Estádio Luso-Brasileiro será modernizado e pode virar alternativa para os grandes do Rio
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As idas dos clubes cariocas a Volta Redonda e Macaé por conta da falta de estádios para mandar seus jogos no Rio de Janeiro pode estar com os dias contados. Isso porque a Portuguesa-RJ vai ampliar e modernizar o Estádio Luso-Brasileiro, localizado na Ilha do Governador, e em breve a cidade deve contar com uma nova alternativa para sediar jogos.
O evento de lançamento do projeto da Nova Arena será realizado nesta segunda-feira (6), no Salão Social da Associação Atlética Portuguesa, na Ilha do Governador.
A Lusa pretende ampliar a capacidade do estádio, que hoje comporta apenas 3.718 expectadores, para 15.130 (mínimo exigido pela Fifa e também pela CBF) em uma construção estimada em R$ 80 milhões. As obras deverão ser concluídas daqui a três anos e serão tocadas pela FG Intermediações, que vai arcar com todo o projeto.
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Como recompensa, a empresa vai ter o direito de administrar durante 25 anos o hotel de três pavimentos que será erguido na região. O projeto ainda prevê outras melhorias, como a construção de um restaurante panorâmico, e contará com tecnologias como a do telhado verde, que é uma alternativa sustentável às coberturas tradicionais.
- Queremos poder servir os grandes clubes aqui, até para que eles não precisem mais se deslocar tanto para jogar. Aqui na Ilha será perfeito para sediar esses jogos que costumam ser em Volta Redonda, já que é próximo do aeroporto (Galeão). Lembro que nós ainda teremos o público mínimo exigido pela Fifa. Ou seja, nada impedirá que os jogos ocorram aqui - disse o presidente da Portuguesa, João Rego, ao LANCE!Net.
O aumento da capacidade do estádio será realizado através de uma ampliação na arquibancada já existente e também com a construção de um novo setor, na ala leste. O projeto final prevê camarotes vips e tribunas oficiais para a imprensa tanto no setor mandante quanto no visitante. E mais: os vestiários serão modernizados e as iluminações tanto do estádio quanto do ginásio serão requalificadas de modo que o local possa receber eventos noturnos. A acústica da arena também será readaptada.
- Vamos ter diversas melhorias que virão asssociadas com o término das obras. A parte antiga será toda reformulada e as quadras serão modificadas. Ainda teremos a energia solar, que considero importante - disse o mandatário da Lusa, lembrando que o estádio já serviu Botafogo e Flamengo em 2005, quando à época se tornou Arena Petrobras.
A expectativa é que, com a modernização de toda a estrutura, o estádio possa sediar diversos jogos e receber visitantes de fora da Ilha do Governador. Por conta disso, o projeto prevê um espaço que será preenchido por lojas e órgãos governamentais para atender ao público.
Papo com João Rego, presidente da Portuguesa-RJ
LANCE!Net: Você acredita que o projeto da nova arena pode ajudar a Portuguesa a se reerguer e disputar competições de maior expressão futuramente?
João Rego: É o nosso objetivo. Mas não por causa do estádio. Estamos tentando já este ano chgear na primeira divisão. Alcançamos as semifinais de forma invícta e acabamos eliminados(caiu após empatar em 0 a 0 com o Bonsucesso, que obtinha a vantagem do empate). Vamos ver agora como vamos lidar no segundo turno.
L!Net: Pretende explorar a área para eventos que não sejam do meio esportivo, como shows?
JR: Sim, o objetivo é lucrar também em outras vertentes. Aliás, já tivemos shows aqui, como do Mamonas Assassinas e do Roberto Carlos. Com a modernização, não haverá mais problemas para trazermos alguns shows para cá, já que o sistema acústico será modernizado de modo que o barulho não pertube os arredores.
L!Net: Financeiramente, a Portuguesa conseguirá manter a estrutura nos anos que seguirem após o fim das obras?
JR: Com certeza. Vamos ter a oportunidade de operar outras atividades para lucrar, como os shows que já citei, e teremos também as academias, o restaurante. Além da publicidade, que será importante.
L!Net: A expectativa é de três anos mesmo para que o projeto seja concluído?
JR: Demos um prazo de três anos para a conclusão. Esperamos contar com tudo pronto em 2015. Porém, obras são sempre obras. É imprevisível.
L!Net: E os sócios, o que você poderia destacar nas melhorias que eles ganharão?
JR: Todas as melhorias que teremos aqui serão aproveitadas pelos sócios. O ambiente aqui vai ser outro, muito mais agradável para eles. Hoje, fazendo uma estimativa, temos em torno de cinco mil sócios que vão usufruir de tudo isso no futuro.
Um pouco da história do Luso-Brasileiro
Originalmente a região do estádio funcionou como um hipódromo, o Jockey Club Guanabara, que foi inaugurado em 6 de agosto de 1961, exatamente 19 dias antes do então presidente Jânio Quadros renunciar ao cargo, sete meses após ser eleito. O Jockey Club, no entanto, não durou muito por conta do moralismo de Jânio, que à época, além de outras medidas, proibiu as corridas de cavalo em dias de semana.
Diante do fracasso, toda a área foi adquirida pela Associação Atlética Portuguesa, clube que foi fundado em 17 de dezembro de 1924. Lá, foi erguido o Estádio Luso-Brasileiro, que foi inaugurado em 2 de outubro de 1965. O jogo de abertura do estádio foi entre Portuguesa e Vasco, pelo Campeonato Estadual, com vitória dos cruz-maltinos por 2 a 0, diante de 8.565 pagantes.
A casa da Lusa viveu um momento curioso em 2005. Com o fechamento do Maracanã para as obras dos Jogos Pan-Americanos de 2007, Botafogo e Flamengo precisavam encontrar um local para receber os jogos no Rio de Janeiro – situação semelhante à que acontece atualmente sem o Engenhão, interditado, e o próprio Maracanã, novamente em obras. Foi neste quadro que o Estádio Luso-Brasileiro se transformou na Arena Petrobras, após uma parceria dos clubes com o Governo do Estado e a empresa estatal.
O local teve uma rápida reforma na estrutura e, com a instalação de estruturas metálicas em torno do campo, teve a capacidade elevada para 30.000 torcedores, tornando-se, temporariamente, a casa de Flamengo e Botafogo.
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