Capitã Dara lidera a Seleção feminina na luta pelo bicampeonato mundial de handebol

– Vemos a situação pelo lado de superar esses obstáculos. Não foi e nem será fácil ganhar nada. Assim, tentamos fazer das adversidades nosso trampolim.

A frase acima foi dita pela pivô Dara ao site do LANCE!, quando questionada sobre alguns percalços enfrentados pela Seleção Brasileira feminina na preparação para o Campeonato Mundial da Dinamarca – como as goteiras no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília, que atrapalharam o Torneio Quatro Nações na última semana. Mas a afirmação bem que poderia representar o momento da equipe na estreia na competição neste sábado, contra a Coreia do Sul, às 17h30 (de Brasília), em Kolding. E também a situação da própria capitã do time.

Atual campeão e com um dos principais elencos da atualidade, o Brasil sabe o quanto será complicado faturar o bi. Na história do campeonato, somente três seleções conseguiram dois ou mais títulos na sequência: Alemanha (1975 e 1978), União Soviética (1982, 1986 e 1990) e Rússia (2005, 2007 e 2009).

Se não bastasse, a chave das brasileiras na primeira fase não é tão fácil. No Grupo C, além das sul-coreanas, elas ainda enfrentarão Congo, Argentina, Alemanha e França.

Complicado? Sim. Mas nada que assuste. Ainda mais Dara, que por um momento neste ano teve de encarar a possibilidade de não disputar o Mundial na Dinamarca. Tudo por conta de uma grave doença.

No fim de junho, nas vésperas do início dos Jogos Pan-Americanos de Toronto (CAN), a pivô teve constatada uma trombose venosa profunda na perna esquerda. Junto com o corte da competição canadense veio o susto. Mas logo em seguida, começou o tratamento de olho na principal disputa do ano, na Dinamarca.

– Descobri por acaso em casa, sentia dores na perna que iam e vinham. A doutora Pauline (Bittencourt, médica da Seleção) achou estranho e pediu um exame, no qual foram encontrados três coágulos – disse.

O principal remédio para o tratamento até parecia simples: repouso. Mas não para uma atleta que está na equipe nacional adulta desde 2002, já passou por muitos altos e baixos na equipe e que não gosta de ficar fora de nenhum campeonato. Mesmo assim, ela seguiu todas as indicações médicas e voltou antes do prazo de 90 dias. Em 40, já estava recuperada:

– Minha recuperação foi surpreendentemente rápida. Com uma disciplina muito grande e, principalmente com uma alimentação muito regrada, consegui voltar às quadras antes do tempo e 100% bem.

A capitã Dara e a Seleção têm tudo a ver. Superação não falta para ambas, afinal, deixar para trás uma trombose ou as fortes equipes europeias para levar um título Mundial não é fácil. Difícil, é achar alguém para enfrentá-las na luta pelo bi.

Novo hit do time é mistério

Não foram apenas as preleções do técnico Morten Soubak que inspiraram as jogadoras do Brasil no Mundial de 2013. A música “Celebrar”, da banda Jammil e Uma Noites, embalou o título da equipe. Dessa vez, na Dinamarca, não será diferente. Mas por enquanto, o novo hit ainda é um mistério.
– Esse ano também temos uma música, que ainda é surpresa! Porém, Celebrar segue viva! – declarou a capitã Dara.

A escolha da antiga música foi da psicóloga da Seleção, Alessandra Dutra, que distribuiu a letra da canção para todas as jogadoras, com intenção de tornar o ambiente mais leve. Deu certo. E agora?

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Qual é a expectativa para o Campeonato Mundial a partir de hoje?
Dara: Obviamente, as expectativas são enormes e as melhores possíveis. Queremos chegar longe no torneio.

O que mudou desde a conquista do Mundial em 2013, em relação às adversárias e à estrutura? E como foi a recepção na Dinamarca?
D: A questão de respeito acho que aumentou muito depois do título, e todas as equipes querem contar com jogadoras brasileiras. Em relação aos torcedores, sempre tivemos um carinho muito grande por aqui.

Antes da final do último Mundial, contra a Sérvia, o Morten Soubak deu uma preleção que ficou muito conhecida. Além daquilo, o que mais marcou na competição?
D: Em cada jogo, o Morten nos surpreendeu com algo bacana. Ele realmente tirou de nós nosso melhor em cada partida. Cada preleção marcou pela importância do duelo. Diria que todas tiveram algo mágico.

Como está a expectativa para os Jogos Olímpicos de 2016?
D: Falar que não penso na Olimpíada é mentira. O foco é grande para o Campeonato Mundial, mas as expectativas são enormes também para os Jogos Olímpicos. Queremos celebrar em casa um lugar no pódio. Não será fácil, mas é possível.

Aos 34 anos, acredita que os Jogos do ano que vem marcarão o fim de um ciclo na Seleção Brasileira?
D: Estou desde 2002 na Seleção adulta, mas fiz parte da júnior desde 1999. Quero acreditar que não será o fim de um ciclo, e sim uma passagem. Acredito que um bom resultado será algo importante para a continuidade.

O MUNDIAL DA DINAMARCA

Convocadas do Brasil
Goleiras: Babi e Mayssa;
Pontas: Alexandra Nascimento, Célia Costa, Fernanda França, Jéssica Quintino e Larissa;
Armadoras: Amanda, Bruna Paula, Deonise e Duda Amorim;
Centrais: Ana Paula e Fran;
Pivôs: Dani Piedade, Dara e Tamires;
Técnico: Morten Soubak.
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Grupos
Grupo A: Dinamarca, Montenegro, Hungria, Japão, Tunísia, e Sérvia (sede: Herning)
Grupo B: Cuba, Suécia, Holanda, Polônia, China e Angola (sede: Næstved)
Grupo C: Brasil, Alemanha, França, Argentina, Coreia do Sul e Congo (sede: Kolding)
Grupo D: Noruega, Espanha, Romênia, Rússia, Porto Rico e Cazaquistão (sede: Frederikshavn).
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Jogos do Brasil
- 5/12: 17h30 - Brasil x Coreia
- 7/12: 13h - Brasil x Congo
- 8/12: 17h30 - Brasil x Alemanha
- 10/12: 13h - Brasil x Argentina
- 11/12: 15h15 - Brasil x França.
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Regulamento
Os quatro primeiros colocados de cada grupo se classificam às oitavas de final. Os times da Chave A encaram os da B, e os do Grupo C pegam os do D.