ICGP Brasil: Goiânia tem vitórias de Lecointe (350) e Hecq (250)

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Briga pela vitória, prova 2: Tennstädt (18), Lecointe (6), Mello (9) e Hecq (44) (Randes Nunes)

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Duas provas muito disputadas proporcionaram grandes emoções ao público que compareceu nesse domingo (23) ao autódromo de Goiânia para a última etapa do International Classic Grand Prix, o campeonato mundial para motos de GP clássicas. O francês Jean-Paul Lecointe confirmou a pole position obtida nos treinos e venceu as duas provas na categoria 350, enquanto o belga Yves Hecq foi o melhor da 250 nas duas corridas. Entre os brasileiros, o grande destaque foi Leandro Mello, que obteve dois segundos lugares na 350, tendo chegado a liderar as duas corridas.

Lecointe precisou brigar com pelo menos três pilotos pela liderança durante a maior parte do tempo. Na primeira prova, iniciada às 11:40, seus adversários foram Yves Hecq e Leandro Mello, com quem trocou várias vezes de posição. Somente nas voltas finais Lecointe abriu uma certa distância em relação aos adversários. Hecq recebeu a bandeirada em segundo lugar (primeiro na 250) e Mello em terceiro, à frente de Serge Guillermin e André Gouin. O carioca Othon Russo, que surpreendeu nos treinos com sua Yamaha TZ "resgatada" de sua oficina após 30 anos, voltou a causar boa impressão: terminou em sexto (quarto na 350) depois de várias voltas brigando pela colocação com o francês Eric Saul e o brasileiro Bob Keller. Saul e Keller ficaram em segundo e terceiro lugares na 250.

Às 15:30, as motos voltaram ao grid para a largada da prova 2. Desta vez, a briga pela vitória teve a participação de quatro pilotos. Além de Lecointe, Hecq e Mello, entrou na briga o alemão Stefan Tennstädt, que levou um tombo na primeira volta da primeira corrida após uma leve colisão com o francês Serge Guillermin. Os quatro pilotos andaram juntos durante a maior parte da prova, até que as posições se definissem com Lecointe à frente de Hecq, Tennstädt e Mello. Por categorias, Lecointe venceu a 350 à frente de Mello e de Jean Dondaine; na 250, subiram ao pódio Hecq, Tennstädt e o ídolo goiano Roberto Boettcher, um dos grandes pilotos brasileiros da década de 1970 no motocross e na motovelocidade.

Lecointe explicou sua estratégia para as duas corridas: "Estava muito calor e eu fiquei preocupado com o desgaste da moto", explicou após a corrida. "Preferi poupar a máquina no começo e só depois andar mais rápido." Seu plano mostrou-se absolutamente adequado, não apenas pelas duas vitórias mas também pelo fato de a segunda corrida ter tido um número mais alto de abandonos por falhas mecânicas. Entre as vítimas estiveram os brasileiros Bob Keller, que poderia ter repetido o terceiro lugar na categoria 250, e Othon Russo, que poderia ter brigado por essa mesma colocação na 350.

Yves Hecq, vencedor da 250, estava particularmente feliz por ter solucionado os problemas de sua moto, que o impediram de obter um bom tempo nos treinos classificatórios de sábado. Como todos os outros pilotos, Hecq gostou muito de correr no Brasil. "A pista de Goiânia é ótima e as pessoas são muito simpáticas", elogiou.

Leandro Mello, segundo colocado na 350 nas duas provas, era um dos mais felizes com o resultado: "Foi a realização de um sonho. Eu sabia que poderia ir bem porque já corri em Goiânia, mas uma moto de dois tempos requer uma pilotagem muito diferente daquilo que estou acostumado. A moto estava muito boa e foi emocionante ter disputado com pilotos que já foram campeões do ICGP e campeões europeus". Igualmente "nas nuvens" estava Othon Russo, quarto na 350 na prova 1: "Esta moto estava parada há 30 anos e foi montada às pressas para esta corrida. Já fiquei feliz por ter sido convidado a participar do ICGP Brasil. Terminar a primeira corrida, para mim, já foi uma vitória".

Na 250, o terceiro lugar da primeira corrida ficou com Bob Keller, que ficou satisfeito com a realização do primeiro ICGP Brasil. "A felicidade de todo mundo mostra que o evento foi um sucesso. Esportivamente, só foi uma pena o câmbio ter quebrado na segunda corrida. Daria para conseguir outro terceiro lugar", lamentou. O goiano Roberto Boettcher, um dos grandes campeões do motocross nacional e único brasileiro a ter disputado uma temporada completa no Campeonato Mundial da modalidade, comemorou muito seu terceiro lugar na segunda prova: "Fazia 40 anos que eu não disputava uma prova de motovelocidade. Ser terceiro em uma prova de campeonato mundial, correndo ‘na minha casa’, é um verdadeiro presente. Só posso agradecer ao Bob Keller, que me convidou para correr. Na segunda prova, percebi que o calor era muito forte e vi vários pilotos abandonando. Preferi poupar o motor para chegar ao final".

Entre os demais pilotos brasileiros inscritos no ICGP Brasil, Milton "Cigano" Adib conseguiu o sexto lugar na categoria 350, mas na segunda teve problemas na moto. Alex Machado completou cinco voltas antes de abandonar a primeira volta; na segunda, saiu do box com uma volta de atraso, mas não chegou a completar volta. Outro ídolo goiano, Edmar Ferreira, afastado da motovelocidade desde 1980, participou somente da primeira corrida. Completou duas voltas e recolheu sua Honda aos boxes. Marco Antônio Greco e Sidnei Scigliano não largaram em nenhuma corrida devido a problemas nas motos.

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