Diniz dedica título aos torcedores do Fluminense: ‘Vitória da humildade e coragem’
Técnico tricolor conquista mais um troféu internacional pelo clube
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Fernando Diniz conqusitou mais um título internacional pelo Fluminense. Os 2 a 0 sobre a LDU fez os tricolores espantarem um fantastma e ficarem aliviados sem traumas do passado. O técnico dedicou a conquista aos torcedores.
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- Dividir com toda essa torcida linda, maravilhosa, essas três cores que traduzem tradição. Esse é o título é de vocês, que vocês continuem a nos acompanhar. Sou muito grato por tudo que vocês fizeram por mim, pela minha carreira e vocês vão estar sempre no meu coração - disse Fernando Diniz à ESPN.
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Para Diniz, o título do Fluminense começou em Quito. Mesmo com a derrota, o técnico tricolor confia em que a equipe fez uma boa partida.
Eu acho que foi vitória sobretudo da humildade, da coragem e de não se acovardar. Eu acho que as pessoas que comentam desprezam muito quem joga na altitude. O Fluminense fez um grande jogo lá. Esse título começou lá, não foi aqui. Não teve bombardeiro do LDU. O jogo foi muito controlado. Para quem tiver a paciência de assistir e não falar coisas porque teve um monte de cruzamento. Os jogadores foram heróis lá. Dificilmente um time tem mais posse de bola que a LDU lá em Quito, e o Fluminense conseguiu ter posse de bola, quase 60% lá, que foi a nossa melhor forma de se defender
avaliou o técnico
- Então a gente aqui conseguiu fazer dois gols, e o que teve de mais bonito foi que, com um jogador a menos, a gente não desistir de ser protagonista, de querer o resultado, e foi premiado. Porque lá a gente, às vezes, dava mais pausa no jogo, porque é quase impossível acelerar o jogo na altitude. Não é a pausa que eles fizeram aqui, de ficar matando o jogo, e o vício dá quase nada, já cresce. Então ganhou o time que mereceu de fato pra brindar a essa torcida linda.
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PRIMEIRO JOGO EM QUITO
- Começamos a ganhar a final em Quito. Jogar na altitude é algo fisiologicamente desumano. Entendemos que tenha que ter jogos lá, como La Paz, porque socialmente existe futebol e a população de lá para ver a graça de os times verem seus times e seleções. Mas, para nós, é quase impossível jogar de maneira igual. Lá conseguimos fazer um jogo mais pausado. Não ouço muito o que falam na televisão, mas do pouco que vi foi mais desinformando do que informando. A LDU, quando joga em casa, é o time que mais tem posse. Nós tivemos um pênalti não marcado, e o Fábio quase não defendeu o jogo todo lá. Esse título é muito do que fizemos lá. Fomos três dias antes para Quito. Se o juiz não tivesse interferido no resultado, a gente poderia ter voltado até com vitória de lá. Aqui tivemos um jogador a menos, mas tínhamos a torcida como um jogador a mais que nos empurrou.
SUBSTITUIÇÕES
- Tinha já alguma coisa na minha cabeça se precisasse algumas mexidas e outras foi. Pensando naquilo que estava acontecendo no jogo, e eu tinha mais duas ali pra fazer. Uma era a entrada do Guga e do Lima e mais uma para prorrogação se precisasse. Tinha mais uma ainda colocar o time mais pra frente.
SIMBIOSE COM A TORCIDA
- A torcida tem uma conexão com esse time muito diferente. E comigo desde 2019 tem uma coisa a mais com a torcida do Fluminense que meio que ultrapassa… Existe uma intermediação dos meios de comunicação, com blogueiros e mídias sociais que acabam fazendo quase que o dia todo com a torcida. Mas tem algo que atravessa essa intermediação e vai direto para arquibancada. Sinto isso desde 2019. Não é perfeito, mas é uma sintonia que faz as coisas acontecerem de maneira mais bonita e mais profunda. Sou muito grato à torcida do Fluminense pela maneira que me acolheram e por entregar a alegria para eles. Peço para que, sempre que puderem, venham ao Maracnaã. Porque esse estádio lotado com as três cores que traduzem tradição é muito lindo. Mesmo em Porto Aelgre, contra o Inter, sentimos. Muito obrigado pelo o que têm feito pelo time.
GERMÁN CANO
- Agradeço muito a Deus por tudo que tem acontecido na minha vida. É uma honra imensa marcar a história com título. Poderíamos ter perdido também. O que temos que entregar sempre é o máximo a cada dia. Isso é o que procuro fazer a vida inteira, fazer o melhor para os jogadores, que o futebol seja um meio para melhorar a vida dos jogadores. Eles têm que viver a vida para que ela seja mais bonita. Às vezes as pessoas interpretam isso como desinteresse em ganhar. Pelo contrário. Isso ultrapassa ganhar o título. Quando se entrega de corpo e alma, o título está ali todos os dias e considero elas as verdadeiras campeãs. Estou ao lado de um que foi campeão a vida inteira e só ganhou título agora. O Cano só está aqui agora por causa do Cano de antes. Ele foi premiado por ter sido campeão a vida inteira. Ficamos atrás de endeusar aqueles que ganham e menosprezar aqueles que perdem. É uma vida muito triste essa.
COMO NOVAS PEÇAS AJUDARAM NA CONQUISTA?
- É um desafio muito grande. Estamos com um mês da volta, voltamos no dia 26 de janeiro. No primeiro momento tínhamos que dar treinos que garantissem o retorno da condição física. A parte tática ajeitamos um pouco de cada vez. Não estamos na plenitude física. Estamos no começo da temporada, mas tem times com o dobro de jogos do que nós. Somado a esse entrosamento, acho que acertamos muito nas contratações. A soma dessas coisas que fez com que conquistássemos o primeiro título da temporada. É sempre muito difícil sair de uma temporada com duas conquistas históricas: da maneira que foi o Carioca e a Libertadores. Todos ficam com vontade de relaxar para curtir, mas não temos tempo para isso. Os jogadores estão de parabéns.
JOGADORES QUE RECUPEROU
- Esse é um tema que me debruço a vida inteira, que é ajudar os jogadores. Um jogador que chega a um time grande, não é ruim. Ele pode estar jogando mal em algum lugar. Tenho um filho que faz medicina, e um cara para jogar em time grande é mais difícil do que entrar nessa faculdade que é uma das melhores do país. A gente vai assassinando a pressão dos jogadores que muitas vezes são vítimas de injustiças. Muitos que estão aí, se pegarmos quando o Thiago Santos e Diogo Barbosa chegaram, devem ter criticado. O cara tem que ser forte emocionalmente para caramba para não deixar eles se abalarem. Eles são bons. Mas às vezes jogam mal e perdem confiança. Jogador ruim é jogador sem confiança.
- Jornalista ruim é jornalista sem confiança. Isso está no seio do futebol brasileiro. Tem muita gente que é assim. A maioria dos jogadores vêm de lares estruturados então como um ou outro ganha, a maioria perde, é muito difícil suportar. Temos dirigentes com quase 70 anos que sentem, imagine jogador de futebol que está quarta e domingo sentindo. Se tivermos um pouco mais de boa vontade, muitos jogadores não tem estrutura para suportar a pressão. Não é deixar de comemorar. É comemorar muito e trabalhar muito no outro dia. Minha linha é essa de tentar melhorar sempre e todos que militam no meio do futebol também deveriam.
RENATO AUGUSTO
- Quando jogava contra e o que eu sabia dele, a chance de dar errado no Flu era zero. É um presente para o Fluminense, assim como Ganso. São jogadores que trazem brilho para o jogo. Temos que nos virar para dar condição para se desenvolver.
BOLA AÉREA
- Ganhamos muitas vezes sem ter um time alto. Não tem como entrar por dentro contra um time que tem muita gente na área. Você tenta com cruzamento ou chute de fora. É mais fácil de fazer gol com volume de gente na área do que com time alto. Uma das alternativas era o jogo pelos lados. Encontramos a bola alta mesmo com pouco espaço e uma das alternativas era ter bastante amplitude e com gente dentro da área.
PRORROGAÇÃO?
- Tinha na cabeça que poderia acontecer. Com o John Kennedy tínhamos que ter mais presença de área e mais profundidade. Ele estava na minha cabeça para colocar. Marcelo, Renato Augusto e Douglas Costa também estavam mais como provável. Estávamos tendo um volume muito grande de ataque e a tendência era que colocasse o Lelê.
EXPULSÃO DE JOHN KENNEDY
- Não posso falar porque estava muito longe e não vi o lance ainda na televisão.
ARBITRAGEM
- O árbitro deixou a LDU fazer o que queria porque não queria jogar. É diferente do que foi na altitude porque era pausar para respirar. No primeiro tempo ele deu dois minutos e o goleiro ficou cinco para os tiros de meta.
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