Luiz Gomes: ‘A Supercopa da polêmica que poderia ser evitada’
Se a Supercopa tem de haver de qualquer jeito, por que não lançar mão de ideias mais inteligentes e justas e evitar enfrentar o problema de ter um time só campeão?
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O regulamento de um campeonato de futebol é uma lei. E se é de lei deve ser cumprido. Mesmo porque, ainda que de forma transversa, teve aprovação dos clubes participantes. O regulamento da Supercopa do Brasil, em seu capítulo 1, artigo 2°, parágrafo 1° diz o seguinte:
"Caso um mesmo clube conquiste a vaga pelos dois critérios (campeão da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro) o adversário do clube na Supercopa será o Vice-Campeão do Campeonato Brasileiro de 2021."
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Agora, que a fórmula é esdrúxula, quanto a isso não há dúvidas. Convenhamos, que legitimidade tem um vice para enfrentar um campeão nacional. Ou duas vezes campeão, um time vencedor dos dois mais importantes torneios disputados no país? Se for por méritos esportivos, a resposta é nenhuma.
Mas há outras cartas na mesa. A mais valiosa delas as receitas que a Supercopa gera aos cofres da CBF, a venda de direitos de transmissão, do naming rights da partida e outras tantas fontes de renda que, diga-se de passagem, são desejáveis e absolutamente legítimas.
O problema, e voltamos ao início, é o formato. Se a Supercopa tem de haver de qualquer jeito, por que não lançar mão de ideias mais inteligentes e justas e evitar enfrentar o problema de ter um time só campeão?
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Por exemplo: um torneio quadrangular em que o campeão do Brasileirão enfrentaria o vice da Copa do Brasil e vice-versa. Como, aliás, já existe desde 2019 na Espanha, quando a Supercopa de lá foi reformulada – muito mais por critérios financeiros do que técnicos, é verdade.
Mas e se o campeão for o mesmo? Neste caso, passaríamos a ter um triangular, os vices fariam um jogo para decidir quem enfrentaria o campeão - e isso os ibéricos não fazem. Este ano, por exemplo, teríamos Flamengo x Athletico jogando entre si para definir quem seria o adversário do Galo na grande final.
E se o vice é que fosse o mesmo? Então, esse time enfrentaria o campeão da Copa do Brasil, preservando-se o direito de o campeão brasileiro disputar só a final. Ou até poderia chamar-se o terceiro colocado do Brasileirão para complementar o quadrangular, aí seria uma questão de escolha.
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São apenas divagações que jogam um pouco mais de lenha na fogueira em que se queima o jogo de hoje que decide a Supercopa. Se o Flamengo for campeão, não terá um asterisco ao lado do título conquistado. É um direito do Rubro-negro. Mas de fato, na memória do torcedor, seja atleticano ou flamenguista, para sempre essa será uma história contada de forma diferente.
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