NAR-SP abriga profissionais do atletismo que ficaram sem clube

Após o fechamento do maior clube de atletismo do Brasil, esportistas sem alternativa viável para treinos são acolhidos pela instituição. Futuro da modalidade no país é incerto 

Atletismo NAR
Atleta Eder Antonio Souza treina no Nar-SP (Foto: Daniel Sigaki)

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O Núcleo de Alto Rendimento Esportivo de São Paulo (NAR) se tornou um refúgio para dezenas de profissionais do atletismo brasileiro, após o fechamento da B3, o maior clube da clube da modalidade no país. O local, que já atende gratuitamente cerca de 250 atletas por semana, agora também abriga muitos esportistas sem alternativa viável para treinos em São Paulo. Muitos devem ficar sem emprego no fim do ano. Trata-se de um cenário desolador a dois anos de uma Olimpíada, em que o esporte tem chances de conquistar bons resultados.

Entre os atletas nesta situação está Julia de Menis, promessa do salto com vara e atual campeã sul-americana sub23 . Ela é pupila de Elson Miranda, ex-treinador de Fabiana Murer, que treinou no B3 entre 2012 e 2016 . Também se viram obrigados a migrar alguns dos velocistas mais rápidos do Brasil, como Vitor Hugo Mourão e Rodrigo Pereira do Nascimento, junto com o técnico Victor Fernandes.

Diante da crise no esporte que tem impactado o trabalho de centenas de competidores e treinadores, da base ao alto rendimento, o NAR estuda maneiras de ampliar a atuação.

– Sentimos que o NAR se tornou um alicerce, um refúgio para tantos talentos em um momento difícil. Queremos poder ajudar o esporte competitivo de forma mais efetiva, agregando ainda mais valor ao trabalho que já desenvolvemos. Vamos em busca de apoio para criarmos mais oportunidades para a modalidade – prometeu Irineu Loturco, diretor-técnico do Nar.

Fundado em 2011, o NAR-SP desenvolve pesquisas científicas e orienta os treinadores a aproveitarem esse conhecimento na prática. Mantido pelo Instituto Península, o núcleo tem uma parceria com o Centro Olímpico da Prefeitura de São Paulo para atender projetos sociais voltados ao atletismo.

Entenda o caso

Inaugurado em 2012 com um investimento de R$ 20 milhões, o centro de treinamento de São Caetano do Sul, a maior instalação coberta do esporte na América Latina, fechou no último mês de junho. O local era base da equipe B3 (antiga BM&F), que por quase duas décadas foi a principal do atletismo brasileiro. A B3 encerrou as suas atividades em janeiro e fazia a manutenção do CT.

Desde o primeiro trimestre do ano, a Federação Internacional de Atletismo (IAAF, em inglês) adota um novo sistema de pontuação para o ranking mundial, onde a participação em eventos internacionais soma mais pontos.

Com o encerramento da B3, entretanto, as oportunidades para atletas competirem no exterior se tornaram mais escassas. No atletismo os eventos internacionais costumam ser bancados pelo próprio atleta ou pelo clube e não pela confederação nacional.

A B3 se comprometeu a patrocinar alguns atletas e treinadores durante o ano de 2018. Para 2019, no entanto, o futuro de muitos deles é incerto., caso não apareça outro investidor.

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