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Edenílson vira destaque como curinga do Coringão

Messi (Foto: Reprodução)
imagem cameraMessi (Foto: Reprodução)
Dia 28/10/2015
05:04

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O Corinthians precisa vencer o Cruz Azul (MEX) nesta quarta-feira, às 22h, no Pacaembu, para assumir a liderança do Grupo 6 da Copa Libertadores. Se a equipe tiver o espírito de superação e colaboração de Edenílson, que mais uma vez será deslocado de setor, a chance de triunfar será maior.

O camisa 21, segundo volante de origem, continuará na lateral direita. Ser improvisado, aliás, não é novidade. Desde que chegou ao Parque São Jorge, em maio do ano passado, será a oitava vez que ele atuará pelo setor de Alessandro e Welder, que vêm de contusão e não estão no seu nível.

Tite confirma Edenílson como titular para enfrentar o Cruz Azul

A lateral direita não é o único setor que Edenílson colaborou com Tite. O camisa 21 já atuou na função de primeiro volante (duas vezes), meia (18) e até de atacante (2). Em sua posição de origem, segundo volante, apenas sete das 36 partidas disputadas pelo Timão.

–  Acho que é algo que tenho de saber aceitar para melhorar e evoluir. Tenho essa facilidade (de adaptação), mas não foi aqui que começou. Pelo Caxias, atuei como lateral, ala, atacante, meia... Não vejo dificuldade – disse ele ao LANCENET!.

– Por ter ficado um tempo na reserva, sempre enxerguei bem o jogo, sempre procurei ver os jogadores em todas as posições, porque a gente nunca sabe quando pode aparecer a chance por necessidade – completou Edenílson, explicando a origem dessa facilidade de atuar em todas.

Fazer de tudo um pouco não é novidade para Edenílson. Antes de virar jogador profissional, ele exercia uma função na qual se desdobrar é quase obrigação. Quando era mais novo, era office-boy, sem hora e local de trabalho fixos. Gaúcho de Porto Alegre, agora com 22 anos, está feliz com a adaptação ao Timão e a tudo que o clube proporciona quando se obtém sucesso.

– Eu vim um pouco preparado, mas me assustei bastante com a recepção que tive. Eu esperava pegar um grupo mais fechado, até mesmo em relação à comissão técnica e direção. Mas foi diferente, e isso me ajudou bastante – afirmou.

EDENÍLSON NO TIMÃO:
36 jogos oficiais
1.286 minutos
1 cartão amarelo
1 cartão vermelho
0 gol
Primeiro volante - 2 (Palmeiras e Catanduvense)
Segundo volante - 7 (Bahia, Avaí, Figueirense, Bahia, Ceará, São Caetano e Santos)
Lateral-direito - 7 (América-MG, Atlético-PR, Palmeiras, Fluminense, Nacional-URU, Guarani e Cruz Azul-MEX)
Meia - 18 (Flamengo, São Paulo, Vasco, Atlético-GO, Inter, Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio, Vasco, Atlético-GO, Cruzeiro, Inter, Avaí, América-MG, Figueirense, Ituano, Botafogo e Lusa)
Atacante - 2 (Botafogo e Mogi Mirim)

BATE-BOLA COM O POLIVALENTE:

'Sou de família pobre. É outro mundo aqui!'

Por que a camisa 21?
Minha idade quando eu cheguei aqui, estava com 21, aí escolhi...

Vai trocar todo ano?
(Risos) Não pensei nisso. O pessoal estava escolhendo, daí lembrei que tinha 21 anos. Peguei e gostei. Mas eu gosto do 18, data do meu aniversário e o da minha esposa.

Como foi o início da carreira?
Comecei tarde, em 2008 (tinha 18 anos), num time da Segunda Divisão gaúcha (Guarani de Venâncio Aires). Eu entrava de vez em quando, fiquei uns dois meses na base do clube e depois fui para o profissional. Depois, fui fazer teste no Caxias, fiquei 15 dias na base e fui para o profissional, onde fiquei de 2009 a 2011. Depois, vim para cá...

Por que tão tarde?
Eu trabalhava como office-boy em Porto Alegre, dos 17 até 18 anos.

A infância foi complicada?
Mais ou menos. Família pobre, que veio do Paraná, não tinha nada, foi construindo as coisas aos pouquinhos. Mas não costumo dizer que foi sofrida porque (os familiares) nunca deixaram faltar nada para mim.

Em maio, você completa um ano de Corinthians. Quanta mudança...
Mudou bastante coisa, foi um salto. Não que eu não esperasse que fosse tão grande, mas não tinha essa dimensão, até por não conviver nesse... É outro mundo aqui. Não tem nem comparação com o que eu vivia lá no Caxias.

Por exemplo...
Faço coisas que não fazia lá, não comprava tantas coisas (risos). Falando sério, a essência do que eu fazia continuo, mas antes convivia mais com minha família. Hoje, fico com minha esposa em casa.

COM A PALAVRA

Ricardo Cobalchini, auxiliar-técnico do Caxias

'Margem de crescimento do Ed ainda é grande'

"Ed, como chamávamos ele aqui, tinha 18, 19 anos quando chegou. Ele sempre teve muita técnica, mas pecava na consciência tática. Quando percebeu que isso o faria crescer, passou a entender melhor o jogo, a se destacar mais. Foi uma das principais peças da equipe no Gauchão-11, tanto que fez parte da seleção do campeonato. A gente sabia que ele não ficaria muito tempo por aqui. Fora de campo, Ed nunca foi de dar dor de cabeça, foi um cara sempre focado, que chegou onde está porque se preparou para um clube do tamanho do Corinthians. No Caxias, ele também era jogador polivalente. O torcedor corintiano pode ter certeza que sua margem de crescimento ainda é muito grande".

COM A PALAVRA II

Julio Batisti, treinador e ex-presidente do Guarani de Venâncio Aires (RS), em seu blog

'Meio Kilo é a prova que eu fiz a escolha certa'

'E.C. Guarani, Venâncio Aires, agosto de 2008. Nossa equipe havia acabado sua participação no octogonal final da 2ª divisão e um convite da FGF para que disputássemos a Copa RS no 2º semestre estava em minhas mãos. Olhava pra trás e me lembrava das dificuldades que enfrentamos para conseguir levar a equipe até aquele momento. Nunca pensei em ser diretor, imagine me tornar presidente, ainda mais sendo chamado de 'louco' quando fui aclamado numa reunião. Com mais de 20 ações trabalhistas, sem patrocinador, estádio necessitando de reformas imediatas, gramado para ser recuperado, nenhum sócio, conselho sem atuação e afastado, torcedor decepcionado pelo rebaixamento de divisão no ano anterior, sem comissão técnica, sem jogadores, sem material esportivo e o pior de tudo, o prefeito da época declarando e posteriormente confirmando a sua negativa de enviar os recursos públicos que todos os anos era um valor já programado girando em torno de R$ 100 mil. Vendo a rua do lado de fora pensamentos me vinham à cabeça: "se na principal competição não obtivemos o apoio necessário, imagina numa copa deficitária". Por outro lado olhava para dentro e via os garotos treinando e me perguntava: "se não jogarmos, o que será desses meninos? Qual o seu futuro e das gerações que virão deles? Havia solicitado ao nosso diretor financeiro Cesar Ernsen um relatório contábil e que projetasse os custos da competição. Eu aguardava por ele e quando chegou lembro bem da sua fisionomia e da frase dita a mim: "é inviável, não podemos jogar, é suicídio". Avaliamos juntos todas as possibilidades, ouvi e analisei atentamente os argumentos de outros diretores e apenas pedi para mostrar a real situação ao grupo que nos aguardava. No caminho entre a sala de reuniões e o vestiário me falou: "qualquer que seja a decisão estarei contigo"demonstrando ser um grande amigo. Entramos, todos sentados, o Cesar inicia sua explanação e eu observo os rostos de cada um deles. Todos escutavam atentamente, mas alguns com olhar na minha direção. Começo a me questionar: "qual o direito que tenho de interferir na vida deles? E se aqui tiver um daqueles diferenciados?" Cabia a mim decidir, mas antes propus um acordo importante entre direção, comissão técnica e atletas ao qual foi aceito por todos, então falei em alto e bom som: "vamos jogar". Aquele grupo possuía algo diferente, com valor e entre eles o menino Edenilson, carinhosamente chamado pelos companheiros de Meio Quilo por ser magro, mas já estávamos realizando um trabalho diferenciado com ele para aumento de peso e massa muscular. Foi num jogo entre Guarani x Juventude pela Copa RS, em Caxias do Sul que dirigentes do clube grená, assistiando ao jogo se interessaram por ele. Na época fui criticado por muitos que achavam uma loucura participar daquela competição, mas eu estava convicto que aquele trabalho daria bons frutos e passados três anos, tudo se confirma. Hoje no Corinthians, Edenilson, o nosso Meio Quilo, faz fama, sucesso e certamente se tornará um dos grandes jogadores do futebol brasileiro e que em breve vai alçar vôos maiores. Saber que participamos dessa caminhada, talvez de forma tímida mas presente, me deixa muito feliz e orgulhoso. Lembro de quando ele entrava na minha sala no sábado após o recreativo e pedia passagem de ida para casa porque a volta o pai pagava, das vezes que a diretora me chamava na escola para dizer que não queria saber dos estudos e no outro dia quando eu pensava até em tirá-lo do treino e pedir mais dedicação as aulas observava a maneira que entrava no vestiário, seu relacionamento com os colegas e sua dedicação aos trabalhos e não me dava coragem de puni-lo daquela forma, mas apenas aconselhá-lo. Meu objetivo não é ser o pai da criança, longe disso, até porque ele dedicou-se muito para estar nesse lugar e fez por merecer, além de que, sua carreira é gerenciada pelo empresário Jorge Machado, um dos profissionais mais respeitados do país e teve participação importante da SER Caxias no seu desenvolvimento, mas o que quero mostrar é o efeito da decisão em cima de uma convicção, baseada no trabalho e não em matemática porque o futebol jamais será uma ciência exata. Posso com autoridade escrever e relatar esse fato porque foi o principal argumento que usei na época para justificar o porquê jogaríamos e quem estava lá se lembrará dos meus pronunciamentos."

TRILHA DE SUCESSO DE VOLANTES

Cristian
Era reserva do Flamengo. Em 2009, foi vendido pelo Timão ao Fenerbahçe (TUR) por cerca R$ 19 milhões.

Elias
Contratado da Ponte Preta. Com bom futebol e gols, ganhou status de ídolo, foi para a Europa e chegou à Seleção.

Jucilei
Contratado do J.Malucelli, virou titular com Mano no Timão, chegou à Seleção e, agora, está no futebol russo.

Paulinho
Ex-Bragantino, aproveitou as saídas de Jucilei e Elias, virou referência do time e chegou à Seleção Brasileira.

Ralf
Barueri, Timão e... Seleção. Visto por treinadores e pela torcida como fundamental.

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