CAMPO NEUTRO – Cristiano Ronaldo e Daniel Alves: o velho virou novo

Em sua coluna no <b>LANCE!</b>, José Inácio Werneck fala sobre diversos assuntos do esporte

Dani alves e CR7
Cristiano Ronaldo e Daniel Alves seguem com o futuro em aberto para a temporada (Foto: AFP)

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Chego aos Estados Unidos, de volta de férias no Rio de Janeiro, e encontro a internet cheia de especulações sobre o destino de Cristiano Ronaldo e Daniel Alves. Comecemos pelo português. Já expressei em meu Twitter a opinião de que o Chelsea não deveria contratar CR7.

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Minha descrença sobre o que ele poderia fazer no time do alemão Thomas Tuchel nada tem a ver com sua idade - 37 anos -, mas sim com um modo de jogar, que não corresponde ao estilo que o técnico quer implantar no time.

Como dizem os italianos, Cristiano Ronaldo “é a melhor solução para os problemas que ele mesmo cria”. Que problemas são esses? Na verdade, trata-se de um problema, um problema apenas, mas de bom tamanho. Ronaldo pode se destacar, e se destaca, em times que não exigem “gegenpressing”, marcação da saída de bola do adversário. Ele sempre foi avesso a isto. Prefere que seus companheiros lutem para recuperar a bola e a enviem a seus pés.

Se é isto que o técnico quer, estará bem servido, pois Cristiano Ronaldo continua a ser um dos grandes artilheiros mundiais.
Mas suas atuações na atual passagem pelo Manchester United mostram uma coisa: à medida que Cristiano Ronaldo faz mais gols, seus companheiros fazem menos.

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Daniel Alves está com 39 anos e, como Cristiano Ronaldo, sem clube. Suas perspectivas no assunto me parecem mais pessimistas do que as de Cristiano Ronaldo. Todos perguntam se ele poderá ainda ser convocado para a Seleção Brasileira e, mais do que isso, disputar a Copa no Qatar. As dúvidas se prendem sempre à sua idade.

Mas há uma pesquisa recente do “Twenty First Group” mostrando que jogadores com mais de 34 anos que estiveram em ação na mais recente Premier League tiveram um número de minutos superior ao de todas as temporadas passadas. Em outras palavras, eles vêm estabelecendo recordes de longevidade, graças aos progressos nas áreas de medicina esportiva e preparação física.

Há também em favor deles a experiência. Os dados compilados pela pesquisa mostram que os jogadores “velhos” ganham mais disputas aéreas de bola, completam mais dribles, passam com mais precisão e marcam mais gols.

Outro ponto: hoje o número de jogadores com mais de 30 anos que são colocados pelo “Twenty First Group” entre os 150 melhores do mundo é mais do que o dobro de uma década atrás.

Conclusão: os times podem ter seus motivos para não querer Cristiano Ronaldo e Daniel Alves, mas nada têm a ver com a idade. Segundo a pesquisa, o velho virou novo.

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