Papo com Helio Castroneves: ‘Jogo de xadrez’ em Daytona

Piloto brasileiro fala sobre a expectativa para seu próximo desafio

Helio Castroneves
Helio Castroneves realizou testes de seu novo carro visando as 24 Horas de Daytona (Foto: Divulgação)

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Depois de dois importantíssimos dias de testes com o Acura ARX06, nesta terça e quarta (6 e 7), em Daytona, todos nós da Meyer Shank Racing estamos muito animados com nosso potencial para a abertura do IMSA SportsCar Championship, que acontecerá nessa mesma pista nos dias 28 e 29 de janeiro próximo.

Um final de semana antes acontece o Roar Before the Rolex 24. Trata-se de três dias de testes livres, antes da programação da corrida de 24 horas, propriamente dita. Antigamente, o Roar acontecia já nos primeiros dias de janeiro, mas de alguns anos para cá, a programação mudou. Passou a ser feito no penúltimo final de semana de janeiro, emendando com a programação oficial. Essa mudança representou uma economia brutal, pois os carros não precisam retornar para as sedes e voltar a Daytona no final do mês.

E, por falar em carro, vejam a foto na abertura da coluna de hoje. Gente, como ele é bonito! Bonito e rápido. Todos os quatro pilotos do time participaram dos testes, ou seja, Simon Pagenaud, Tom Bomqvist, Colin Braun e o Castroneves aqui. Analisamos várias coisas nesses dois dias, indo realmente nos detalhes, pois foi nossa última oportunidade de trabalhar no carro antes da programação da Roar, de 20 a 22 de janeiro.

Como será a estreia dos novos carros, dos carros híbridos e de uma nova categoria dentro do campeonato, a GTP, os carros ainda estão em desenvolvimento. E digo isso não apenas pelo nosso carros, mas de todas as equipes que participarão dessa nova era do IMSA SportsCar. Só que ainda não dá para comparar as performances.

Com tudo novo, há muito trabalho de desenvolvimento a ser feito. E há outro fator, ninguém sabe se o carro que está na garagem tem problemas ou a equipe está escondendo o jogo. Essa coisa de esconder o jogo é muito comum por aqui. Além de a equipe querer surpreender os adversários, tem também o BOP, que é norma técnica para equiparar as marcas dentro de uma faixa de performance. Então, se um carro aparece voando logo de cara, é bem provável que os técnicos da IMSA entendam que é necessário frear um pouco a potência, o que obviamente ninguém quer.

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Dando uma olhada mais atenciosa nos adversários, acho que a Porsche está escondendo o jogo. A Cadillac também. Resumindo, é um jogo de xadrez, pois todo mundo tem uma estratégia. No nosso caso, não estamos escondendo muito o jogo. Ficamos algum tempo parados por causa da eletrônica, mas a boa notícia é que já foi resolvido.

E a gente também está se adaptando. Essa foi a segunda vez que andei no carro, o Colin e o Pagenaud também. Só o Tom andou mais vezes, pois foi o primeiro a testar logo que o carro chegou. Cada saída para a pista é para testar algo diferente. Quando acaba a sessão, o grupo se reúne para estudar as características e aplicar no carro sem perder tempo, pois na sessão seguinte já entramos com alguns upgrades diferentes. É bem interessante essa dinâmica.

Como os testes terminaram ontem, agora o carro está voltando para a sede e hoje, quinta-feira, estou em Indianapolis para atividades da IndyCar, que vão desde a avaliação física dos pilotos até discussões quando tem alguma novidade prevista para ser introduzida na temporada seguinte. Essa é uma característica que sempre admirei na Indy, que é a possibilidade de todos conversarmos, com antecedência, sobre detalhes importantes do campeonato.

É isso, amigos. Abração e até semana que vem.

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