Apesar do DNA ofensivo, Flu-2019 supera números defensivos de 2018

Matheus Ferraz e Nino driblam desconfiança inicial e ganham confiança de Fernando Diniz. Digão deve retornar aos gramados em meados de maio

Fluminense x Luverdense Matheus Ferraz
Matheus Ferraz em ação contra a Luverdense, pela Copa do Brasil (Foto: Paulo Sergio/Agencia F8)

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A vitória contra a Luverdense por 2 a 0, na quarta-feira, no Maracanã, pela terceira fase da Copa do Brasil, marcou o terceiro jogo de Matheus Ferraz e Nino juntos na zaga do Fluminense. Depois da lesão do capitão Digão, que tem previsão de retorno para meados de maio devido a uma fratura na fíbula, a dupla tem conquistado a confiança do técnico Fernando Diniz e da torcida. Inicialmente, Diniz apostou em Léo Santos para substituir Digão. Porém, após o pênalti cometido pelo zagueiro contra o Flamengo, que custou a classificação do Tricolor à final da Taça Rio, Nino foi efetivado no onze inicial. Em três jogos com a dupla, o Flu sofreu apenas um gol.

- É muito bom jogar ao lado do Matheus Ferraz. Foi o nosso terceiro jogo juntos e não tomamos gol, então isso é um bom sinal. Estou feliz e tenho aprendido muito com ele. O Ferraz tem me passado muita experiência e vou levar para a minha vida toda - disse Nino na última quarta-feira.

A grande novidade do time no ano de 2019 tem a ver com a filosofia de jogo. Independentemente do adversário, o Tricolor não muda a forma de atuar: manutenção pela posse de bola, passes curtos desde a defesa e a incessante busca pelos ataques. Não à toa, já marcou 38 gols em 21 jogos, uma média de 1,25 gols por partida. Registros que naturalmente abrilhantam o sistema ofensivo, capitaneado por Luciano, em seu melhor início de temporada na carreira, com 11 gols em 19 jogos. No entanto, engana-se quem pensa que a zaga tem passado despercebido. Pelo contrário: em números, é superior ao da equipe de 2018.

São 14 gols sofridos em 21 jogos, média de 0,66%. Ano passado, por exemplo, às vésperas da estreia no Campeonato Brasileiro, o time sofreu 13 gols, mas em 17 jogos. À época treinado por Abel Braga, o Fluminense atuava num esquema de jogo com três zagueiros, um 3-5-2, que privilegiava justamente a retaguarda, que tinha sido um pesadelo durante 2017. Com Fernando Diniz, o Flu joga num sistema mais usual, com a tradicional dupla de zaga.

A "superação" do sistema defensivo tem ainda mais valor pelo contexto. As saídas de Gum, que não teve seu contrato renovado ao término de 2018, e Roger Ibañez, vendido à Atalanta, da Itália, logo após a vitória por 4 a 0 contra o Americano pela segunda rodada da Taça Guanabara, deixaram lacunas no ponto de vista técnico e de liderança. Perfis estes que têm sido preenchidos por Matheus Ferraz e Nino. O primeiro teve que driblar a desconfiança pela idade (34 anos) e pelo fato de ter sido rebaixado com o América-MG para a segunda divisão do Brasileirão na temporada anterior. Já Nino passou por uma série de pendências até ser oficializado pelo clube. Ele vinha sendo monitorado pelo departamento de scout e, segundo o clube, "possui virtudes que se encaixam no perfil desejado por diretoria e comissão técnica".

Dentro de campo, os dois têm características complementárias. Enquanto Nino mostra eficiência nas antecipações e desarmes, Ferraz se destaca pela força nas bolas aéreas, sejam defensivas ou ofensivas. Foi dessa forma, por exemplo, que ele marcou seus dois gols vestindo a camisa tricolor. As idas do xerife à grande área adversária têm sido uma das armas do Fluminense em 2019.

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