo pelo menos, essa certeza que isso é possível. É difícil, claro, mas tudo que ganhamos assim é mais gostoso

Falcão no vestiário

Não dá para mudar, é o mesmo de fora, com muita cobrança, mas com o ambiente leve. Futebol tem que ser mais leve, tem que ter respeito e hierarquia, mas leve. Futebol é importante, sim, emprega tanta gente, mas não é uma guerra, é alegria e conseguir resultados com alegria, é isso que vamos em buscar a partir de agora. O Falcão em casa com os filhos é o mesmo com os meus jogadores aqui

Tentativa de reproduzir 1970

Não gosto de comparações. Aquele Inter era maravilhoso, mas nunca foi campeão da Libertadores, e eles foram. Eu quero me juntar com eles para ganhar Libertadores, ganhar Mundial. Aqueles times foram brilhantes, maravilhosos, mas não ganharam a Libertadores. São outros tempos, outra estrutura, outra realidade, pessoas diferentes. O que se tem presente é a história desse clube, a história dessa instituição. Eu jamais vou esquecer, me pegou muito, quando o Internacional embarcou para jogar o Mundial de 2006. Aquilo me emocionou muito. Foi marcante. Senti um pouco de inveja desses rapazes, porque a torcida do Internacional estava levando o Internacional até onde eles podiam ir. Recentemente, não foram só ao aeroporto: foram em 10 mil para o Mundial. Por essa gente, temos que ter o maior carinho, temos que nos entregar demais. Cada vez que a gente estiver no treinamento, em campo, temos que pensar nessa responsabilidade.

Tempo diminuto para primeira partida da Libertadores

Vamos trabalhar com o tempo que nós temos. Conto com isso, espero que o torcedor entenda, que nós estamos começando um trabalho, estamos trabalhando com o objetivo, porque esses jogadores querem sair na rua e ser aplaudidos. Acredito no tempo, mas a medida do trabalho, os resultados, tem que começar a acontecer. Montar um time, que eu imagino, precisa de um pouco mais de tempo. Até porque o Celso impôs um padrão, ele tem que ser citado, tenho o maior carinho por ele, espera que ele consiga rapidamente outro lugar porque tem competência.


Modo de jogar
Não acredito futebol sem compactação. Minha ideia é isso, um time mais compactado, um time com condições de se defender com capacidade e atacar com capacidade também. É uma questão de tempo, mas vou em busca disso. Quero ver um futebol leve, onde eu possa me sentar e me divertir com meus atletas, meus comandados. Temos que fazer algo diferente no esquema tático. Não vou dizer o que estou imaginando. Temos que acrescentar alguma coisa. Acho que vou conseguir

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