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Escândalos de corrupção são grande desafio de Blatter

Travestis homenageiam Ronaldo (Foto: Gilvan de Souza)
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Dia 28/10/2015
05:29

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Desde que assumiu a presidência da Fifa, em 1998, Joseph Blatter enfrenta, possivelmente, seu momento mais difícil à frente da entidade. Denúncias de suborno envolvendo a escolha das sedes das Copas de 2018 e 2022, alianças entre os países candidatos e combinação de votos ameaçam manchar o mandato do dirigente, que concorre à reeleição em maio do ano que vem.

Blatter, no entanto, enfrenta um sério dilema: se nenhuma punição for imposta aos membros do Comitê Executivo envolvidos no escândalo, o suíço corre o risco de algum oponente usar isso como plataforma política para sucedê-lo nas eleições de maio. Por outro lado, punições severas podem minar seu apoio político dentro da entidade.

A não divulgação do processo de votação para a escolha das sedes dos Mundiais de 2018 e 2022, que acontece em 2 de dezembro, contribui para a possibilidade de uma eleição fraudulenta. Até o momento, sabe-se apenas que o voto dos 24 membros do Comitê Executivo é secreto.

Responsável pela tomada das decisões mais importantes da Fifa – incluindo a definição de sedes, datas, locais e formatos da Copa do Mundo – além da eleição do secretário-geral, o Comitê Executivo da Fifa é composto por 24 membros, boa parte deles oriundos de países com pouca ou nenhuma tradição no futebol (veja o quadro abaixo). Além disso, o baixo grau de desenvolvimento econômico desses países favorece a troca de favores e a corrupção de seus representantes.

Visando a negociar os direitos de transmissão dos Mundiais em conjunto, a Fifa optou por eleger duas sedes de uma só vez, o que também abriu espaço para que sejam feitos acordos entre as nações candidatas.

Corrupção no COI ajudou a mudar processo de eleição de sedes

O atual escândalo na Fifa pode ser comparado à compra de votos de membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) que ajudou a eleger Salt Lake City (EUA) como sede dos Jogos de Inverno de 2002 e que culminou com a eleição de Jacques Rogge para a presidência da entidade, substituindo o espanhol Juan Antonio Samaranch.

Realizada em julho de 1995, a eleição de Salt Lake City envolveu mais de R$ 2,5 milhões em compra de imóveis, empregos, bolsas de estudo, presentes, tratamentos de saúde e até a contratação de prostitutas para membros do COI, em troca de votos para a cidade.

O escândalo veio à tona em dezembro de 1998 e culminou com a expulsão de seis membros da entidade e a renúncia de outros quatro, além da mudança nas regras do processo eleitoral que escolhe as sedes. Desde então, os delegados do COI são proibidos de receber presentes dos comitês ou viajar às cidades candidatas.

Quebra da ISL pôs Fifa em xeque

O atual escândalo de venda de votos na Fifa não é o primeiro caso de corrupção envolvendo a entidade. A quebra da ISL (International Sports and Leisure), empresa de marketing esportivo e braço comercial da Fifa, em 2001, trouxe à tona uma rede de propina em que membros da entidade teriam sido pagos para favorecer as negociações de vendas de direitos de transmissão de suas competições.

Na ocasião, Blatter foi obrigado a devolver cerca de R$ 7 milhões, porém a Justiça suíça terminou por retirar as acusações feitas contra a Fifa.

A ISL, parceira da entidade máxima do futebol mundial por 20 anos, até sua falência, foi fundada por Horst Dassler, ex-presidente da fornecedora de material esportivo Adidas, uma das maiores patrocinadoras da Fifa até hoje.

No Brasil, a ISL fez negócios com o Flamengo e o Grêmio. Com a falência da empresa, os clubes tiveram que arcar com as dívidas por ela deixadas.

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