Conmebol suspende Bruno Tabata por suposto ato racista; Palmeiras vê como erro e vai recorrer

Meia do Verdão sofreu uma punição de quatro meses sem poder disputar competições sul-americanas

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Palmeiras e Bruno Tabata dizem que punição foi dada de forma injusta pela Conmebol (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

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O Palmeiras foi pego de surpresa com uma sanção disciplinar da Conmebol que suspendeu Bruno Tabata por quatro meses de competições sul-americanas. A razão para essa punição seria um suposto ato racista do jogador na partida contra o Cerro Porteño, em Assunção, pela Libertadores. O clube vê erro da entidade e acredita em conseguir reverter a situação.

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No dia 24 de maio, o Verdão venceu por 3 a 0 a equipe paraguaia de foram tranquila, mas durante o jogo, alguns jogadores palmeirenses relataram injúrias raciais provenientes das arquibancadas do Estádio General Pablo Rojas. Entre esses atletas estava Bruno Tabata, presente no banco de reservas naquela oportunidade. O Alviverde, inclusive, reuniu imagens e fez denúncia à entidade. Para o clube, os atletas são as vítimas.

Um vídeo nas redes sociais mostrava um torcedor chamando os jogadores do Palmeiras de "monos", que significa "macaco" em espanhol. A reação dos palmeirenses, que pôde ser vista durante a transmissão da partida, foi exatamente para este momento registrado pelo próprio torcedor infrator do Cerro. Foi o clube paraguaio quem denunciou Tabata por supostos atos racistas.

O Palmeiras gravou um vídeo em que Bruno Tabata se defende da punição e explica o que de fato aconteceu naquele momento em Assunção. Segundo o meia, o Cerro identificou sua raça de forma acusatória para fazer a denúncia. O jogador se considera pardo e não branco como julgaram os paraguaios. Confira trechos do depoimento do meia alviverde:

- De forma completamente equivocada, fui denunciado pela equipe do Cerro Porteño pela prática de gestos racistas para a torcida do clube paraguaio na nossa partida da Libertadores fora de casa, atos que não cometi de maneira alguma. O que aconteceu na realidade foi que eu ouvi a torcida gritando "mono" e macaco para nós, jogadores, que estávamos em campo perto da arquibancada norte.

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- Não falamos espanhol e não entendemos o que estava acontecendo. Tanto é que o Endrick fala comigo e pergunta o que estavam gritando. Quando a gente entendeu, eu devolvi a pergunta e quis entender se era isso mesmo, se estavam chamando a gente de macaco. Eu estava expondo o racismo que estava acontecendo da parte da sua torcida, porque são eles os responsáveis, não nós.

- Além disso, acho importante comentar que o Cerro Porteño afirma que sou branco e por isso seria possível afirmar que fui racista com seus torcedores. Em primeiro lugar essa relação de causa e consequência não existe. Em segundo, me senti desrespeitado por esse argumento já que não me considero branco e sim um homem pardo. Não cabe ao clube identificar minha raça de forma acusatória. Em resumo, eu não cometi os atos racistas que estão atribuindo a mim e evidenciei o racismo da torcida do Cerro Porteño que nós jogadores sofremos nesse jogo.

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Segundo apuração do Lance!, consta nos autos do processo que Tabata teria imitado um macaco para a torcida do Cerro Porteño por duas vezes antes de os torcedores paraguaios revidarem o gesto. Além disso, a comissão disciplinar alega que a defesa do jogador não apresenta provas de que o gesto seria um revide a algum ato racista torcedores adversários. Enquanto isso, estaria anexado ao processo um vídeo em que se prova que o jogador palmeirense provocou a torcida rival. O clube do Paraguai também sofreu uma sanção da entidade.*

O clube discorda veementemente da decisão da comissão disciplinar da Conmebol, entende que um erro grave foi cometido neste caso e vai recorrer da decisão. Por essas e outras, o Palmeiras tem convicção de que a punição será revertida.

Vale lembrar que Bruno Tabata ficou fora da lista de relacionados para o jogo contra o Bolívar-BOL, quinta-feira (29), quando o Verdão venceu por 4 a 0.

* Texto atualizado às 17h09

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