Análise: Corinthians chega a oitavo jogo de invencibilidade, mas segue com futebol burocrático

Triunfo sobre o Mirassol reforça máximas do futebol brasileiro, mas camisa pesada nem sempre joga sozinha, assim como quem não faz uma hora pode levar

Mirassol x Corinthians
Mosquito (foto) foi o autor do gol da vitória corintiana contra o Mirassol (Foto: Agência Corinthians)

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Quando alguém buscar explicações para expressão "jogou com a camisa", a vitória do Corinthians por 1 a 0 sobre o Mirassol, nesta terça-feira (23), pela quinta rodada do Campeonato Paulista, no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, é um bom parâmetro.

As duas equipes chegaram a partida com o mesmo retrospecto: duas vitórias e dois empates nas primeiras quatro partidas do Estadual. De um lado, o Leão da Alta Araraquarense, mais modesto, chegou ao Paulistão com moral, após o título brasileiro da Série D na última temporada. Do outro, o tradicional Sport Club Corinthians Paulista vem tendo o seu desempenho pragmático questionado já há algum tempo.

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Em entrevista coletiva virtual ao fima da partida, o técnico Vagner Mancini admitiu que montou um meio-campo mais marcador, pois entendia a qualidade do seu adversário, vista na prática com uma blitz de oportunidades claras de gol nos primeiros cinco minutos da partida, ambas aproveitando o buraco deixado pelo lado direito da defesa corintiana, mas desperdiçada pelo atacante Pedro Lucas, em noite pouco inspirada. 

E foi aí que começou a questão de garantir o resultado com a camisa. Até os 21 minutos do primeiro tempo, o Mirassol havia chego cinco vezes ao gol corintiano, que, por sua vez, no máximo e muita boa vontade, tinha finalizado uma, em uma cabeçada pra fora de Gil, após escanteio cobrado por Otero, aos 19 da etapa inicial. Sendo que justamente no 21º minuto da partida que o Timão foi letal: Gabriel fez bom lançamento enxergando Fagner livre pelo lado direito, o lateral cruzou rasteiro, para trás, e encontrou Gustavo Mosquito livre na entrada da grande área, para bater de primeira e dar números finais ao duelo. 

Após ser vazado, o Mirassol ainda seguiu tentando se impor, mas aos poucos foi diminuindo o seu ritmo. Enquanto para o Corinthians, cadenciar o resultado era o ideal. A equipe do Parque São Jorge dava a bola pro Leão e beliscava na marcação preparada para agir mais fortemente neste confronto. 

Na etapa final, o time do interior foi ainda mais inoperante, tudo o que o Corinthians queria, não jogou e viu o adversário também sem atuar, tendo garantindo o empate em uma boa, mas a única, trama bem criada durante 90 minutos, e fazendo valer o mais antigo ditado do futebol brasileiro: "Quem não faz, leva".

Vitória garantida. Três pontos conquistados. Invencibilidade mantida, e ampliada pra oito jogos e quatros triunfos consecutivos. Mas o gosto ainda é de poder mais. Não de quer, nesse caso o conquistado até está de bom tamanho, mas de poder, principalmente vindo de uma camisa pesada como a do Corinthians, que não pode se dar ao luxo de sempre querer jogar sozinha. Afinal, vai chegar uma hora que ela encontrará outro uniforme tão virtuoso quanto. 

Vitória garantida. E de cor amarela. Que veste o Mirassol, que amarelou quando pôde ter garantido o resultado diante o Timão. Mas que também sinaliza ao Corinthians a atenção para a necessidade de evolução na disputa desta temporada. 

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