Primeira semana entregando como previsto no Tour de France

Mais uma análise da volta ciclística mais importante do mundo

Mais uma semana de Tour
Começa mais uma semana de Tour (Divulgação)

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Depois de uma etapa bem difícil para uma segunda etapa de Tour de France, escalaram +4.000m, o pelotão largará para a terceira, a segunda maior desse Tour (198km).

Alaphilippe esteve brilhante tanto no timing de seu ataque quanto no timing de seu sprint. Contou com a ajudinha da Jumbo para que o pelotão eliminasse a fuga. Assim que seu último gregário tirou de lado na última ladeira disparou seu poderoso “punch” para pular na fuga. Deu sorte que Hirch e Yates conseguiram fazer a ponte. Dessa maneira teve companhia para que fosse possível manter um pelotão já bem cansado a distância depois de duas (!!) montanhas “categoria 1”. Chegou emocionado e dedicou a morte de seu pai em junho.

Olhando o profile da etapa de amanhã pode não parecer ter muitas montanhas já que só tem 4 montanhas categorizadas e nenhuma mais difícil que “categoria 3”, mas desde a largada a etapa passará 80km muito mais tempo subindo do que no plano. Existem várias escaladas não categorizadas e em sucessão. Terror dos sprinters.

Verdade que após o último “categoria 3” (Col des Lèques), com 117,5km de prova ainda faltarão 80,5km para chegada, mas seria tempo suficiente para trazer os sprinters com as pernas chamuscadas de +3.000m de escaladas??

Os sprinters “puros”, talvez não. Já sprinters que conseguem acompanhar o ritmo do pelotão quando a estrada aponta para cima como Sagan, Trentin, Styven+Pedersen, Alaphilippe, Colbrelli, Avermat, Lutsenko, Impey e a lista continua, talvez sim. Será uma boa oportunidade para deixar os sprinters puros fora da disputa da pontuação da camisa verde na chegada. Nenhum deles ameaça a camisa amarela do Alaphilippe já que acumulam muitos minutos de atraso.

Com tanta montanha já na largada é certo o Cosnefroy e Perez estarão disputando as primeiras tentativas de fuga já que estão empatados na pontuação da disputa da camisa de bolinha.

Quanto aos GCs tentar sair numa fuga? Seria uma tentativa em vão, pois seria perseguido pelos super gregários da Jumbo, Ineos, EF, Bora e Astana. Ou seja, muita gente para que uma fuga de qualquer dos candidatos à amarela consiga fugir de tanta marcação.

Ontem bastou o Gesink da Jumbo para acabar com a fuga com seis bons ciclistas. Ele puxou a ponta do pelotão desde quase o topo do Turini até o último calombo onde o Alaphilippe atacou. Imagine vários gregários de várias equipes se revezando.

Se checarmos os resultados da etapa de ontem veremos que os sprinters chegaram no “gruppetto” a quase 30min do Alaphilippe. Economizaram o máximo possível, mas acho que com tanta gente boa querendo disputar o sprint intermediário a 40km da chegada vai piorar ainda mais para reconectar os super sprinters que ainda estariam tentando voltar para o pelotão.

Aliás, Sivakov chegou junto do gruppetto dos sprinters e já acumula +41m14s de atraso. Ainda sofrendo com a queda de sábado. Gaudu foi outro que pareceu estar sofrendo bastante durante a etapa. São 2 gregários tremendamente importantes para seus capitães (Bernal+Carapaz e Pinot) na terceira semana.

Etapa deve vir para o sprint, mas provavelmente sem os super sprinters ou com poucos deles. Os que conseguirem se aguentar no pelotão já estarão bem amaciados pelas escaladas para a pancada dos últimos 200mts.

Mais uma etapa que, embora deva vir para o sprint, muitas coisas podem acontecer antes do sprint final. Uma marca desse Tour, que o torna mais tático, com mais opções e consequentemente com mais entretenimento..

Chegada na cidade de Sisteron, que é habitada há pelo menos 4.000 anos, terá imagens sensacionais.

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