Volta de Sánchez e leveza: os motivos da vitória do Santos sobre o Galo

Ao bater o Atlético-MG por 3 a 2, na Vila Belmiro, Peixe mostrou o quanto sentiu falta do uruguaio, e como estar livre de pressão foi benéfico para aflorar as individualidades

Santos x Atlético-MG
Sánchez abriu o placar para a vitória do Santos sobre o Atlético-MG, na Vila Belmiro (Foto: Flavio Hopp)

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Quem assistiu ao primeiro tempo do Santos contra o Atlético-MG, no último sábado, na Vila Belmiro, deve ter se perguntado o que faltou para que o time tivesse o mesmo desempenho nos jogos anteriores, que acabaram tirando a possibilidade de lutar por uma vaga na Copa Libertadores do ano que vem. Há alguns motivos que levam à conclusão, porém dois deles se destacaram para que a vitória fosse alcançada.

Dentro de campo, ficou bastante evidente que os desfalques de Derlis Gonazález e de Carlos Sánchez, que estavam com suas seleções, foram essenciais para a queda de desempenho da equipe e a sequência de jogos sem vencer. Ambos tiveram participação direta na conquista dos três pontos diante do Galo, porém o uruguaio, sem dúvidas, foi a ausência mais sentida, uma vez que não há no elenco um jogador com a sua versatilidade e com o seu poder de ditar o ritmo do time.

É difícil reproduzir a função que Sánchez tem com Cuca, já que como meio-campista ele consegue atuar em todas as posições no setor, seja na contenção, seja na transição, seja na composição da segunda linha, seja na criação. São vários em um só jogador, um desfalque que valeu por grande parte de uma equipe. Bastou um minuto contra o Atlético-MG para ele marcar um golaço de falta e dizer "eu voltei". É preciso lamentar, porém, sua expulsão por falta violenta em Elias, que o tira do duelo contra o Sport, na Ilha do Retiro, pela última rodada do Brasileirão.

O uruguaio foi importante, de fato, no entanto há outro elemento que fez diferença na noite do último sábado: a leveza de estar disputando um 'amistoso de luxo' com o time mineiro, que por sua vez ainda luta para garantir uma vaga no G6. Entrar em campo livre de pressão, deixou todo o time mais solto, com mais liberdade para arriscar passes, jogadas individuais, e cabeça fresca para entender o jogo e explorar as fragilidades absurdas do setor defensivo adversário.

Dessa forma, Derlis González foi um terror para a marcação no primeiro tempo, Carlos Sánchez achou espaços para infiltração, Dodô chegou inteiro para criar no ataque, Gabriel flutuou entre os zagueiros e o Santos encerrou o primeiro tempo com um placar significativo de 3 a 1 sobre um rival que passava por sérios problemas de organização.

No segundo tempo, o Atlético-MG voltou melhor, conseguiu marcar o segundo gol cedo e tentou sufocar o Peixe na tentativa de empatar e até virar o jogo, o que não aconteceu. Isso graças ao comprometimento e à compactação segura do time, algo que havia sido marca registrada na arrancada para fugir do Z4 e foi perdido nas últimas rodadas.

Esse retorno da confiança também é fruto de uma tranquilidade, que até mesmo algumas definições, como a confirmação da saída de Cuca após o Brasileirão, deixam o ambiente com menos incógnitas. O técnico, que informou precisar se afastar para tratamentos cardíacos, não estará no comando do Peixe em 2019. Apesar de ser uma perda, uma quebra de trabalho, a antecipação da certeza de mudança pode ter sido saudável para evitar o clima de incertezas no elenco e parece que ele não está disposta a se despedir de 2018 de forma melancólica.

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