Tour de France tem primeira chegada em montanha nesta terça. Saiba tudo
Etapa de segunda-feira foi disputada no ritmo de sono no pelotão

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Teremos nesta terça-feira a primeira chegada em montanha do Tour de France 2020. A etapa de segunda-feira foi disputada no ritmo de sono no pelotão. Ciclistas conversando, pegando e tirando o casaco com a chuva, relaxados com uma fuga solitária.
Só a disputa pela camisa de bolinha deu alguma emoção, mas o sprint foi muito bom. Caleb Ewan sem embaladores conseguiu driblar todos nos últimos 75m. Bennett e Ewan são os mais rápidos, mas isso nem sempre se traduz em estar na frente na hora correta.
Vamos à etapa de terça-feira. Serão só 161km e 3.200m de altimetria. Só (!?) 222m a mais que a etapa 3, mas a maioria acontecerá nos últimos 40km. Se compararmos a 1ª montanha “categoria 3” da etapa, Col du Festre (8,4km-5,2%), com a última, Orcieres-Merlette (10,4km-6%), que foi categorizada como “categoria 1”, não vejo muita diferença. Vejo um pouco de exagero para dramatizar a chegada do dia. Entre as duas não existe muita diferença e pularam direto de cat.3 para cat.1. Talvez categoria 2 fosse mais correto.
Isso tudo para dizer que não acho que será uma escalada que deixará só os escaladores puros e os que lutarão pela amarela na luta pela etapa.
Os primeiros 50km serão sobre o sprint intermediário e em seguida teremos as fugas dos que estão atrás da camisa de bolinha e os que arriscarão ir para a etapa.
Deceuninck tem equipe para controlar a fuga para o Alaphilippe até o pé da última montanha, mas não para controlar a montanha. Jumbo tomará conta do pelotão com seu “trem” de escalada, mas não tenho certeza se serão os primeiros a atacarem quando o pelotão só estiver com +/-20. Imagino que eles só reajam aos ataques. Também acho que a equipe Ineos queira se segurar, pois não é exatamente uma montanha ou mesmo etapa que se encache no perfil do Bernal. Final explosivo de uma montanha “curta” é mais o território do Carapaz.
Imagino que os que acabarão atacando e animando o fim da etapa serão Pogacar, Higuita, Yates e Superman Lopez se ainda estiverem no final depois do doloroso ritmo da "trem" da equipe Jumbo. Acho que esses não só tem condições de atacarem no final, como não tem problema nenhum com o dilema “muito cedo para pegar a amarela”.
Acredito sim que Alaphilippe segurará a amarela e talvez até disputar a etapa. Fará de tudo para manter a amarela e vai soar maravilhoso o fato de poderem divulgar que ele “conseguiu segurar a amarela num categoria 1 contra os colombianos”. Penso da mesma maneira como analisava anos atrás e via esse mesmo perfil de etapa e pensava nas chances do Valverde. Se ele, ou o Alaphilippe, chegar até o final com os melhores, vão disputar os bônus de tempo com seus sprints muito mais explosivos que os outros escaladores ou GCs.
Curioso para ver a performance dos que são pontos de interrogação após as quedas como Pinot, Buchmann, Sivakov, Gaudu, Schachmann e Quintana.
Sem dúvidas, será o primeiro atrito entre os que lutam pela amarela, mas a etapa só pegará fogo mesmo nos últimos 50km.
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