Espanhóis afirmam que Flamengo terá um 'Golias' pela frente
AS comparou o poderio financeiro de ambos os clubes

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A final do Mundial entre Flamengo e PSG ganhou contornos de choque desigual na imprensa espanhola. Em reportagem publicada, o jornal "Diario AS", da Espnha, descreveu o clube carioca como um desafiante de peso, mas que terá pela frente um verdadeiro "Golias" europeu, sustentado por números financeiros, estrutura e poder de investimento muito superiores às médias do futebol fora da elite do continente.
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Segundo o diário madrilenho, a disparidade entre Flamengo e PSG vai além do campo e se manifesta, sobretudo, na dimensão econômica construída ao longo da última década. O jornal reúne dados públicos de balanços financeiros, premiações e receitas comerciais para contextualizar o duelo, destacando que, embora o Rubro-Negro seja hoje o clube mais poderoso da América do Sul, o abismo para os gigantes europeus ainda é expressivo.
Flamengo x PSG: um duelo de realidades financeiras
O AS destaca que o PSG fechou a temporada 2024/25 com faturamento recorde de 837 milhões de euros, o maior da história do clube francês. O valor supera os 806 milhões de euros arrecadados no ciclo anterior e consolida a temporada mais lucrativa desde a fundação da equipe parisiense, impulsionada pelos títulos da Champions League, do Campeonato Francês, da Copa da França e da Supercopa da França, além do vice no Mundial de Clubes da Fifa.
Para efeito de comparação, o jornal aponta que o Flamengo faturou cerca de 200 milhões de euros em 2024. A expectativa interna no clube carioca é ultrapassar a marca de 310 milhões de euros em 2025, impulsionado pelos títulos recentes, pela presença constante em competições internacionais e pelo desempenho no Mundial e no Intercontinental. Ainda assim, os números representam menos da metade do que o PSG arrecadou no último ciclo.
A reportagem também contextualiza a evolução histórica do clube francês. Quando foi adquirido pela Qatar Sports Investments, em 2011, o PSG registrava faturamento de 99 milhões de euros. Em pouco mais de uma década, esse valor praticamente multiplicou-se por dez, reflexo direto de aportes do Catar, de uma política agressiva de marketing global e da associação do clube a estrelas internacionais.
Na comparação com o futebol brasileiro, o AS ressalta que a receita do PSG se aproxima da soma dos ganhos das 20 equipes que disputaram a Série A na última temporada, estimada em 1,21 bilhão de euros. Dentro desse cenário, o Flamengo lidera o ranking nacional, seguido por Palmeiras e Corinthians, mas ainda distante dos patamares europeus.
A força do PSG como potência global
A publicação espanhola detalha que boa parte da força do PSG vem de receitas comerciais e de patrocínio, que somaram 367 milhões de euros na última temporada, além de 175 milhões de euros gerados em dias de jogos, com ingressos, produtos oficiais e consumo dentro do estádio. O clube se define, segundo o próprio discurso institucional, como uma franquia global de esportes e entretenimento.

Apesar do crescimento acelerado, o AS lembra que o PSG ainda persegue líderes históricos do futebol europeu em faturamento. O Real Madrid, por exemplo, superou a marca de 1 bilhão de euros na última temporada, enquanto o Manchester City também figura entre os maiores arrecadadores do continente.
A reportagem recorre à análise de especialistas para explicar o fenômeno. Para Thales Rangel Mafia, gerente de marketing da Multimarcas Consórcios, o PSG se tornou o principal vetor de crescimento do futebol francês.
– Na França, o PSG domina absolutamente, sendo a principal atração do campeonato e um motor de crescimento para o futebol local, aliado a uma estratégia de marketing agressiva e a um forte investimento do Catar – analisa.
O texto também resgata a figura de Nasser Al-Khelaifi, presidente do clube e principal nome da Qatar Sports Investments, como o arquiteto do projeto que culminou na inédita conquista da Champions League. Segundo o AS, a busca por relevância internacional sempre foi o norte da gestão, mesmo em períodos nos quais os resultados esportivos ficaram aquém do investimento realizado.
Flamengo, potência regional em consolidação
Do outro lado do confronto, o AS trata o Flamengo como o maior exemplo de organização financeira e crescimento sustentável fora da Europa. A reportagem destaca que o clube carioca está prestes a se tornar o primeiro do Brasil a ultrapassar a barreira dos 300 milhões de euros em faturamento anual, resultado direto da combinação entre desempenho esportivo, gestão profissional e exploração de uma das maiores torcidas do mundo.

Somente em prêmios esportivos, o Flamengo já arrecadou 65,58 milhões de euros na temporada, valor que pode chegar a 69,78 milhões de euros caso conquiste o Intercontinental. O título renderia, sozinho, mais 4,20 milhões de euros. Esses números incluem a premiação do Campeonato Brasileiro, estimada em cerca de 8,54 milhões de euros.
O jornal espanhol também destaca o peso dos direitos de transmissão e dos contratos de patrocínio no orçamento rubro-negro. Na última temporada, o clube arrecadou 70,35 milhões de euros em direitos de TV e 64,87 milhões de euros em publicidade. A partir de 2025, esse valor será ampliado com o acordo de patrocínio com a Betano, que garantirá 41,70 milhões de euros por temporada.
Para Guilherme Bellintani, ex-presidente do Bahia e atual CEO da Squadra Sports, o diferencial do Flamengo está na combinação entre tamanho de mercado e organização.
– A superioridade do Flamengo no cenário nacional deriva do tamanho econômico e de uma gestão que equilibra finanças e estrutura. O clube iniciou essa transformação há cerca de dez anos, organizou dívidas, investiu em base e infraestrutura e hoje colhe os frutos – avalia.
O AS também destaca que Flamengo e Palmeiras figuram entre os indicados ao prêmio de Melhor Clube do Mundo no Globe Soccer Awards, ao lado de gigantes como Bayern de Munique, Barcelona, Chelsea e o próprio PSG. Para o jornal, a presença dos brasileiros na lista simboliza a consolidação de um modelo competitivo fora da Europa, ainda que distante do poderio financeiro das principais potências.
Na leitura espanhola, o confronto do Mundial e do Intercontinental representa, portanto, mais do que uma final: é o encontro entre um clube que domina sua região e outro que opera em escala global, com números, estrutura e alcance que justificam o rótulo de "Golias" atribuído ao PSG.
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