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Ex-atletas criticam proposta do governo sobre esporte nas escolas

Membros da organização Atletas pelo Brasil pedem que o governo federal reveja medida para acabar com a obrigatoriedade da educação física no ensino médio

Integrantes da Atletas pelo Brasil se reuniram nesta segunda-feira em São Paulo (Foto: Fábio Suzuki)
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A proposta do governo federal de excluir a obrigatoriedade de aulas de educação física no ensino médio nas escolas foi criticada por membros da organização Atletas pelo Brasil.

A entidade, presidida pela ex-jogadora de vôlei Ana Moser e que reúne diversos ex-atletas consagrados do Brasil, se tornou nos últimos anos uma das principais vozes em defesa de práticas mais transparentes e efetivas na política esportiva do país. E, nesta nova polêmica envolvendo a prática da educação física nas escolas, a posição não foi diferente.

Para integrantes do grupo, a medida deveria ao menos ser debatida, coisa que não aconteceu. O texto da Medida Provisória, que institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral (na qual a educação física deixa de ser obrigatória no ensino médio), foi enviado ao Congresso Nacional na última sexta-feira. A proposta será analisada por uma comissão mista antes de ser encaminhada aos Plenários da Câmara e do Senado.

– Fazer isso, mesmo que seja só no ensino médio, é um desprestígio para a área. O que era opcional pode não existir. Não faz sentido. É um desprestígio para a área de educação física e do esporte, e um risco para a diminuição do número de praticantes de esportes – falou Ana Moser, presidente da Atletas pelo Brasil, em encontro da organização realizado ontem em São Paulo.

Outro ponto que cerca a discussão em torno do assunto é a falta de qualidade nas aulas de educação física nas escolas, principalmente nas públicas. Deficiências nos equipamentos fornecidos para os alunos e na formação dos professores são apontados como problemas correntes atualmente.

Para o ex-velejador Lars Grael, é preciso não apenas impedir que a educação física seja retirada da grade curricular, como também melhorar as condições.

– Nós temos que valorizar a educação física, e jamais permitir a subtração dela do ensino médio. Nossa posição é garantir a obrigatoriedade e até mais do que isso, pois é preciso qualificar a educação física na rede de ensino – falou.

Veja abaixo a opinião de outros membros da Atletas pelo Brasil e outras personalidades do esporte

Paulo André - zagueiro do Atlético-PR e membro da Atletas pelo Brasil

Paulo André em ação pelo Atlético-PR (Giuliano Gomes/PR PRESS)

"Já não existia um sistema que funcionasse, pois poucas escolas municipais e estaduais têm quadras poliesportivas em sua área. Agora, tirar esse pouco do que já existia é um momento delicado, sem dúvida nenhuma, ainda mais depois de uma Copa do Mundo e uma Olimpíada em nosso país."

Gustavo Borges, ex-nadador e membro da Atletas pelo Brasil

Gustavo Borges tem quatro medalhas olímpicas (Foto: Divulgação)

"De cara você pensa que é o caminho errado, mas é um assunto complexo. Temos escolas que nem quadra possuem e que não contam com profissionais. Mesmo com uma lei, a educação física não acontece de uma maneira adequada. A hora em que você fala em tirar algo que já está meio cambaleando, vira um golpe de misericórdia, uma pá de cal em uma disciplina que é fundamental na saúde e na educação do brasileiro. Para mim, a educação física tinha que estar junto à matemática e ao português como disciplina obrigatória. Há os valores da família dentro do esporte. Eu não estou tão educado no tema para falar de uma maneira abrangente, mas acho que é uma grande perda. As dificuldades são tremendas, é preciso estender o debate para ver qual é o caminho a seguir. Mas, de bate pronto, como membro do esporte, a medida precisa ser repensada."

Emanuel Rego, ex-jogador de vôlei de praia e presidente da comissão de atletas do Comitê Olímpico do Brasil (COB)

Emanuel se aposentou como jogador neste ano (Foto: Paulo Sérgio/Lancepress!)

​"A notícia pegou todo mundo de surpresa. A mudança teve uma aceitação, mas não em relação ao esporte e às artes. A mudança no ensino médio é necessária, mas em relação ao esporte e às artes é preciso lidar de uma forma diferente. Nós temos muitos dos nossos resultados em alto rendimento, saúde e socialização dentro do esporte e das artes. É preciso reavaliar essas duas posições, pois as outras estão muito bem embasadas. Estamos indo contra todo o processo que está acontecendo de 12 anos, desde os Jogos Sul-Americanos aqui no Brasil em 2002, Copa do Mundo, Jogos Pan-Americanos... Houve todo um processo esportivo."