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‘Não descarto mudanças bruscas’, diz Cesar Cielo sobre a Rio-2016

Dia 13/10/2015
12:46

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Depois de viver uma de suas maiores decepções na carreira, ao abandonar o Campeonato Mundial de Kazan devido a uma lesão no ombro esquerdo, o nadador Cesar Cielo está aproveitando o tempo sem competir para dar uma nova direção em sua carreira.

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Uma das novidades aconteceu nesta quinta-feira, ao assinar um contrato de patrocínio com duração de dois anos com a empresa Unicred, seu sétimo parceiro. Esta, no entanto, não é sua maior transformação no momento.

Em anos anteriores, era comum que o paulista de 28 anos deixasse de lado sua participação no revezamento 4x100m livre em grandes competições, como Olimpíadas e Mundiais, para priorizar os 50m livre, sua especialidade. Para os Jogos Rio-2016 isso vai mudar.

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Enquanto Cielo vê adversários mais fortes na prova mais veloz da natação, como o francês Florent Manaudou, o Brasil também conseguiu evoluir seu time para o revezamento, com a performance de atletas como Bruno Fratus, Marcelo Chierighini e Matheus Santana. Assim, as chances de subir no pódio olímpico na prova coletiva se tornaram tão grandes como nos 50m livre.

- O revezamento para mim é tão importante quanto os 50m livre - falou Cielo, em entrevista coletiva em São Paulo.

O atleta também disse que não tem medo de fazer mudanças bruscas em sua preparação para a Rio-2016, mesmo a menos de um ano para os Jogos. Tudo isso para tentar não repetir a temporada de 2015, uma de suas piores desde que se tornou um dos melhores nadadores do mundo.

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Veja abaixo os principais trechos da entrevista:

NOVO PATROCINADOR
"Estou muito contente. Isso só veio para adicionar, para dar maior tranquilidade para investir nos treinamentos. O dólar está subindo, então as competições internacionais estão cada vez mais caras. Ajuda bastante. É muito legar ter um parceiro tão forte."

OMBRO ESQUERDO, LESIONADO NO MUNDIAL
"Não é nada sério. É a diferença do alto nivel para o normal. Consigo ter uma vida normal, mas é aquela coisa da performance de alto nível. Já me sinto melhor agora do que há três semanas. È aquele mínimo detalhe que faz a diferença na competição. Tanto a lesão em si quanto a confiança, estou bem tranquilo. Há tempo de sobra para a Olimpíada. Não tenho dúvida de que em dezembro estarei em minha melhor forma de novo."

METAS POR VIR
"O Troféu Maria Lenk será a segunda maior competição do ano que vem, pois será a última seletiva da natação para a Olimpíada. É ali que você confirma seu espaço no time. Os resultado dessa competição darão um trilho para o que vamos pensar para a Olimpíada. Os 50m livre são meu foco principal, e quando voltei do Mundial o revezamento 4x100m livre virou meu foco também. O revezamento para mim é tão importante quanto os 50m livre. O Brasil está entre os cinco melhores hoje, como a Rússia e a França. Qualquer um dos cinco pode levar medalha. Estou vendo o 4x100m livre como uma prova muito importante. E se eu nadar bem os 100m livre no Troféu Maria Lenk, por que não pensar nessa prova também para a Olimpíada? Não vejo problema em adicionar os 100m livre também. O Marcelo (Chierighini) e o Matheus (Santana) estão bem na prova atualmente. Mas se eu voltar a nadar na casa dos 47 segundos, vale a pena pensar se nadarei ela na Olimpíada também."

FLORENT MANAUDOU
"Ele está como o favorito sim (nos 50m livre). A minha forma de pensar e treinar não muda, na natação não temos contato. Não posso fazer nada para afetar a performance dele diretamente. Tenho que fazer a minha parte, senão eu não me coloco em uma posição de ganhar. A prioridade é baixar meu tempo, o resto eu deixo com o destino. Se eu conseguir baixar o meu tempo, a minha parte eu fiz"

SAÍDA DO MUNDIAL DE KAZAN 
"Não é fácil. Mas ao mesmo tempo eu tinha uma tranquilidade. Imagino que se isso tivesse acontecido na Olimpíada, seria muito mais difícil. Não foi um lugar ideal para acontecer uma adversidade como essa. Mas vejo pelo lado positivo, ainda bem que não aconteceu na Olimpíada do Rio. No Mundial, me coloquei em mais uma final. Foi o quinto Mundial que disputei, e cheguei em uma final pela quinta vez. São dez anos disputando finais. Esse jogo já faz parte do passado. O próximo agora é o Troféu Maria Lenk, e o Open no final do ano. Se eu ficar me massacrando vai ser ruim para mim. O objetivo é ser campeão no Brasil. O Mundial não era uma prova de vida ou morte para mim. Fica aquela decepção mas não é nem por perder ou ganhar, mas de não deixar o que você sabe na piscina. Só quero sair com o melhor tempo da minha vida na Olimpíada"

DECLARAÇÕES DE BRUNO FRATUS
"Eu não tenho controle disso. Quem controla a informação são vocês. Li que o meu sexto lugar (na final dos 50m borboleta no Mundial) teria atrapalhado o resultado do Nicholas, que foi o segundo colocado. Sou um cara que se segura um pouco nas mídias sociais. O que acontece e como a informação é replicada está fora do meu controle. O meu objetivo é representar o meu clube, o meu país, o resto eu nem sei como faz. Meu negócio é nadar. A geração nova vai tomar a frente desse grupo novo da natação. Assim que eles conseguirem um grande resultado e uma medalha olímpica, no caso o Bruno, o Marcelo e o Matheus, essa exposição será natural."

O QUE MUDAR PARA 2016
"Os detalhes e algumas coisas que precisam ser melhoradas, a gente vai precisar mudar. Não é porque estamos a um ano da Olimpíada que temos de ter medo de mudar. Nunca tive medo de mudar de técnico, de local de treino. Algumas coisas, independente de como está a temporada, sempre podem melhorar. Com certeza vamos ter de repensar algumas coisas para o próximo ano. Não tenho receio nenhum de fazer uma mudança brusca em minha carreira. O importante é o resultado vir." 

O QUE FEZ REPENSAR NADAR OS 100M LIVRE
"Vou treinar para o revezamento. Hoje não me vejo nadando nos 100m livre, hoje essa prova é mais do Marcelo (Chierighini) e do Matheus (Santana). São os dois mais preparados no Brasil hoje. Se eu fizer um grande tempo no Troféu Maria Lenk, pode ser que a gente venha a pensar nisso. Mas em primeiro lugar preciso ganhar desses dois. Eu espero chegar no meu melhor. Na minha cabeça, quero fazer meu melhor tempo dentro do revezamento. O time tem que se superar para brigar com França e Rússia. Vou buscar meu melhor nos 100m livre pelo revezamento."

INTEGRAÇÃO À SELEÇÃO BRASILEIRA
"Essas decisões na verdade são mais da federação (CBDA). Por não ter ido ao Pan de Toronto, minha agenda foi bem diferente do restante do grupo. Foi a primeira vez que não estive com o grupo (da Seleção) antes de uma competição. No caso da divisão de quartos, quem define isso é a federação. Por causa das medalhas olímpicas, eu e o Thiago (Pereira) temos uma regalia um pouco maior. Se no ano que vem outros caras ganharem medalha, poderão ter uma passagem aérea melhor, um quarto no hotel um pouquinho maior."

NÎVEL DA SELEÇÃO BRASILEIRA
"O que a gente busca o tempo inteiro é ter um grupo forte. A primeira vez que senti isso foi no Mundial de Roma em 2009, com a medalha do Felipe França no nado peito, medalhas em revezamentos. Ali sentimos que o grupo poderia ser forte. O caminho é a longo prazo. Não aparece um nadador em um ano. O Marcelo e o Matheus foram dois caras que assistiram outros atletas e cresceram com esse sentimento de grupo. Na piscina, a gente (Seleção) é muito mais respeitado hoje, e espero que essa seja uma crescente que não pare. Estamos no caminho certo. O Thiago está na Seleção desde 2003, e eu desde 2004. Quem estava lá nessa época consegue ver que há um grupo bem mais bacana."

AUSÊNCIA NO PAN/FORMA ATUAL
"Não estou na mesma forma da Olimpíada de Pequim, o corpo está diferente. Hoje eu me preparo melhor do que antes. Eu respeito muito mais a minha nutrição e o descanso agora. Não é uma questão de ser melhor ou pior, apenas diferente. Eu sinto muito mais controle dos treinos dentro da piscina do que há oito anos. Em relação às competições, o esporte não permite o 'se'. Não mudaria minha opção de priorizar o Mundial. Toda vez que eu tiver a chance de ser campeão mundial, vou usar as minhas forças para isso. Fiquei super tranquilo de não ir para o Pan, pois sabia da força das provas de velocidade do Brasil. Sabia que tínhamos caras que brigariam por medalhas, e foi o que aconteceu. Foi a opção certa". 

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