Após ter pedido de impeachment negado, como ficará a vida de Peres no Santos?

Possível reprovação das contas de 2019 pode colocar o presidente do Peixe novamente na berlinda

José Carlos Peres
José Carlos Peres assumiu a presidência do Santos em janeiro de 2018 (Foto: Ivan Storti/Santos FC)

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Embora tenha se livrado de um novo processo de impeachment, após o Conselho Deliberativo rejeitar o parecer da Comissão de Inquérito e Sindicância sobre a reprovação das contas do Santos em 2018, em reunião virtual realizada na última terça-feira, o presidente do Peixe, José Carlos Peres, ainda não encontra-se em total estado de paz quanto às ameças ao seu cargo.

Isso porque o alto índice de abstenções no pleito (75, frente a 79 de reprovações do parecer) refletiu que muitos conselheiros ficaram no meio termo entre prosseguir, ou não, com as indicações da CIS, que recomendava a abertura do processo de impedimento do mandatário santista.

A reportagem entrou em contatos com alguns membros do Conselho que participaram do encontro, no qual a maioria alegou que o documento expedido pela Comissão de Inquérito Sindicância estava mal fundamentado juridicamente, dando brechas a algumas ambiguidades, a principal, segundo os consultados, eram as diferentes punições entre alguns integrantes do Comitê de Gestão caso o parecer fosse aprovado. Por conta disso, inclusive, integrantes aliados ao vice-presidente, Orlando Rollo, rompido com Peres desde os primeiros meses de mandato, foram favoráveis a rejeição, mesmo ela também favorecendo o atual presidente.

Contas de 2019

Com a contrariedade às medidas indicadas pela CIS na reprovação das contas de 2018, o novo tema em pauta no Conselho Deliberativo será as contas de 2019, que foram reprovadas pelo Conselho Fiscal. O parecer será apreciado, discutido e votado pelos conselheiros na próxima reunião, ainda sem data definida.

Contudo, esse processo terá diferenças em relação aos últimos anos: o enquadramento do Estatuto do Santos ao Profut, programa de refinanciamento de dívidas fiscais dos clubes brasileiros. Ao ingressar no processo, o Santos teve que readequar o seu regimento interno, aplicando penalidades mais severas a envolvidos em processos de irresponsabilidade administrativa e gestão temerária.

Com isso, caso o Conselho Deliberativo aceite o relatório do Conselho Fiscal, a presidência do egrégio encaminhará um requerimento a CIS para a abertura do processo de impeachment ao presidente e punições aos demais envolvidos na gestão. A Comissão de Inquérito e Sindicância enviará à parte processada a possibilidade de apresentação de provas e defesa por escrito, avaliando-as posteriormente, antes de emitir seu parecer, que será votado entre os conselheiros, como nesta terça-feira.

Caso o Conselho santista aprove as indicações da CIS, a presidência do CD deverá convocar Assembleia Geral de Sócios, sendo deles a decisão definitiva. No entanto, diferentemente dos moldes anteriores, a parte processada será sumariamente afastada por até 60 dias, retornando à normalidade, caso seja absolvida na reunião associativa.

Em 2018, os conselheiros foram favoráveis ao impeachment de Peres, que na época respondia acusações de manter sociedade em uma empresa de agenciamento de atletas, o que fere o Estatuto do Peixe. Contudo, o quadro associativo foi contra o impedimento. A diferença é que na época Peres manteve-se no exercício da sua função enquanto aguardava os sócios decidirem o seu futuro. Com as mudanças estatutárias, o presidente seria afastado do cargo.

O mandato do José Carlos Peres como presidente do Santos encerra-se em dezembro. O atual mandatário santista tem direito a concorrer a mais um mandato de três anos. No entanto, em entrevista à rádio Transamérica, na última quinta-feira, ele afirmou não possuir interesse em postular a reeleição.

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