Em entrevista, Florentino Pérez fala da Superliga: ‘Continua a existir, mas projeto está em stand by’

Presidente do Real Madrid e da associação descartou o fim da competição mesmo após a saída de clubes ingleses

Florentino Perez  - Real Madrid (Foto: Pierre-Philippe Marcou/ AFP)
Florentino Pérez descartou o fim da Superliga (Foto: DOMINIQUE FAGET / AFP)

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Nesta quarta-feira, Florentino Pérez, presidente do Real Madrid e da Superliga Europeia, foi entrevistado pelo programa El Larguero, da Rádio Cadena SER, da Espanha, e falou sobre a competição. O dirigente espanhol garantiu que o torneio continua e descartou o seu fim, mesmo após a desistência dos seis clubes ingleses. O dirigente declarou que o 'projeto está em stand by'.

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SOBRE A RESPOSTA DAS ENTIDADES
- Nunca vi tanta agressividade. Era algo orquestrado, nos surpreendemos. Quando demos a notícia, pedimos para ver o presidente da UEFA e FIFA. Não nos responderam - falou Florentino Pérez.

O dirigente espanhol seguiu falando sobre a resposta da UEFA ao anúncio da Superliga.

- Em 20 anos (no futebol), nunca vi esta agressividade na minha vida. Ameaças, insultos, como se tivéssemos matado o futebol. A UEFA fez um espetáculo, que eu também fiquei surpreso. Foi como se tivéssemos atirado uma bomba atômica - disse.

Pérez também criticou o fato de o presidente da UEFA receber um alto salário, algo que ele já havia dito em outras entrevistas.

- O Real Madrid é rico em troféus. Eu não ganho um centavo, o presidente da LaLiga e o presidente da UEFA têm sim um salário - afirmou.

O dirigente também criticou os ataques de Aleksander Ceferin, presidente da UEFA, à nova competição.

- Quero um presidente que não insulte. Os formulários são importantes. Essa forma de insultar um presidente de clube. Você tem que dar o exemplo - criticou Pérez.

O ANÚNCIO DA SUPERLIGA

- Estou um pouco triste e desapontado. Há três anos que trabalhamos neste projeto da Superliga para lutar contra a situação econômica que vivemos - disse Florentino Pérez.

Florentino ainda falou mais sobre a forma como a competição foi anunciada para o público.

- Não mudaria nada na forma como anunciamos a Superliga. Tínhamos preparado cada um para falar. Não aconteceu porque, com uma agressividade terrível, nos mataram - falou o dirigente.

- Acho que não o apresentamos bem, mas eles não nos deram a oportunidade de explicar bem. Não nos deram a oportunidade porque não querem - disse.

LIGAS NACIONAIS

- É muito fácil de entender: a Liga é intocável. Onde você tem que arrecadar dinheiro é durante a semana. Esse formato claramente não funciona. Não pode ser da Liga Espanhola, que as equipas da frente percam dinheiro e as outras ganhem dinheiro - falou Florentino.

Pérez seguiu falando sobre como o nível dos Campeonatos Nacionais não é rentável aos gigantes.

- Dizem que somos iguais, muito contentes. Mas há jogos que ninguém vê. Além do mais, é difícil para mim vê-los. Da Espanha, Inglaterra e Itália. A única forma de ter renda é ter algum tipo de competição que gere muita renda, mas não para que os ricos fiquem mais ricos - afirmou Pérez.

Florentino Pérez ainda falou sobre algo que ele afirma categoricamente, que é a falta de interesse do público jovem no futebol atual.

- Os jovens não assistem mais ao futebol. 40% dos jovens de 16 a 24 anos NÃO assistem ao futebol - pontuou.

PERDAS FINANCEIRAS

- Entre as 12 equipes, perdemos 650 milhões na última temporada. Nesta temporada, mais duas ou três vezes. Este formato claramente não funciona - falou o dirigente.

Florentino ainda falou sobre as perdas financeiras do clube sendo agravadas pela pandemia de Covid-19.

- Há pessoas que acreditam que nada aconteceu, ainda há pessoas que não acreditam na Covid-19. Eles acreditam que nada mudou e que a vida mudou. Os jogadores do Real baixaram o seu salário. Em todas as empresas os salários foram reduzidos. Todos nós fizemos um sacrifício e o futebol precisa de um sacrifício. Se pensarmos que nada aconteceu, um dia choraremos - disse.

A LIGA CONTINUA?

- A Superliga continua a existir, mas o projeto está em 'stand by'. A Juventus não saiu e nem o Milan. Falei com o Agnelli três vezes hoje. Seria um pecado se não consolidássemos este formato

- Havia alguém entre as seis equipes inglesas que não tinha muito interesse na Superliga e que começou a contagiar as outras. É uma equipa que nunca se convenceu

FRANCESES E ALEMÃES

- O projeto da Superliga era viável sem os alemães e os franceses, com certeza. Isso não vai dificultar as relações com o PSG. Sou amigo de todos, eles sabem o que fiz pelo futebol. Tenho a credibilidade do povo - disse Florentino.

- Não garanti que antes de julho o Bayern e o PSG também estariam na Superliga - completou.

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