menu hamburguer
imagem topo menu
logo Lance!X
Logo Lance!

Diguinho para o LANCE!Net: ‘Tenho paciência para ser titular’

Veja as fotos da Entrevista do Diguinho ao Lance!net - (Foto: Alexandre Loureiro)
imagem cameraVeja as fotos da Entrevista do Diguinho ao Lance!net - (Foto: Alexandre Loureiro)
Dia 28/10/2015
06:06

  • Matéria
  • Mais Notícias


Não é de praxe ver Diguinho sob os holofotes dando entrevistas. Para muitos, o volante do Fluminense possui um jeitão marrento. Ledo engano. Tímido na frente das câmeras, um dos jogadores mais antigos do elenco mostrou ser um cara família, ao receber a reportagem do LANCE!Net, em sua casa, na Barra da Tijuca. À vontade, acompanhado da filha Ana Clara e da esposa Vanessa, Diguinho revelou seus planos para 2013: o principal é recuperar o espaço perdido.

Com contrato recém-renovado, o jogador virou um incentivador do elenco. Com voz ativa, Diguinho impressionou ao aceitar a reserva de Jean com naturalidade. Vibrou a cada gol. Querido no Flu, ele quer voltar a ser titular e mostrar porque tem a confiança de Abel, mesmo no banco:

– Não fico feliz de ficar no banco, mas o momento é disso, de aceitar e reconhecer quem está melhor. Sei que trabalhando, posso reconquistar meu espaço.

Pronto para um novo ano, com contrato até 2014, Diguinho fez um balanço de seus quatro anos de Fluminense. Confira o bate-papo do volante, com exclusividade.

Como foi o processo de renovação?
Na metade da Libertadores a direção me procurou e achei que não era o momento. Pedi para eles deixarem para mais adiante. Aceitaram na boa, mas logo depois eu tive a lesão. Fiquei um pouco apreensivo por ficar de fora, mas sempre tive a confiança da comissão técnica. Todos me deram apoio e por esse lado fiquei muito tranquilo. O clube me procurou e falou que eu ia ficar se quisesse.

Pensou em sair do Fluminense?
Passa muitas coisas pela cabeça. Pensei sim em sair, mas estou ambientado no Rio de Janeiro. Sei que tenho importância no clube, tenho voz ativa no vestiário e isso tudo pesou. Vi que não era o momento de sair e acho que fiz a escolha certa em renovar.

Renovado, quais o planos que você faz para o próximo ano?
Quero fazer uma grande pré-temporada. Tenho de ter paciência para recuperar meu espaço. Sei que não será fácil. Estou tranquilo e sei que a oportunidade vai aparecer e vou me dedicar como sempre fiz.

Vê o Carioca como a grande chance de se firmar novamente?
Vou estar focado, porque sei que terei chances de voltar a jogar bem ali e que o Abel vai estar de olho. Tenho de fazer um bom Estadual para ir recuperando a vaga e mostrar que estou pronto para jogar.

Sobre os problemas que viveu em 2009, tem alguma mágoa?
Fiquei magoado sim. Normal, muito pela desconfiança. O pessoal ficou especulando coisas que poderiam ser, até mesmo sem saber do que se tratava da doença. A tuberculose não é algo comum, mas você pega pelo ar, pelo ambiente. Eu fui julgado por outras coisas e isso me deixou muito chateado. Aquele momento foi um dos mais tristes da minha vida. Além de estar sofrendo com a doença, tive de provar o contrário do que pensavam, que eu podia e tinha capacidade de me recuperar e voltar a jogar futebol.

Como superou tudo?
Se falava que eu poderia parar de jogar. O dia a dia foi o que me fez melhorar. Fiquei 15 dias em Porto Alegre, ao lado da minha família, e a cada momento passava um filme pela minha cabeça. Minha esposa me ajudou muito, me ajudava no tratamento. Tomava oito remédios, quatro de manhã e quatro à noite. Tinha dentro de mim que estava certo e queria voltar a poder jogar. Procurei fazer o que sei fazer, vencer.

Em que o Diguinho amadureceu com tudo isso?
Havia muita desconfiança em mim. Minha filha nasceu, minha esposa ajudou a amadurecer. A família que construí e o apoio de todos ajudam demais. Acho que o amadurecimento total fora de campo acarreta para dentro. Sou mais confiante e satisfeito com tudo. Não sou um cara de reclamar.

E o que vê de mudanças no Fluminense de 2009 para 2012?
A organização do clube melhorou muito. Cheguei em 2009, teve a confusão da invasão da torcida que atrapalhou. Hoje não se vê mais isso. O time sabe o que quer, o caminho era a mudança de postura e isso aconteceu. Hoje temos uma blindagem muito boa, até mesmo a torcida tem um contato bom com a gente. Acho que tudo está dando bons frutos e o torcedor entendeu.

Fica chateado com a fama de ser um jogador baladeiro?
Sou um cara normal. A fama de baladeiro veio quando cheguei no Rio de Janeiro, em 2005, para jogar no Botafogo. Tinha 20 anos, saí do interior do Rio Grande do Sul, não conhecia nada. Cheguei em um clube como o Botafogo, de expressão. Você fica deslumbrado. Tudo acontece mais fácil, tudo chega fácil, os amigos chamam para sair e por curiosidade você vai, vira rotina. Era solteiro na época, jogando em um grande clube, sendo bem remunerado, é difícil não cair na tentação. Mas hoje fico mais com minha esposa e sou mais tranquilo.

Pelo que passou, dá conselho aos mais jovens?
Sim. Vejo casos semelhantes e aconselho. Falo para não dar mole, não deixar de treinar, não pode se deslumbrar com a fama. Sempre tive comigo que quando saia, precisa treinar o dobro.

Já se vê na história do Flu?
Acho que já tenho uma boa história aqui. Tive um bom final de 2009, um ótimo 2010, um bom final de 2011 e 2012 agora com títulos. Deixo um pouco minha marca na história, apesar de terem jogadores que deram mais. De qualquer jeito, continuo sempre dando meu melhor.

MOMENTOS DE DIGUINHO

Desconfiança - Em 2009, com o time vivendo momentos dramáticos na temporada, Diguinho foi diagnosticado com tuberculose. Após se recuperar, foi agredido por torcedores nas Laranjeiras. Ele foi acusado de extrapolar e cair na noite.

Volta por cima - Após isso, Diguinho recuperou a posição de titular e foi um dos destaques na reta final, que culminou com a manutenção do Fluminense na Séria A do Brasileiro de 2009, quando o rebaixamento era dado como certo.

Ano de ouro - Titular durante toda a temporada de 2010, Diguinho foi um dos principais jogadores de Muricy Ramalho na conquista do Campeonato Brasileiro.

Ano morno e reserva - Após um 2011 mediano, com lesões e sem conquistas, Diguinho iniciou 2012 entre os titulares, mas com a sombra de Jean no banco de reservas. Em maio, o volante sofreu uma torção com edema ósseo no tornozelo direito e ficou cerca de três meses fora. Tempo suficiente para Jean conquistar a posição, deixando Diguinho entre os suplentes no restante do Brasileiro.

Mais lidas

Newsletter do Lance!

Fique por dentro dos esportes e do seu time do coração com apenas 1 minuto de leitura!

O melhor do esporte na sua manhã!
  • Matéria
  • Mais Notícias