Confira a análise de quem fez parte dos grandes quartetos do Flu

O LANCENET! conversou com personagens de outros grandes quartetos. Confira!

COM A PALAVRA

Samarone - 1970 (Cafuringa, Samarone, Lula e Flávio)
Não dá para comprar duas gerações

Na minha época, Flávio, que era o centroavante, tinha muita semelhança com Fred. Deco faz o trabalho de armação, como eu fazia. O Fluminense jogava com dois pontas. O estilo de Lula era parecido com o de Emerson. Na função de Cafuringa não tem como comparar. Jogávamos no 4-33. Todos os clubes do país importavam da Europa um futebol bem corrido. Hoje, todos formamuma muralha à frente da defesa. Não tem como comparar as gerações. O estilo de Conca é parecido com o meu. No entanto, ainda o vejo um pouco sobrecarregado. Agora, ele poderá contar com o auxílio de Deco, que também tem a forma de jogar parecida com a minha.

Rivellino - 1976 (Rivellino, Gil, Doval e Dirceu)
Não tem como fazer comparações agora

É tudo muito diferente entre o futebol de hoje e aquele jogado na década de 1970. O futebolmudou. Por isso é difícil para alguém falar de um ou outro jogador individualmente, muito mais em fazer comparações entre atletas de épocas diferentes. Agora não tem como fazer comparações. Cada geração teve seus méritos e a de hoje está perto de conquistar o mesmo feito daquele grande time de 1984. Do grupo de hoje, vejo o Conca como o destaque. Não apenas pela resistência física que o permitiu disputar todas as partidas do Brasileiro, mas pela sua eficiência e participação no time. Por isso, o Fluminense está melhor.

Assis - 1984 (Romerito, Assis, Washington e Tato)
Nós nos conhecíamos num piscar de olhos

Na minha época, davam mais ênfase, realmente, ao quarteto de frente por todos serem jogadores decisivos. Mas o time todo era bom. O tempo em que atuamos juntos era o que fazia a diferença. O entrosamento era muito grande, nos conhecíamos num piscar de olhos. E dificilmente nós quatro nos machucávamos.E o quarteto atual ainda nem teve a oportunidade de treinar junto, daí a dificuldade de um conhecer o outro, o posicionamento do outro, o que é fundamental. Se estivessem atuando juntos há mais tempo, com certeza o Fluminense já estaria com a mão na taça. O time precisa deles e das vitórias nessa reta final. Estou na torcida por eles.

Aílton - 1995 (Aílton, Rogerinho, Renato Gaúcho e Ézio)
Taticamente, cada um cumpria a sua função

Naquela época, a coisa funcionava porque, taticamente, cada um daquele quarteto cumpria bem a sua função e ainda procurava ajudar o outro. Esse era o diferencial de um time que ainda contava com o Djair no setor. Hoje, apesar dos nomes consagrados, infelizmente eles não cumprem bem suas funções táticas, e a parte física do adversário acaba, por muitas vezes, se sobressaindo. O Fred, por exemplo, é um excelente jogador, mas ritmo de jogo é fundamental. O Conca é o melhor do campeonato e está inteiro, bem preparado fisicamente, mas os outros deixam a desejar justamente pelo ritmo de jogo, por causa das lesões.

Roni - 2002 (Beto, Yan, Roni e Romário)
Quartetos de 2002 e de 2010 são parecidos

Em 2002, nosso quarteto se entendia bem. No Brasileiro atual, Deco, Conca, Emerson e Fred não jogaram juntos. Com os quatro em campo, o Fluminense já teria conquistado o título brasileiro. Há algumas semelhanças entre o quarteto de 2002 e o de 2010. Beto era um apoiador de muita força, enquanto Deco é mais técnico. Conca vive uma fase excepcional, mas Yan, que também é canhoto, criava muito. Romário era a nossa referência. Fred costuma sair da área, mas finaliza bem. Eu e Emerson nos movimentamos muito no ataque. São bons quartetos. O nosso só não foi campeão porque Romário se machucou na semifinal contra o Corinthians.

Cícero - 2008 (Conca, Cícero, Thiago Neves e Washington)
Era um quarteto de bom poder ofensivo

Aquele quarteto teve uma ótima sequência no decorrer da Libertadores. Eu estava no clube com Thiago Neves desde 2007 e já tínhamos um entrosamento. A chegada de Conca e Washington só aumentou nosso poder ofensivo.Apesar de ser volante, fizmuito a função de segundo atacante. O Flu de hoje tem um elenco forte e quatro jogadores que podem fazer a diferença. Infelizmente, as lesões não deixaram que eles tivessem uma sequência juntos. Conca está numa fase espetacular, Deco é um jogadormuito respeitado aqui na Europa e Fred, um artilheiro decisivo. Emerson também é importante pela movimentação que dá ao time.