Diretor da Anvisa cita reincidência e culpa Argentina por suspensão: ‘Desafiaram a norma brasileira’

Ao vivo no programa 'Seleção SporTV', Alex Machado Campos afirmou que a delegação argentina quis se sobressair diante de autoridades brasileiras 

Brasil x argentina.
Clássico entre Brasil e Argentina foi suspenso por descumprimento de protocolos sanitários (NELSON ALMEIDA / AFP)

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A polêmica suspensão da partida entre Brasil e Argentina promete longos próximos capítulos. Um dia após o caso envolvendo o descumprimento de protocolos sanitários de quatro jogadores argentinos, Alex Machado Campos, diretor da Anvisa, versou sobre o ocorrido no programa "Seleção SporTV".
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A repercussão na Argentina apontou que autoridades brasileiras seriam responsáveis pelo entrevero e posterior adiamento do clássico. Porém, Alex afirmou veementemente que a delegação albiceleste "desafiou as normas brasileiras" e os culpou pelo fato "lamentável". 

- A Anvisa não tentou conversar. A delegação argentina foi informada sobre a quarentena dos jogadores no sábado de manhã. Eles entraram no país com informações falsas. É importante frisar que qualquer viajante que ingresse no Brasil, seja nacional ou estrangeiro, deve preencher o formulário oficial em que declara a boa fé não só na prestação da informação, mas também no cumprimento das normas brasileiras e ser responsável por seus descumprimentos - começou Alex Machado Campos.

- Primeiro, eles negaram a passagem pelo Reino Unido. Quando a Anvisa descobriu a possível infração, iniciamos uma cadeia de atos da qual participou o Ministério da Saúde. No sábado, a Secretaria de Saúde de São Paulo notificou a Argentina que os jogadores sequer podiam participar dos treinamentos. No domingo, recebemos a informação que os atletas estiveram no treino. Assim, acionamos a Polícia Federal para impedir qualquer deslocamento desses jogadores para Itaquera - completou.

Segundo o diretor, a Anvisa não 'pretendia interromper a partida'. De acordo com Alex Machado Campos, a decisão foi tomada por autoridades desportivas.

- Em nenhum momento a Anvisa pretendia interromper a partida. Desde o dia anterior, recomendamos a segregação dos jogadores. Essa determinação foi descumprida reiteradamente. No dia do jogo, chegamos com uma hora de antecedência e tivemos nossa atuação impedida até a hora da partida. Foi constrangedor as cenas nos vestiários. Nosso servidor, que atuou de forma corajosa, só tinha uma missão: segregar os jogadores que estavam, naquele momento, no terceiro ato de desafio à norma brasileira. Se alguém é culpado pelo fim do espetáculo, esse personagem não é a Anvisa. As autoridades argentinas estavam cientes do relatório técnico emitido, inclusive sobre uma possível ação da Polícia Federal. Foi um episódio lamentável. O jogo poderia ter continuidade, foi uma decisão das autoridades desportivas - afirmou.

- Não pode se atribuir à Anvisa por esse episódio lamentável. A Argentina deveria ter protocolado um pedido especial para liberação dos jogadores. Não ocorreu. Não é uma portaria da Anvisa. Três ministros de Estado ditaram as normas. Nesse caso específico, a norma proíbe que viajantes que tiverem histórico de passagem nos últimos 14 dias pelo Reino Unido, África do Sul, Índia e Irlanda do Norte ingressem no Brasil. Os jogadores da Argentina não tinham que passar a quarentena no Brasil, eles estavam impedidos de entrar no país seguindo luzes das normas brasileiras, não da Anvisa. Eles deram um mau exemplo ao enfrentaram a lei brasileira a todo instante - completou.

Os jogadores envolvidos na questão são: Emiliano Martínez, Buendía, Cristian Romero e Lo Celso. Antes de desembarcarem no Brasil, o quarteto que veio da Inglaterra passou por Argentina e Venezuela devido a compromissos com a seleção. Apesar de não terem vindo diretamente, os jogadores estiveram há poucos dias no país britânico, enquadrado na "zona vermelha" de alto risco. Assim, a liberação só é emitida a partir do cumprimento da quarentena obrigatória ou por meio de um pedido especial.

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