ANÁLISE: apagado em campo e iluminado nos ajustes, correções de Dorival Júnior fazem efeito em vitória do São Paulo

Dorival Júnior acertou nas mudanças que fez e garantiu o resultado positivo do Tricolor

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Com o resultado, o Tricolor chegou ao G6 da tabela do Brasileiro (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

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Nesta quarta-feira (21), o São Paulo venceu o Athletico-PR, de virada, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro, em partida que marcou o retorno da competição após a pausa para a Data FIFA. Com a bola rolando, o Tricolor começou em desvantagem após gol de Vitor Roque, mas buscou o empate com Gabi Neves ainda no primeiro tempo e fechou o placar em 2 a 1 na etapa final, com Luciano. O resultado refletiu bem o que aconteceu em campo.

Sem Pablo Maia (suspenso), Arboleda (convocado) e Michel Araujo (contundido e suspenso), Dorival Júnior precisou mexer nas peças que tem à disposição e entrou em campo com algumas novidades. Entre elas, Diego Costa no lugar de Arboleda, Rodrigo Nestor e Luan como titulares, além de começar com Alisson no banco e Rato no lugar. A típica formação 4-3-3, no entanto, foi mais presente 'no papel' do que com a bola rolando.

Quando teve a bola no pé, o São Paulo manteve um tripé de jogadores mais recuados, na primeira linha, com Rafinha, Diego Costa e Beraldo, sendo Caio o único jogador do quarteto defensivo com maior liberdade para avançar ao ataque, aberto pela esquerda, tornando-se opção de passe. O responsável pela amplitude no lado direito do campo foi Wellington Rato.

ATUAÇÕES: Gabriel Neves vai do inferno ao céu e Luciano comanda virada do São Paulo contra o Athletico-PR

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No entanto, os problemas na saída de bola vieram pelos atletas mais centralizados na segunda linha, no caso, os volantes Gabriel Neves e Luan, que tiveram dificuldades no posicionamento e pouco funcionaram como dupla.

Justamente por questão de característica (diferente do titular, Pablo Maia), Luan não era o responsável por receber a bola de costas para o time adversário e girar para dar início aos avanços são-paulinos. Assim, o camisa 8 pareceu confuso sobre onde ficar dentro do campo, posicionando-se um pouco mais adiante do companheiro uruguaio.

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Esta postura foi um problema para o São Paulo, uma vez que Gabriel Neves acabou ficando solitário na função de iniciar as jogadas, sem uma dupla para apoiá-lo. O mesmo problema de cobertura, por consequência, foi visto nos momentos defensivos, quando o camisa 20 tinha dificuldade em marcar o setor após a perda da posse, prejudicado pelos avanços do colega de equipe.

Aos 10 minutos, ainda fora de ritmo, o Tricolor sofreu com um Athletico-PR veloz e dinâmico que explorou o espaço nas costas de Caio e buscou o ataque pelo lado direito, fazendo Beraldo se deslocar para dar apoio ao camisa 38. E foi neste movimento do zagueiro surgiu o espaço para que Vitor Bueno, ultrapassasse Gabriel Neves, invadisse a área e encontrasse o cruzamento para Vitor Roque no segundo pau.

Apesar do empate são-paulino ter vindo ainda na primeira etapa, mais precisamente oito minutos depois, o gol não foi fruto de superioridade dos mandantes, mas sim uma 'justiça' a um jogo equilibrado. Da mesma maneira que os paranaenses chegaram às redes, o ataque tricolor utilizou jogadores de ataque para arrastar a marcação. Assim, Gabriel Neves conseguiu aparecer para encaixar o rebote e marcar seu primeiro gol com a camisa tricolor.

O restante da primeira etapa seguiu a tônica que marcou os 45 minutos iniciais: o São Paulo era quem mais ficava com a bola nos pés (66,62% de posse de bola, segundo o FootStats), mas não conseguia colocar velocidade alguma no jogo. Quando tinha a bola, era pressionado desde os primeiros toques pela marcação alta do Athletico-PR e sofria para avançar as linhas.

No entanto, conforme o time subia o campo, a passividade e a lentidão eram marcantes, possibilitando que a marcação adversária acompanhasse o lance organizadamente, sem ceder espaços.

No ataque, Nestor (pela esquerda) se deslocava para o centro do campo e liberava o corredor para Caio, enquanto Luciano (na direita) fazia algo semelhante com Calleri. O Furacão respondia fechando os espaços e disparando com muita velocidade sempre que roubava a bola.

O São Paulo voltou para o segundo tempo com mudanças e conseguiu corrigir alguns dos problemas. Alisson entrou na vaga de Luan, enquanto Nestor deixou o campo para a entrada de Rodriguinho. A segunda mudança surtiu efeito imediato na velocidade e intensidade do time, pois logo na primeira jogada da etapa final Rodriguinho recebeu passe de Caio, disparou pelo lado esquerdo e passou para Calleri, que apenas fez o pivô para a chegada de Luciano, que bateu de chapa e virou o jogo.

Com o placar de 2 a 1, o Athletico-PR naturalmente passou a procurar mais o jogo. Alan Franco - que entrou em campo no primeiro tempo, no lugar de Diego Costa - e Beraldo deram conta do recado na marcação. Caio passou a subir menos devido à pressão adversária. A saída de Luan tirou parte do poder de marcação do meio de campo são-paulino.

Demorou pouco em meio à pressão paranaense para que Dorival Júnior corrigisse o problema, trocando Wellington Rato por Jhegson Méndez, passando Gabriel Neves para o lado direito da dupla de volantes, onde, a princípio, teve discussões com Rafinha sobre o posicionamento, mas logo se encontrou.

Com o cerco montado para administrar o resultado, o São Paulo correu riscos na metade final do segundo tempo, mas conseguiu fechar a área e forçar o adversário a finalizar de média e longa distância para buscar uma reação, o que rendeu algumas bolas perigosas. Com um fim de jogo de ataque contra a defesa', o Tricolor conseguiu segurar a vitória suada em meio às trocas de passe do Athletico-PR em volta da área, mas sem gerar entradas de perigo.

Após um primeiro tempo abaixo da média, os ajustes de Dorival ajudaram o São Paulo a subir de ritmo na segunda etapa e corrigir alguns posicionamentos defensivos conforme Neves 'ganhou' Méndez como dupla. Ainda assim, o time sofreu com algumas movimentações velozes do adversário quando perdia a posse, além das dificuldades pelos desfalques, principalmente a ausência de Pablo Maia no meio de campo. Ainda assim, mesmo em jogo mais 'apagado', o Tricolor fez o suficiente para correr atrás do resultado e sair com os três pontos.

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