Faixa-preta de Jiu-Jitsu fala sobre rotina como professor nos EUA; veja

Com uma vida dedicada ao Jiu-Jitsu e responsável por desenvolver a arte suave em Niterói (RJ), Luiz Paulo abriu sua própria equipe nos EUA; conheça mais sobre sua história:

(Foto: Divulgação)
Luiz Paulo deu aulas de Jiu-Jitsu por vários anos em Niterói (RJ) e hoje mora nos Estados Unidos (Foto: Divulgação)

Escrito por

Por Mateus Machado

Aluno do faixa vermelha e preta 7º grau Fabrício Martins, Luiz Paulo foi um dos responsáveis pelo crescimento do Jiu-Jitsu em Niterói (RJ), onde tem duas academias e dá aulas há quase 30 anos. Desde o início de sua trajetória na arte suave, em Copacabana (RJ), em 1981, o casca-grossa, faixa-preta 6º grau, colecionou grandes títulos no esporte, como o tricampeonato no Pan-Americano, o tri do Brasileiro, o ouro na Copa do Mundo e também o lugar mais alto do pódio no Internacional de Masters, além de ser instrutor de defesa pessoal policial do Estado do Rio de Janeiro.

Com uma vida dedicada ao esporte, Luiz resolveu ampliar seus horizontes e, seguindo o caminho de outros professores, partiu rumo aos Estados Unidos, onde atualmente ministra aulas diariamente em Massachusetts. Em entrevista à TATAME, o faixa-preta falou sobre o que motivou sua saída do Brasil.

- O que motivou minha ida para os Estados Unidos foi a violência do Brasil, porque está horrível. Também o fato de poder levar meus filhos para aprenderem o inglês, fugir um pouco da violência e, nesse meio tempo, você conseguir abrir portas para montar uma academia fora do seu país e ter sucesso - disse o professor.

Confira a entrevista completa com Luiz Paulo:

– Adaptação aos EUA

A adaptação está sendo fácil. Eu morei aqui quando era mais novo, então o inglês não era um problema. Como eu já tinha morado aqui, o idioma não foi uma barreira e estou gostando muito desse período.

– O que motivou sua saída do Brasil?

O que motivou minha ida para os Estados Unidos foi a violência do Brasil, porque está horrível. Também o fato de poder levar meus filhos para aprenderem o inglês, fugir um pouco da violência e, nesse meio tempo, você conseguir abrir portas para montar uma academia fora do seu país e ter sucesso. Esse foi o principal motivo.

– Rotina como professor nos EUA

Eu dou aula todos os dias. Eu só tenho um dia ‘off’, que é sábado, e aí vou arbitrar os campeonatos. Basicamente, eu quase não tenho dia de descanso (risos), mas na academia, eu só não dou aula aos sábados. Nos domingos, é bem cheio, porque as pessoas que não conseguem treinar durante a semana, tiram esse dia para praticar.

– Graduação em sua academia nos EUA

Eu fiz a minha primeira graduação aqui recentemente. Graduei 26 alunos de diferentes faixas e foi muito bom. Estou com quase 50 alunos, mas são bem assíduos, já tenho esse grupo formado e a tendência é só aumentar.

– Evolução do Jiu-Jitsu no país

Na verdade, o que mais tem crescido aqui, não só o Jiu-Jitsu brasileiro, mas também o número de torneios de Jiu-Jitsu, que até os próprios americanos organizam aqui. Eles estão dando mais ênfase na finalização, acho que de repente vai ser uma tendência para o futuro, torneios que não tenham pontos. Eu sou árbitro da Confederação Brasileira e desses campeonatos menores organizados pelos americanos. Alguns deles só valem finalização, não importa o ponto, aí você fica de árbitro só para o caso de ter alguma ilegalidade.

– Próximos planos

Eu abri a academia há quase um ano e estou com quase 50 alunos. Estou com vontade de abrir outra, porque eu moro há uns 15 minutos de Boston, então estamos pensando em abrir outra em Boston, sendo nossa segunda academia nos EUA. Mas no momento estamos focando em fazer essa atual academia crescer e, futuramente, abrir a segunda.

– Como ficaram suas academias no Brasil?

Eu tenho duas academias no Brasil. Uma é em Icaraí e outra em Camboinhas, em Niterói. Elas seguem ativas, deixei dois professores faixas-preta responsáveis por elas, estão fazendo um bom trabalho e continuam com a mesma filosofia que eu tinha antes. Estou em Niterói desde 1989/1990, então já são quase 30 anos que comecei a dar aula lá. O início foi bem difícil, como em todo lugar, mas hoje eu já posso me ausentar, pois tem pessoas que podem me ajudar lá, fazendo o meu trabalho. Quero manter isso, ir duas vezes por ano ao Brasil para não perder o contato e seguir com meus planos.

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