Psicanalista Samiza Soares explica aos pais como evitar “distúrbio de games” nas crianças

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu recentemente uma nova doença em seu manual de diagnósticos: o vício em jogos eletrônicos. Denominado como “distúrbio de games”, o problema é definido como um padrão de comportamento caracterizado pela perda de controle sobre o tempo gasto com a atividade.

Vale destacar que a atividade só pode ser considerada como uma doença quando se tornar incontrolável e trouxer consequências negativas para o paciente. De acordo com a psicanalista Samiza Soares, a medida da OMS deve servir como um alerta aos pais.

“A exposição à tecnologia está muito precoce. Vemos crianças abaixo de cinco anos de idade usando excessivamente celulares e isso pode prejudicar no desenvolvimento. Como os celulares se tornaram babás e cuidadores mais fáceis e mais acessíveis, as crianças acabam passando mais tempo nesses aparelhos, sem controle de tempo e conteúdo, o que é muito perigoso em todos os sentidos”, explicou a psicanalista.

“Uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual da Califórnia, mostrou em exames de ressonância magnética que o cérebro de jovens que utilizam com muita frequência o videogame e as mídias sociais exibem as mesmas mudanças de função e estrutura que as dos alcoólatras ou viciados em drogas. (...) É importante ressaltar que não podemos privar esta geração da tecnologia, mas podemos ser mais responsáveis pelas nossas crianças, criando regras claras e limites também para o uso dos celulares”, completou.

A exposição de crianças a telas é um dos maiores objetos de estudo dos pediatras atualmente. De acordo com um manual lançado em 2020 pela Sociedade Brasileira de Pediatria, bebês de até dois anos de idade não devem ter acesso a nenhum tipo de dispositivo com display.

Já para crianças entre dois e cinco anos, o ideal seria no máximo uma hora por dia, número que dobra em indivíduos de seis a dez anos. Acima disso, o limite recomendável pela SBP é de até três horas diárias. Vale ressaltar que alguns jogos eletrônicos podem ajudar a desenvolver habilidades cognitivas, se utilizados da maneira adequada. Para tanto, devem existir limites, como aponta Samiza Soares.

“Com a nossa vida corrida do dia a dia, erroneamente estamos permitindo que as nossas próprias crianças decidam o que querem, do jeito e maneira que querem. E quando nos damos conta, regras e limites não existem mais, ficando muito difícil o controle dessa criança em casa e também na escola”, alertou.

“Deixo o meu conselho: famílias, priorizem maior tempo com suas crianças, ao invés de deixá-las sozinhas diante das telas de celulares. O perigo hoje está dentro de casa!”, concluiu.

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