No Santos o desejo é de ‘Feliz Ano Novo’, mas os problemas são velhos

Demora nas definições para a temporada 2019 é semelhante àquela que antecedeu a chegada de 2018. Problemas financeiros e novelas voltam a atrasar o planejamento

Sampaoli e Peres
Renato, Sampaoli e Peres são os homens fortes do Santos para o planejamento de 2019 (Foto: Rodrigo Coca/Santos)

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O presidente José Carlos Peres começou a trabalhar pelo Santos ainda em dezembro de 2017, dando início à sua gestão. Naquela época, ele e seus companheiros de mandato não escondiam os problemas financeiros do clube, cujo cofre estava zerado, algo que nos bastidores não era considerado um exagero. Esses obstáculos atrapalharam o planejamento para a temporada 2018 e parecem ter efeito igual nas atividades pensando em 2019. Ano Novo, novela antiga.

A essa altura da temporada, na virada de 2017 para 2018, o clube tinha situação parecida às vésperas de uma reapresentação: já tinha acordo por um treinador, definiu boa parte das pessoas que cuidariam do futebol e tinha postura discreta no mercado de transferências. Para ser justo, antes de Peres assumir, o Peixe havia assinado contrato com o lateral-esquerdo Romário, única cara nova no retorno das férias.

Essas definições, no entanto, não foram fáceis e não se livraram das semelhanças com uma novela. A negociação por Jair Ventura, por exemplo, durou vários capítulos até ser anunciada no mesmo dia da reapresentação do elenco. Apesar de ter acordo com o técnico, a confirmação ainda dependia de um acerto do Santos com o Botafogo.

A contratação do executivo de futebol, Gustavo Oliveira, também passou por seus dias de novela, quando ele já trabalhava antes mesmo de ser oficializado no cargo. Cenário provocado pela complicada transição da gestão de Modesto Roma para a de José Carlos Peres, que travou os movimentos do time da Baixada naquele momento.

Sem contar os vários nomes especulados para reforçar o elenco e que não apareciam. As únicas certezas para 2018 eram as saídas, como as de Ricardo Oliveira e Lucas Lima. Perdas bastante sentidas e difíceis de serem repostas com a mesma qualidade, principalmente com limitação financeira.

Na virada de 2018 para 2019 a situação é bem semelhante. Ainda que o acerto com Sampaoli tenha sido uma boa surpresa e tenha acontecido rapidamente, a busca por um novo técnico durou mais do que o normal. Em certo momento, somente Santos e Fluminense, entre os clubes da elite, não tinham treinador definido para a nova temporada. A diferença é que o executivo de futebol já era conhecido desde setembro, quando foi anunciado que Renato assumiria o cargo.

Mesmo assim, com novelas encurtadas e um comandante inserido no planejamento, a torcida vê Gabigol sair e ninguém chegar para ocupar sua vaga no time. Além da cobiça em cima de outros jogadores do elenco. Mais uma vez o lado financeiro do clube impede agressividade no mercado, já demonstrada pelos seus três maiores rivais no último mês. Assim, os reforços deverão chegar apenas durante a pré-temporada.

A chegada de um novo ano para o Peixe pode até ter trazido um pouco mais de tranquilidade ao santista, no entanto não se livrou de ver problemas anteriores se repetindo. Novamente a temporada começa com uma enorme aposta em cima do treinador, algo que deverá ser tratado com mais cuidado, baseado nas lições fornecidas por 2018.

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