Roger cita pressão política, vê Felipão usando seu plano e torce por sucesso

Treinador acredita que poderia ter ficado mais tempo no Palmeiras se tivesse ganhado o Campeonato Paulista sobre o Corinthians e diz que alternar times já era uma estratégia sua

Roger Machado – Palmeiras
Roger foi demitido no final de julho, pouco após a Copa, e trocado por Felipão no Palmeiras (Cesar Greco/Divulgação)

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Em 25 de julho, o Palmeiras levou 1 a 0 do Fluminense e Roger Machado perdeu o emprego, após ter protagonizado a melhor campanha da fase de grupos da Libertadores, sendo substituído por Luiz Felipe Scolari. E o hoje ex-técnico do Verdão vê seu sucessor mantendo o que aponta ser seu planejamento de usar um time diferente no Brasileiro, além de apontar até pressão política na sua demissão em ano de eleições no clube.

- No Brasil, a média de permanência do treinador no cargo é de cinco meses. No Palmeiras, fiquei sete meses, acima da média. Saí com 66% de aproveitamento em mais de 40 partidas. Tenho certeza absoluta de que as questões políticas influenciam muito, anos de eleição nos clubes são mais conturbados. Mas é claro que tem o reflexo do campo - disse Roger à ESPN.

- O meu insucesso foi no Estadual, porque perdemos para o Corinthians naquelas circunstâncias. É um somatório, mas, geralmente, a conquista regional te dá um jogo a mais além dos três antes da pressão para a troca de técnico. Seria uma possibilidade a mais. Uma conquista sobre o maior rival se somaria às outras partes dos objetivos na temporada. Talvez fosse uma história diferente. Não dá para saber - indicou, apontando que seu estilo no banco de reservas não era unanimidade.

- O jogo contra o Fluminense foi o terceiro pós-Copa do Mundo, e tínhamos feito uma inter-temporada muito boa. Havia uma instabilidade circunstancial de antes, de ter deixado empatar diante do Ceará após abrir 2 a 0, ter empatado em casa com o Flamengo tendo saído na frente. Isso tudo se soma a outros fatores mais ou menos relevantes. Uma das críticas que eu recebia era pela minha forma mais tranquila de me postar na beira do campo. Pedia-se uma forma mais atuante, mas entendo que, naquela faixa do campo, preciso estar concentrado para extrair as melhores informações - defendeu Roger.

Felipão assumiu, montou uma base usada quase exclusivamente no Campeonato Brasileiro e ficou a três pontos do líder da competição, ao mesmo tempo em que os titulares chegaram, até agora, às quartas de final da Libertadores e às semifinais da Copa do Brasil. Uma estratégia que Roger avisa que já utilizava no primeiro semestre.

- Esse planejamento de utilizar times diferentes foi feito no início do Brasileiro, quando disputamos junto a Libertadores e a Copa do Brasil. Quando se consegue colocar jogadores mais descansados, do nível que se tem no Palmeiras, você perde pouca qualidade. O planejamento foi feito dessa forma anteriormente e o Felipão deu continuidade, entendendo que não é muito por opção, mas uma necessidade nesse calendário brasileiro - falou, torcendo pelo seu substituto no Palmeiras, e que o comandou no Grêmio nos anos 1990.

- Torço muito pelo sucesso do Felipão no Palmeiras. Principalmente em função da Copa de 2014, em que houve uma tentativa de encerrar ou colocar em desvantagem profissionais que tanto contribuíram para o futebol brasileiro e mundial com uma carreira vitoriosa. Torço pelo sucesso para mostrar que aqueles profissionais têm muito a contribuir para o futebol brasileiro.

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