Michael revela depressão no Flamengo em 2020 e tentativa de suicídio: ‘Gritei por socorro’

Relato forte do atacante rubro-negro expõe a cobrança de torcedores sobre Michael. Hoje em boa fase, jogador teve ajuda de jogadores e staff do Flamengo

Michael
Michael conviveu com depressão e pensamentos negativos em 2020 (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

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Sinônimo de superação, Michael é um dos grandes exemplos no futebol brasileiro. Hoje no Flamengo, o jogador já sofreu com vícios em drogas e o contato próximo com o crime organizado. Contudo, a má fase do jogador em 2020 fez com que o atleta convivesse com críticas e cobranças diárias de torcedores rubro-negros. Em entrevista ao "Canal Barbaridade", Michael revelou ter tido depressão e pensamentos suicidas ainda na época em que Jorge Jesus comandava o Flamengo em 2020.
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O atacante relata que contou com o apoio de líderes do elenco para superar o momento difícil.

– Eu tive depressão no ano passado, sofri muito com isso. Na época, eu estava no hotel e quis me suicidar. Me veio pensamentos ruins e eu queria saber como era me jogar do prédio. Então, eu gritei por socorro, pela minha mulher, pelo doutor Tanure, Diego Ribas, Diego Alves, Filipe Luís, o Rafinha, o Marcos Braz também. Eles me fizeram ser querido, ser abraçado. Eles tiveram um cuidado comigo, que ninguém antes tinha feito - contou Michael.

Desde a chegada de Renato Gaúcho, Michael é um dos principais nomes do Flamengo com dois gols em cinco jogos.

- Por isso, eu comecei a fazer psicólogo, psiquiatra. Hoje, eu continuo fazendo, mas apenas uma vez na semana. Sou muito grato pelo que fizeram por mim. Não tenho vergonha de falar isso porque depressão quase todo mundo tem, mas ninguém quer assumir. Orgulho não serve para nada, só serve para nos matar. A gratidão que eu tenho pelo Flamengo, pelos profissionais principalmente, será para o resto da vida. Quando eu mais precisei de um amigo, o Flamengo estendeu a mão para mim - disse.

Emocionado, Michael também expôs bastidores de sua vida particular. Segundo relatou na entrevista, sua esposa o encontrou algumas vezes atordoado durante madrugadas em que varava noites sem dormir. Seguro com o apoio do staff rubro-negro, o atacante desabafou com Jorge Jesus.

- No momento em que eu mais precisei de um amigo, os funcionários do Flamengo estenderam a mão para mim. Deus usa pessoas para te ajudar. Hoje, posso falar que depressão tem cura, pelo menos para mim teve. Eu consigo exercer minha profissão melhor. Teve um dia que não estava conseguindo concentrar e aí cheguei no quarto do Jesus e disse "me manda embora, rescinde meu contrato, sei lá faz o que bem entender". Eu chorava, não conseguia me expressar direito. Não conseguia dormir sozinho. Ele disse que não me mandaria embora. Me perguntou se eu dormiria bem em casa e disse para eu ir - relatou.

A pedido de JJ, Michael passou a dormir com Ramon ou Matheuzinho. Com a pandemia, o isolamento trouxe medo ao atacante. Entretanto, o período trouxe maior consciência do jogador.

- Fiquei sozinho 12, 15 dias e nunca mais tive Síndrome do Pânico - concluiu.

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