No retorno do Santos ao Brasileirão, Neymar volta a jogar como Menino da Vila
Camisa 10 marca o gol da vitória do Peixe sobre o Flamengo na Vila Belmiro

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O torcedor do Santos, enfim, retornou à Vila Belmiro depois de um mês e meio longe de casa para ver um time com uma postura diferente daquele que atuou até o dia 12 de junho, data da última partida do elenco pelo Campeonato Brasileiro antes da pausa para o Mundial de Clubes da Fifa.
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Em meio ao mar branco, camisas azul-turquesa com o número 10 e o nome de Neymar estampado já indicavam o que o santista esperava: contemplar o craque marcando gol logo no primeiro jogo após a renovação com o time da Baixada Santista.
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O camisa 10 entrou em campo com a filha Mavie, de apenas um ano e nove meses, que observava atentamente as 13 mil bandeiras santistas sendo tremuladas no Alçapão, em uma ação do clube com a patrocinadora máster, que deixou o pré-jogo mais atrativo para a torcida com show de luzes e efeitos pirotécnicos.
Cléber Xavier manteve a equipe titular do amistoso da semana passada, diante da Desportiva Ferroviária, no Espírito Santo. Depois de ter ficado de fora do duelo contra o Leão do Pici por suspensão, Neymar voltou oficialmente ao time titular vestindo a braçadeira de capitão.
No anúncio da escalação santista, o capitão foi o mais ovacionado, seguido pelo Menino da Vila Robinho Jr., filho do ex-camisa 7 do Peixe, que atualmente está preso por condenação por abuso sexual.
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Neymar ditou o ritmo da partida para a equipe santista, que começou atacando especialmente pelo lado direito com Barreal e Zé Rafael nos primeiros minutos. O atacante não só articulava o time, mas também tentava anular a pressão do Rubro-Negro com Bruno Henrique, Plata e Arrascaeta.
O Peixe ameaçou o gol de Rossi apenas aos 28 minutos. Já o Flamengo só não abriu o placar graças a uma bela defesa de Gabriel Brazão aos 20 minutos do primeiro tempo, após belo chute de Plata de fora da área.
Diferentemente de outras tentativas de ataque do rival, Neymar manteve a calma e, na sequência, reclamou de uma falta dura de Jorginho, que levou o primeiro cartão amarelo da partida. Na cobrança, o capitão santista levou perigo.
A partir desse momento, o ídolo santista passou a reclamar mais com a arbitragem, contestando faltas e lances simples, como cobranças de lateral e escanteio.
Neymar reacendeu a torcida, que passou longos minutos em silêncio, num ambiente de muita apreensão e nervosismo, ao tabelar com Guilherme pelo lado esquerdo em uma linda jogada que quase resultou em gol, mas a zaga rival fez o corte. 'Vai pra cima deles, Neymar!', gritou um dos torcedores das cadeiras cativas, vestido com a camisa azul turquesa, que tantas recordações desperta no coração do santista, há quase dez anos sem comemorar um título.
Na sequência, Neymar também participou da jogada que obrigou Rossi a defender um chute do Menino Deivid Washington. Após o lance, o camisa 10 fez o que sabe de melhor: passou a pressionar a saída de bola e orientava pacientemente os companheiros, gesticulando e sugerindo jogadas.
Neymar jogou até o fim do primeiro tempo mais avançado, sendo o único jogador do Peixe fora da grande área quando Gabriel Brazão operou mais um milagre, impedindo um gol de cabeça de Danilo, campeão da Libertadores de 2011 pelo Santos e parceiro de Neymar.

A redenção do Menino da Vila
O Santos retornou para o segundo tempo com a mesma formação, e, nos minutos iniciais, a torcida gritou pedindo a entrada de Robson Jr. O capitão santista mudou o semblante, passou a pedir mais a bola e se posicionava com frequência no último terço do campo, sem recuar para apoiar a defesa.
A torcida continuou apoiando o time, mas, desta vez, com olhares mais atentos ao cronômetro do telão, já que o Peixe não ofereceu perigo até o meio da segunda etapa. A impaciência com o atacante Guilherme também impulsionou algumas críticas ao camisa 11, que chegou a ficar mais de três meses sem marcar nesta temporada, após ter sido coroado artilheiro do Paulistão.
Neymar ficou caído aos 18 minutos do segundo tempo depois de um choque dentro da grande área com um jogador rival. Novamente, a torcida clamou por Robson Jr. durante o atendimento médico ao camisa 10. Cléber Xavier prontamente atendeu ao pedido das vozes que ecoavam nas arquibancadas santistas.
O garoto, que é 'protegido' por Neymar no dia a dia do CT Rei Pelé, entrou na vaga de Barreal. A Vila Belmiro acordou com a entrada do jovem do Sub-20 do Peixe. Ele fez oficialmente sua estreia no elenco profissional ao lado do seu maior ídolo.
O baixo rendimento em campo no segundo tempo continuou, e a torcida passou a adotar um tom de cobrança pelos gols perdidos, especialmente após assistências de Neymar para Deivid Washington, que foi substituído por Gabriel Bontempo.
O goleiro Gabriel Brazão foi o jogador mais ovacionado nos momentos de pressão do time carioca. Ao lado de João Basso, ajudou Neymar a acalmar os ânimos santistas. E foi dos pés do camisa 10 que o Santos iniciou uma nova jogada: após receber de Guilherme, Neymar obrigou Rossi a fazer mais uma grande defesa.
Apesar da empolgação, Neymar também se preocupou em servir Robson Jr., que tentou, em diversas oportunidades, invadir a grande área pedalando, com um gingado semelhante ao estilo de jogo de seu pai.
O camisa 10 já havia premeditado o desfecho da partida antes mesmo do apito inicial, ao conversar com o técnico do Flamengo, Filipe Luís. “Eu te falei”, disse Neymar, olhando para o banco de reservas, após a jogada que sacramentou a vitória santista e encerrou um jejum de seis anos sem vencer o rival em casa.
Mais de 13 mil santistas prestigiaram a obra de arte assinada por Neymar, com o auxílio de Gabriel Bontempo e Guilherme. O ídolo santista se livrou de Léo Pereira e Varela, e bateu cruzado, sem chance para Rossi defender.
Nos minutos finais, marcados pela estreia de Willian Arão com a camisa do Santos, o time segurou a pressão, e Neymar correu para o camarote após o apito final, onde abraçou os familiares e amigos mais próximos, como o ex-jogador santista Marcos Leonardo e o surfista campeão mundial Gabriel Medina, e foi coroado com o coro 'Olê, olê, olê, olá, Neymar, Neymar' enquanto a torcida deixava o Alçapão.
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